F1: George Russell duvida que grelha invertida na Sprint funcione 

Por a 2 Dezembro 2023 10:21

Os fins de semana de Fórmula 1 com formato de corrida Sprint deverão sofrer mudanças profundas para a próxima temporada. Ainda não foi confirmada qualquer alteração, mas como temos vindo a dar conta, há muitas propostas. Uma delas, é a inverter a grelha de partida, tentando que haja mais ultrapassagens e mais ação em pista na corrida de 100km que antecede o Grande Prémio. Com as equipas a pedirem um plano a longo prazo e que se tenha em conta o que os fãs preferem, George Russell não está convicto que inverter a grelha possa ser uma boa ideia. 

Falando em nome pessoal e não querendo expressar-se como representante da Grand Prix Drivers’ Association (Associação de Pilotos de Grandes Prémios ou GPDA), o piloto britânico da Mercedes duvida que “as corridas com grelha invertida funcionem”. Russell usou a sua experiência nas fórmulas de iniciação como argumento. “Aprendi isso quando corri na Fórmula 3 e na Fórmula 2. Se tivermos os 10 carros mais rápidos, o carro mais difícil de ultrapassar é aquele com quem estamos a lutar. Se invertermos a grelha, teremos o carro mais rápido em 10º a tentar ultrapassar o segundo carro mais rápido em nono, que está a tentar ultrapassar o terceiro carro mais rápido que está em oitavo. Assim, cada carro está a tentar ultrapassar o seu concorrente mais direto”.

A corrida Sprint é um formato que a Fórmula 1 pretende que tenha ação em dose concentrada, diferente do Grande Prémio, com a sua componente mais estratégica a tomar conta de muito do que acontece em pista. Por isso, Russell considera que inverter a grelha pode resultar em provas com os pilotos em “comboio de DRS”, sem muitas ultrapassagens porque as diferenças são curtas que os carros podem usar esta ferramenta durante toda a corrida. “O que provavelmente irá acontecer é que será apenas um comboio de DRS. Porque pode haver, por exemplo, um Williams à frente de um Haas, que não consegue passar, que está à frente de um Alpine, que está à frente de um McLaren ou de quem quer que seja. Por isso, acho que o conceito não vai funcionar”.

Enquanto a Fórmula 1 está prestes a apresentar alterações ao formato Sprint, o fornecedor exclusivo de pneus, a Pirelli, não considera fundamental que isso aconteça. Na opinião de Simone Berra, engenheiro da marca italiana, é preferível escolher como palco as pistas com mais hipóteses de ultrapassagem, criando provas mais emotivas.

Na opinião de George Russell, uma componente mais estratégica na corrida Sprint pode melhorar a qualidade das provas. “As melhores corridas de sprint até agora foram quando houve degradação dos pneus, como vimos no Catar, e pilotos com estratégias diferentes. Igualmente no Brasil, os pneus só aguentaram 25 voltas e foi uma boa corrida. Mas, na maioria das vezes, nas corridas de sprint, montamos pneus médios e aceleramos até ao fim e não há uma boa corrida”. 

As discussões sobre as alterações do formato Sprint terão lugar nas próximas semanas e envolvem as equipas, antes do anúncio do calendário das Sprint para a próxima temporada.

Foto: Philippe NANCHINO / MPSA

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