F1: Frustração na Williams por falta de acordo sobre exceção ao limite orçamental
Reunida a Comissão de F1 em Spa-Francorchamps, não houve acordo quanto a alguma alteração concreta ao regulamento financeiro da disciplina. Relativamente à permissão para que algumas equipas possam atualizar as suas infraestruturas sem que entrem em incumprimento, o chefe de equipa da Williams ficou desapontado por não se ter alcançado um entendimento.
Sobre este tema, a Comissão “debateu o objetivo de eliminar a discrepância inerente entre equipas com diferentes níveis de infraestruturas no âmbito dos regulamentos financeiros”, lê-se no comunicado da FIA após a reunião. Sem que se tivesse alcançado uma decisão, a Comissão quer esperar pela análise do Comité Consultivo Financeiro sobre este tema nos próximos meses, para que o dossier seja depois levado novamente a discussão entre FIA, equipas e FOM.
Este tema tinha sido levantado anteriormente por James Vowles, o responsável da Williams, que salientou o atraso significativo que a equipa de Grove teria em relação às suas adversárias e que tinha impacto direto no desenvolvimento dos seus monolugares. “Francamente, é lamentável e dececionante que nos encontremos numa situação em que esta reunião [da Comissão de F1] andou em círculos mais uma vez”, disse Vowles, citado pelo Motorsport-Total.com. “Todos naquela sala querem ter certeza de que não perdem em comparação com todos os outros”. O chefe de equipa da Williams explicou que algumas adversárias não querem permitir a sua estrutura de “fazer melhorias nas suas instalações, especialmente numa situação em que estamos atualmente em sétimo lugar no campeonato. Sabemos que as outras equipas serão prejudicadas pelo facto de podermos investir milhões”, acrescentando ainda que “algumas não têm o dinheiro para gastar, outras não querem gastar o dinheiro, outras têm medo da mudança. Conciliar tudo isso numa sala em duas horas é simplesmente impossível”.
Vowles assegurou que não foram as equipas que lutam no fundo da classificação a não concordarem com a permissão no regulamento financeiro para atualização das infraestruturas, mas sim as que estão no topo, exceto a Mercedes.
Toto Wolff, responsável máximo da Mercedes, esclareceu que houve uma tentativa de aproveitamento por parte de algumas equipas e que passaram de discutir valores “de 50 milhões [de dólares] para 60 milhões, 70 milhões, 90 milhões e, de repente, sem limite de valor”. Wolff garantiu ainda que uma das soluções discutidas foi permitir melhorias caso a caso, mas “algumas das grandes equipas disseram que não queriam uma lista e se a Williams conseguisse algo, também queriam”.
O facto de poderem melhorar as suas infraestruturas sem que esses gastos sejam considerados para o limite orçamental, em teoria permitiria um avanço técnico das equipas mais pequenas ou com fábricas menos desenvolvidas para um nível semelhante a algumas das maiores estruturas. No caso da Williams, o desinvestimento nas suas instalações ocorreu antes da entrada em vigor da regra do limite orçamental, numa altura em que a equipa passou por imensas dificuldades financeiras quando ainda pertencia à família que lhe deu nome.
Vowles diz temer que não se chegue a um acordo na próxima reunião da Comissão, enquanto Wolff espera uma solução para a equipa cliente.