F1, foi assim em… 1997: A última de Berger


Esperança austríaca para suceder a Niki Lauda durante a segunda metade dos anos 80, Gerhard Berger acabou por passar alguns anos como piloto número 2, terminando a carreira na Benetton, equipa que lhe deu a primeira e a última vitória…

Gerhard Berger sempre se deu bem com os ares de Hockenheim, conseguindo no circuito alemão os dois últimos dos seus dez triunfos em Grandes Prémios. O último, conseguido em 1997, teve mesmo um sabor muito especial, pelas circunstâncias em que foi garantido.

A associação com a Benetton, iniciada em 1996, ia de mal a pior e o austríaco já tinha decidido colocar um ponto final na sua longa carreira no final da temporada, mas uma sinusite aguda impediu-o de correr no Canadá, França e Grã-Bretanha, sendo substituído pelo seu compatriota, mas não amigo, Alex Wurz.

O mais jovem dos austríacos era o menino querido de Flavio Briatore (que procurava desesperadamente um novo Schumacher), e o pódio obtido em Silverstone, colado ao outro Benetton de Jean Alesi, deixou-o com a cotação em alta no seio da equipa. Para agravar o estado de espírito de Berger, o seu pai, Johann, falecera num acidente de aviação enquanto o piloto estava de baixa médica, mas nem por isso o austríaco pensou em faltar à corrida alemã.

A sua determinação ficou à vista logo na qualificação, quando obteve a sua primeira pole position em quase dois anos, lutando com o jovem Giancarlo Fisichella ao longo de quase toda a prova. O italiano chegou à liderança ao efetuar a derradeira troca de pneus mais cedo que o austríaco, com este a quase ter de parar na pista quando Jan Magnussen partiu o motor Ford do seu Stewart e a visibilidade na aproximação à primeira chicane ficou quase a zero. Berger não se deu por batido, superou o piloto da Jordan na pista e quando este abandonou – ironicamente ao furar nos restos do Cosworth que tinham ficado espalhados pela pista – ficou tranquilo na frente, para garantir um dos triunfos mais populares no paddock de que temos memória.

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