F1: FIA propõe acordo à Red Bull, no caso do limite orçamental
A questão do limite orçamental, que não foi cumprido pela Red Bull, continua a fazer correr muita tinta. De um lado a Red Bull, que afirmava não ter excedido o limite, foi apanhada pela FIA e agora terá recebido um acordo por parte do órgão federativo, por outro, temos o resto do paddock irritado com a situação a pedir uma punição exemplar.
A RacingNews365 terá encontrado informação que detalha o que aconteceu e revela quanto dinheiro a Red Bull terá usado para lá do limite. Até ao GP do Japão, a Red Bull continuava a afirmar que não tinha ultrapassado o limite, mas depois da corrida, Christian Horner terá sido informado que a irregularidade existia de facto.
A FIA terá feito à Red Bull uma oferta para resolver a violação – nos termos de um Acordo de Aceitação de Violação. Isto significaria que a Red Bull se declararia culpada e não poderia recorrer. No entanto, a Red Bull pode levar o caso a um Painel de Adjudicação se recusarem o acordo. Em resumo, o dito acordo proposto implicaria que a Red Bull reconhecia o erro, que seria penalizada sem direito a recurso. No entanto, a ABA (accepted breach agreement – acordo de aceitação de violação) permite penalizações financeiras e algumas “pequenas penalizações desportivas” – mas crucialmente não uma dedução de pontos ou uma redução no futuro limite orçamental da equipa.
Aqui, já temos um problema sério, pois este tipo de acordos costuma causar desconforto e mina a confiança das equipas no Limite Orçamental, fundamental na estratégia da F1 a médio prazo. E para os fãs, dizer que houve um acordo, soa sempre mal.
Acontece que, segundo a RacingNews365.com, a Red Bull estaria, de facto, abaixo do limite orçamental, tendo gasto menos 4 milhões que o previsto. Mas fatores inesperados levaram a que o limite fosse ultrapassado em 1.8 milhões. Nesses fatores inesperados contam-se baixas e “gardening leave” ( periodos em que os funcionários são afastados das equipas, antes de mudarem para outras estruturas, evitando assim a passagem de informação vital para concorrentes) e custos de catering. O uso de peças sobressalentes em 2021 (inicialmente não incluídas no orçamento, mas depois de uma mudança na regra a meio deste ano, passaram a ser incluídas) e a situação fiscal no Reino Unido complicaram ainda mais as contas.
No caso da gardening leave, Dan Fallows (que se mudou da Red Bull para a Aston Martin) não foi incluído nas contas da Red Bull, algo que a FIA fez (Fallows terá sido transferido para a Red Bull Advanced Technologies, departamento não associado à competição). Também a situação fiscal da equipa contribuiu para a infração.
A Red Bull esperava um desconto de 1.4 milhões em impostos, sob um Crédito para Despesas de Investigação e Desenvolvimento que é dado pela HMRC (His Majesty’s Revenue and Customs – autoridade tributária britânica). Acredita-se que a Red Bull esperava um desconto da HMRC, mas este não se concretizou, adicionando os 1,4 milhões de dólares ao orçamento do ano. Se a Red Bull conseguir provar que a equipa esperava este dinheiro por parte da autoridade tributária, a FIA poderá ser mais indulgente perante o caso.
No primeiro ano do Limite Orçamental, temos logo uma situação que coloca o equilíbrio, já de si precário e dependente da aplicação rígida das regras por todos aceites, em risco. Dizer que a Red Bull ultrapassou o limite é dizer que gastou mais dinheiro que o permitido e isso deve ser penalizado. O tipo de penalização irá ser sempre alvo de críticas e muitos acharão que a dedução de pontos deveria ser a solução. Olhando para o que a RacingNews.com mostra, há justificação para as falhas, mas as outras equipas não quererão saber disso, pois a grande maioria delas está também sediada no Reino Unido, enfrentando as mesmas leis e os mesmos problemas. Será que a solução é retirar pontos à Red Bull e a Max Verstappen por consequência? Faz sentido retirar o título a um piloto que já festejou o segundo cetro? A bem do cumprimento das regras, sim, mas desportivamente seria um tiro no pé da F1 e todo o trabalho que angariação de novos fãs ficaria certamente em causa. É uma situação complicada que merece uma análise cuidadosa de toda a F1. Não podemos esperar tanto tempo para confirmar um título. Deve-se esclarecer o que pode e não pode ser feito, sabendo que estamos perante equipas de F1 que usam todos os truques para ganhar vantagem. Se os responsáveis quiserem que o limite orçamental ganhe força (uma vez que é parte importante da equação que vai tornar as equipas rentáveis) então têm de fazer um trabalho muito melhor para evitar este tipo de controvérsia.
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Nao sendo um adepto to Max, acho que os pontos deveriam só ser retirados á equipa e nao ao piloto/s.
Esse acordo não será muito diferente dos anteriores feitos com a Mercedes e com a Ferrari. Ambas foram “apanhadas na curva” e tiveram que aceitar de culpas, a Ferrari pelo carro ilegal em 2019, e a Mercedes pelo célebre teste ilegal de pneus em Barcelona 2013…São todos iguais, e todos têm telhados de vidro!
Isso é uma grande verdade … Mais uma vez batemos no mesmo ponto , o principal culpado é a FIA porque não faz cumprir as regras , depois negoceia, isto é de uma falta de desportivismo gritante… Vergonhoso
Posso estar enganado, mas não me lembro de ter lido que a FIA tivesse feito algum acordo com a MERCEDES sobre esse assunto.
O acordo que eu me lembro foi no final do ano passado para a MERCEDES não levar o campeonato de 2021 para os tribunais.
Posso estar enganado, mas não me lembro de ter lido que a FIA tivesse feito algum acordo com a MERCEDES sobre esse assunto. A audiência foi aberta com o depoimento da FIA. O advogado da entidade garantiu que, apesar do e-mail do delegado técnico Charlie Whiting não vendo irregularidades na atividade, a federação não deu permissão oficial para a Mercedes utilizar o carro de 2013. A FIA acredita que o regulamento esportivo da Fórmula 1 pode ter sido quebrado e que a Mercedes pode ter levado vantagem esportiva com a sessão. Em seguida, a escuderia alemã baseou sua defesa em… Ler mais »
lol Era proibido usar o carro desse ano e a Mercedes usou-o a Ferrari usou o de 2011 (carro com dois anos) e a MB argumentou que a Ferrari devia também ser penalizada…hilariante! O acordo foi a Mercedes considerar-se culpada, não levantar mais ondas e não recorrer da “pena”… pena essa que foi não poder participar no teste para jovens pilotos do final da época…até dá vontade de rir!
917/30, dá para nos elucidar- a nós, pobres mortais- sobre qual o conteúdo do acordo FIA-Ferrari? Que história é essa do carro estar ilegal? Não foi a FIA que informou em comunicado que não conseguiu provar nenhuma ilegalidade do Ferrari ? É comparrável com uma violação clara e inequívoca do regulamento a ponto de a FIA desta vez dizer que foi violado o regulamento?
Você tem muita piada…”Que história é essa do carro estar ilegal?” muita piada mesmo…depois daquela do Alonso/Rossi/Piastri vem agora com essa…Não foi a FIA que informou em comunicado que chegou a um acordo com a SF? Não me diga que nunca ouviu falar do acordo secreto FIA/SF??? Por alguma razão é secreto…ou você ainda acredita no pai natal? FIA/ Ferrari/ Fluxo de combustível dizem-lhe alguma coisa? A época de 2020 em particular diz-lhe alguma coisa?? Também nunca ouviu falar dos fantásticos “motores de Monza”? Quer um exemplo assim só de cabeça? Alesi Monza 92! Quer outro? Controlo de tracção Aida… Ler mais »
Quer-se dizer, a Red Bull estava a contar com o ovo no interior da galinha, só que contar com descontos em impostos, não tem nada a ver com exceder o limite de custos.
Se eu só estiver autorizada a gastar 1000 euros, mesmo que o fisco me devolva 200, eu não vou poder gastar 1200. Não é preciso ser contabilista (eu não sou) para perceber isso.
Financeiramente é possível pois os orçamentos nas empresas também tem em linha os impostos. Claro que pode ser discutível mas é possível tudo depende do que está no acordo sobre os limites e rubricas celebrado com a fia
Sim, sei isso, mas com ou sem impostos, o valor é o mesmo, mas você toca num ponto muito importante: o que faz e o que não faz parte do limite orçamental. Já se falou em despesas de catering, baixas médicas e coisas assim. Para mim, essas despesas não deveriam contar. Só devia contar o estudo (projecto), fabrico e desenvolvimento de tudo o que respeita ao carro.
Segundo os comentários que vi na terça feira na Sporttv o catering que é dado nos grandes prémios, não entra no limite orçamental. O que entra é os almoços nas fabricas.
Em “catering” eu incluí tudo, dentro e fora da fábrica.
O texto também lembra e bem, que há outras equipas sediadas no mesmo país e não contaram com o ovo…..
è deswculpa de mau pagador como se diz na giria … penalizaçâo é a palabvra de ordem …
E saia mais uma pizza/acordo, desta vez para o cliente da mesa do canto…
Não existe melhor Circo pra rir à gargalhada como o da Fábula 1!!!
Ainda não perdi a esperança de ver uma Williams com um motor a jato (que curiosamente, no passado, alguém ensaiou uma coisa parecida)… ganha o campeonato, sela mais um acordo e…
Siga pra bingo!
😎✌
Esta celeuma toda faz lembrar a época de 1994 – onde a Benetton andou a época completa a correr com um carro ilegal e ainda gozou na cara da FIA (por via da sua política idiota de criar regras em cima do joelho sem qualquer controlo de como vai implementar a sua verificação). Se não conseguem ou não sabem implementar meios de verificação que permitam controlar com verdade o que é gasto no processo que exigem limitado, deixem as equipas usar os meios que têm para desenvolver os carros. Dói menos porque não se assiste a esta estupidez nos bastidores… Ler mais »