F1: Ferrari em contra-relógio para encurtar margem para a Red Bull
A Ferrari teve um forte desempenho no Grande Prémio da Austrália, com Carlos Sainz a liderar o 1-2 da equipa italiana, seguido de Charles Leclerc. No entanto, no Japão espera-se que a Red Bull volte a impôr um ritmo muito alto e possa ter alguma vantagem sobre os monolugares da Scuderia, apesar de Frédéric Vasseur ter garantido a introdução antecipada das primeiras grandes atualizações. Por isso, Carlos Sainz reconhece que será desafiante igualar o ritmo dos dois Red Bull se o primeiro grande pacote de desenvolvimentos não for apresentado.
Apesar de ainda não se ter qualificado a menos de dois décimos de Max Verstappen esta época, o desempenho da Ferrari em Melbourne mostrou o seu potencial. No entanto, Sainz advertiu que para superar a diferença para a Red Bull seriam necessárias atualizações significativas. Já prevendo que a estrutura de Milton Keynes volte ao desempenho que demonstrou no Barém e na Arábia Saudita, a equipa de Maranello pode antecipar para Suzuka a introdução das primeiras grandes atualizações. Essa é a intenção de Vasseur, que sabe muito bem a margem que os dois Red Bull ainda têm para os seus SF24.
O abandono precoce de Verstappen devido a problemas de travagem permitiu à Ferrari brilhar, com Sainz e Leclerc a garantirem as primeiras posições. No entanto, o quinto lugar de Sergio Pérez destacou o domínio contínuo da Red Bull, não se sabendo o que poderia ter conseguido o tricampeão neerlandês caso não tivesse o problema técnico no RB20.
Numa pista em que os responsáveis da equipa austríaca acreditam poderem voltar ao topo da classificação, a Ferrari quer responder com uma nova mentalidade, promovida por Frédéric Vasseur. Querendo ser mais agressivos na intenção de perseguir os seus objetivos, os italianos tentam aproveitar o ímpeto vitorioso da Austrália e tentam antecipar a estreia de um renovado fundo para o Ferrari SF24 no Grande Prémio do Japão, algo que acreditam poder manter sob pressão a Red Bull.
Enquanto a Ferrari continua otimista quanto ao seu progresso, também é óbvio que é preciso reconhecer a necessidade de melhorias no carro italiano para desafiar a Red Bull de forma consistente, enquanto as restantes equipas tentam fazer o mesmo para entrar nesta luta.
Christian Horner sublinhou que na corrida na Austrália, a Pirelli introduziu seu composto de pneu C5 mais macio pela primeira vez em 2024, e a granulação das borrachas no circuito de Albert Park prejudicou mais a Red Bull do que a Ferrari. Isto no entender do chefe de equipa de Milton Keynes.
Enquanto o vencedor da prova australiana, Carlos Sainz, reconhece que “vai ser difícil manter o carro lá em cima [na classificação] em todas as pistas até que façamos uma atualização para reduzir a diferença [para a Red Bull] que vimos no Barém e em Jidá. Na Austrália, desde a primeira volta, sentimo-nos como se tivessemos um carro vencedor. E mesmo que a Red Bull também fosse rápida e estivesse na pole, aquele [tempo] na qualificação não estava fora do nosso alcance. Haverá pistas onde seremos fortes, como vimos no ano passado. E este ano parece que o nosso ritmo de corrida é melhor mesmo nas pistas em que somos mais fortes. E, juntamente com um bom programa de desenvolvimento, espero que possamos desafiar a Red Bull com mais frequência”.
Pensava-se que a primeira grande atualização da equipa italiana aconteceria em Imola, a primeira corrida na Europa. No entanto, respondendo ao expectável bom desempenho do RB20 em Suzuka, a Ferrari pretende apresentar já um pacote preliminar da grande alteração que está pensada para o fundo do monolugar, mostrando um plano de desenvolvimento mais agressivo e garantindo mais rapidamente do que em anos anteriores, mais ferramentas para os seus pilotos poderem bater-se em pista com Max Verstappen e Sergio Pérez.
Foto: Peter Fox/Getty Images/Red Bull Content Pool