F1: Ferrari continua a falhar na estratégia, explicações procuram-se
A boa corrida de Kimi Raikkonen e em particular de Sebastian Vettel no GP de Singapura não apaga o facto de a equipa italiana continuar atrás dos rivais no campo da estratégia. Primeiro foi a qualificação desastrosa do alemão, que ficou de fora logo na Q1, com uma falha no anti-roll bar do seu carro. E mesmo que, em última análise, fosse impossível reparar o problema antes do fim da sessão, a equipa demorou demasiado tempo a chamar de novo às boxes o seu piloto, o que provocou a fúria deste: “Bom, isto foi apenas estúpido”, ouviu-se via rádio, depois de Vettel ter cumprido mais uma volta ao traçado de Singapura em dificuldades.
Além deste episódio, a forma como a Ferrari geriu as corridas de Raikkonen e de Vettel também está longe de ser exemplar. Se é verdade que os dois realizaram três paragens e concluíram as suas provas com pneus ultra-macios, como se explica que Vettel tenha terminado um lugar atrás do colega de equipa e com apenas 17,5s a separá-los, quando, a cerca de 14 voltas do fim da corrida, Raikkonen era terceiro, à frente de Lewis Hamilton?
EXPLICAÇÕES PROCURAM-SE
Embora Maurizio Arrivabene diga que a sua equipa tomou “a melhor decisão”, não é isso o que o resultado indica. Até porque a Ferrari, em vez de ter a iniciativa, optou por cobrir a decisão da Mercedes quando a equipa alemã chamou às boxes Lewis Hamilton para que este recebesse pneus super-macios. Se tivesse permanecido em pista com o jogo de pneus macios que lhe foi atribuído na sua segunda paragem, à 33ª volta, Kimi Raikkonen teria muito provavelmente garantido o terceiro lugar e o quinto pódio da temporada. Basta ver o exemplo de Rosberg, que cumpriu 28 voltas com o mesmo composto – precisamente aquelas que o finlandês registaria caso tivesse ido até ao fim nestas condições (fez 13 voltas com os pneus macios e 15 voltas com os ultra-macios com que acabou a prova).
“Considerando a distância que faltava percorrer até ao fim da prova, e a degradação dos pneus, fazia sentido chamá-lo às boxes para cobrir a estratégia da Mercedes”, justificou Arrivabene. “A decisão foi tomada com base nos nossos dados. Agora temos de verificar se estes estão correctos”, avançou.
Apesar de não ter alcançado o pódio, o chefe dos italianos considera que Raikkonen realizou uma corrida “muito boa”, tendo demonstrado que “não foi campeão do mundo por acaso”. Mas o finlandês não ficou convencido com a decisão: “Obviamente era muito difícil realizar ultrapassagens, mas o Hamilton cometeu um erro num determinado momento e eu consegui passar para a frente dele. Depois, após a minha paragem nas boxes, ele conseguiu recuperar a posição, o que significa que perdemos o lugar aí. Não sei o motivo e como conseguiram passar para a nossa frente, e não sei o que teria acontecido se eu tivesse permanecido em pista. Mas temos que analisar o que aconteceu e perceber em que podíamos ter sido mais eficazes”.
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O mais estranho no meio disto tudo é que ou este ano ou ano anterior, não recordo, a Ferrari contratou um estratega que, supostamente, era muito competente. Em jeito de brincadeira mas muito a sério, a equipa italiana já tinha um dilema, lidar com as exigências dos tiffosi e com a imprensa transalpinos, agora enfrenta um potencial trilema com as ingerências de Marchione na equipa. Para já, a sua postura tem sido positiva, de algum modo aliviando a pressão ao admitir que os objectivos para este ano talvez fossem demasiado ambiciosos. Mesmo com todos os problemas, não rolaram cabeças a… Ler mais »
É visível para alguém que tenha um mínimo de honestidade intelectual e não seja faccioso que as coisas na Ferrari não estão bem. Algo que certamente pode explicar estas “falhas estratégicas” que tem acontecido na Ferrari será o clima de tensão e o mau ambiente que se vive actualmente na equipa. Deve ser difícil de digerir para uma equipa pensar que contratou um Messi e constatar que foram buscar um Shikabala… Cumprimentos
Sim, em 2014, com el-afinador-mago-de-las-carreras estavam bem melhores, até conseguiram ficar em 4º, que foi um feito extraordinário para a scuderia Alonso. Obviamente fruto do excelente ambiente que se vivia na época.
Muitíssimo bem observado! Veja como a equipa caiu animicamente no ano em que Alonso decidiu abandonar a Ferrari (ainda tinha contrato). Os efeitos dessa saída e o “barrete” que foram buscar para o seu lugar, explicam muito dos problemas que a equipa sente actualmente. Cumprimentos
Acho dificil que a Ferrari tivesse tomado a iniciativa de chamar o Raikkonen antes do Hamilton à box, mas podia ter arriscado ficar em pista. Sendo Verdade que o Hamilton “come alive” antes da 3ª Paragem na Box, e posicionou-se para fazer o “undercut”, a ferrari devia-se ter defendido ficando em pista, isto é a minha opinião, o que não quer dizer que o resultado não fosse o mesmo. E, a Mercedes só tomou essa decisão porque não perdia nada em vir à box. Depois veio o Raikkonen para tentar defender o “undercut”, e depois o Ricciardo que também não… Ler mais »
Antes desta corrida começar já se sabia que: – mais cedo ou mais tarde iria haver um safety-car; – a melhor forma de ultrapassar seria fazer undercut na paragem das boxes. No próximo ano vai ser exactamente a mesma coisa. Ferrari sabia disso e como usá-lo para atacar, mas não se preparou para defender nem reviu a sua estratégia depois de um safety-car logo no início da corrida. O azar é que este safety-car foi logo no início da corrida. O undercut do Hamilton foi exemplarmente defendido pela RedBull, que defendeu tão bem com o Ricciardo que quase fez perigar… Ler mais »