F1: Está Max Verstappen mais maduro?
Um dos grandes destaques da corrida de Singapura foi Max Verstappen. A forma como conseguiu gerir o seu ritmo e não cometer erros foi largamente elogiada e o principal motivo pela conquista do segundo lugar na 15ª jornada do mundial de F1.
Este desempenho surge depois de uma atitude completamente reprovável na defesa da sua posição com Bottas, que lhe valeu uma justa penalização em Monza. Não satisfeito, resolveu prejudicar a sua corrida só para provar que não seria ultrapassado por Bottas, não fosse a penalização.
É esta faceta de “Dr Jekyll e Mr Hyde” que vemos no jovem piloto da Red Bull várias vezes. É um facto que Verstappen ainda é jovem mas a experiência que já tem de F1 deveria evitar certo tipo de comportamentos. Verstappen chegou à F1 catapultado da F3 rotulado como a próxima grande estrela da F1 o que depressa confirmou com o seu enorme talento. Mas ao longo do tempo foi tendo algumas reacções que demonstram uma intempestividade que não favorece quem quer e pode ser campeão num futuro próximo (assim tenha o carro para isso). Com 75 GP no curriculo, quatro vitórias e 17 pódios, Max está já muito longe de ser um “jovem” na F1.
O exemplo de Monza é o ideal para mostrar o pior de Verstappen. São inúmeras as vezes em que o piloto insiste em defender o seu lugar de forma mais agressiva, o que só por si não é mau, mas que leva também a um número elevado de toques desnecessários. Todos queremos uma F1 com boas lutas e pilotos aguerridos. Mas chega um ponto em que os pilotos devem reconhecer que a ultrapassagem está praticamente feita e que é melhor esperar por outra oportunidade ao invés de tentar assustar quem está a meio da manobra. Kimi Raikkonen nos tempos da Lotus era o perfeito exemplo disso. Um piloto que sabia defender o seu espaço de forma aguerrida mas sem exageros e sempre respeitando o espaço do adversário. Outra futura estrela que começa agora a despontar, mostra uma atitude completamente diferente. Leclerc aparenta por vezes ter já vários anos de F1 tal a forma como encara certos desafios (basta relembrar a paciência que teve para ultrapassar Gasly)
Mas Verstappen é também capaz de manter o sangue frio como em Singapura, onde respeitou religiosamente a estratégia definida, e soube aumentar o ritmo e gerir nos momentos certos. Uma pilotagem soberba por parte do #33.
O próprio Ross Brawn não poupou nos elogios:
“O jovem holandês espremeu até à última gota o desempenho do seu Red Bull, primeiro quando inesperadamente se colocou na primeira linha da grelha no sábado e depois no domingo com uma condução impecável que mostrou maturidade. Ele até conseguiu aproximar-se de Hamilton, mas mesmo assim ele evitou riscos desnecessários, talvez ciente de que ele não tinha uma hipótese real de vencer. Isso mostra que o holandês tem todas as características de um futuro campeão. Não é suficiente apenas produzir performances fenomenais em algumas corridas, se outras são prejudicadas por erros desnecessários, mas cada vez mais as corridas de Verstappen são caracterizadas não apenas pelo ritmo prodigioso, mas também pela compostura.”
Numa coisa Brawn, tem razão. Verstappen tem sido tendencialmente mais maduro em 2018 e tem conseguido fazer uma gestão mais pensada. Mas ainda assim continua a mostrar laivos de uma juventude demasiado arrogante e desnecessariamente agressiva que não se coaduna com o estatuto de nº1 que irá usufruir no próximo ano.
É talvez por isso que Verstappen é alvo de tanta admiração e também ódio. Não é um piloto cinzento… ou é branco ou preto. Tem um ego grande é certo mas tem o carácter de manter a postura mesmo na adversidade como mostrou no início do ano, quando errou demasiadas vezes. Talvez tenham sido esses erros a acelerar o processo de maturação de Max, que ainda assim, de vez em quando, surge em pista em modo “Mad”. São pilotos como este que dão chama à F1. Alguns irão ver corridas só para o ver vencer, outros apenas para o ver falhar e apoiar o piloto que mais próximo estiver de lhe roubar a posição. Pessoalmente Verstappen ainda não tem a maturidade de um campeão (embora tenha todos os outros ingredientes em doses industriais), mas tem algo fundamental…uma crença inabalável em si. Uma forma de ver as corridas dele, e da qual não abdica, independentemente de quem gosta ou não. Uma postura que se adora ou se odeia, mas que dá um picante extra à F1. A maturidade chegará depressa, com certeza (2019 ajudar ainda mais, dada a responsabilidade que cairá sobre si), mas desconfio que teremos sempre momentos “Mad Max” no futuro. Será que é mau? Claramente que não!
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