F1: Equipas preparam-se para alguma incerteza na China devido à corrida Sprint
A Fórmula 1 prepara-se para o muito aguardado regresso à China, mas as equipas terão algumas dificuldades acrescidas com a introdução do formato de fim de semana Sprint, particularmente complicado após a ausência da competição do traçado chinês.
Os desafios únicos colocados pelo fim de semana Sprint, juntamente com a ausência de dados recentes sobre a pista, deixaram as equipas a braços com uma multiplicidade de incógnitas. Com apenas uma sessão de treinos disponíveis para afinar as suas configurações e estratégias, a pressão é grande para que tudo corra bem desde o início, o que levou Max Verstappen – que já não é grande fã do formato – a ironizar, dizendo que “é muito inteligente fazer isso”.
Para o tricampeão do Mundo, apesar de admitir gostar de pilotar no Circuito Internacional de Xangai, considera que “não é muito bom, digamos assim, fazer isso [formato Sprint]. Porque quando se está longe de uma pista há muito tempo, acho que nunca se sabe o que se vai passar, certo? Por isso, teria sido melhor ter um fim de semana de corrida normal. Por outro lado, é provável que apimente um pouco mais as coisas, e talvez seja isso que eles gostariam de ver. Mas do ponto de vista da condução, da performance na disciplina, penso que não é a coisa mais inteligente a fazer”.
Tendo uma opinião semelhante à do seu companheiro de equipa, Sergio Pérez sublinha que do ponto de vista do “espetáculo, provavelmente é bom”. Só que “do ponto de vista da preparação, vai ser realmente, muito difícil porque, por exemplo, nunca corrida lá com a Red Bull, por isso vai ser muito complicado fazer isso num único treino”.
Carlos Sainz sublinhou ser necessário separar o que é o circuito chinês e as dificuldades com a Sprint por causa da ausência da Fórmula 1 no traçado. “São dois temas diferentes. Penso que a China, enquanto circuito, é um ótimo circuito. Penso que é um dos nossos favoritos. Para toda a gente. É uma ótima pista de corridas e uma pista que oferece boas possibilidades de ultrapassagem, por isso faz sentido ter lá uma Sprint. Ao mesmo tempo, foi o que dissemos no briefing dos pilotos: dissemos à FIA e à Fórmula 1 que, com este tipo de carros, ir para uma pista com uma hora de treinos e diretamente para a qualificação, com os regulamentos que nos impuseram, com o desgaste das pranchas e coisas do género, e com o quão complicado um solavanco pode tornar o carro, penso que não é uma boa escolha optar por colocar o Sprint após quatro ou cinco anos de ausência. Também ouvimos dizer que está a ser feita uma repavimentação, por isso Istambul 2.0 pode estar a caminho! Espero que não. Portanto, isto mostra a incerteza. Talvez para os que estão em casa seja emocionante, mas para os engenheiros e pilotos é algo que, na minha opinião, não devemos arriscar e ter um fim de semana normal”, disse o espanhol.
Uma pista em que as equipas não têm dados, com estes carros, ser um fim de semana de sprint, é um pouco temerário, mas também é uma oportunidade para surpresas. As equipas que dependem das noites de simulador à sexta-feira vão ter mais dificuldade em acertar os carros.