F1: Desenvolvimento de suspensão própria pela AlphaTauri foi um erro que custou caro

Por a 21 Dezembro 2023 10:33

A tão falada a colaboração mais estreita entre a Red Bull e AlphaTauri, que resulta, entre outras coisas na expansão das instalações da equipa italiana no Reino Unido e num uso mais generalizado de componentes desenvolvidas em Milton Keynes, preocupa alguns adversários, apesar de Christian Horner sublinhar que será uma parceria muito diferente daquela que resultou no caso do monolugar da Racing Point, o ‘Mercedes cor de rosa’.

Olhando em retrospetiva, o diretor executivo da AlphaTauri, Peter Bayer, diz ter sido um erro a sua estrutura ter começado a temporada de 2023 com uma suspensão desenvolvida em Faenza, em vez de aproveitar os componentes da Red Bull que tão bem funcionaram no RB19. 

A nova forma da parceria Red Bull/AlphaTauri de encarar a Fórmula 1 vai dar aos italianos acesso aos conhecimentos técnicos e aos recursos de Milton Keynes, para que possa alcançar outros resultados sem acrescentar muitos mais gastos. Recordamos que esteve em equação a venda da estrutura italiana pela Red Bull, uma vez que os resultados não acompanhavam o investimento efetuado. Mas nem sempre foi assim. A AlphaTauri começou a temporada com o objetivo de adquirir menos componentes para o seu monolugar de 2023 à Red Bull comparativamente ao que aconteceu para o concorrente de 2022, realçando os responsáveis que o conhecimento adquirido durante a época de estreia do regulamento técnico, levava a equipa a saber onde pode poupar peso e qual o rumo certo do desenvolvimento. 

Houve uma mudança brusca desta ideia, até pelo fraco desempenho do AT04, passando os italianos a usarem a suspensão da Red Bull e assim continuará em 2024.

Afirma agora Bayer, citado pelos alemães do Motorsport-Total.com, que “a decisão inicial de seguir nosso próprio caminho com esses componentes críticos foi simplesmente um erro”. O responsável da equipa italiana sublinha que com o regulamento técnico que estreou em 2022 e “o novo nível de ‘downforce’ sendo tão dependente do [efeito] solo, a suspensão é a segunda coisa mais importante” dos atuais monolugares a seguir ao fundo muito trabalhado. Bayer realça que se estas duas zonas do carro não funcionarem em conjunto, não é possível ter desempenho em pista. 

O diretor executivo da AlphaTauri, que terá nova designação em 2024, admite que depois de começada a temporada é muito difícil desenvolver o carro para dar grandes passos em frente, como fez, por exemplo, a McLaren. Mesmo recebendo componentes da Red Bull, depois de produzido o carro pensado para outro compromisso, torna-se complicado fazer com que tudo funcione. No entanto, Peter Bayer identifica em que momento da temporada a sua equipa começou a perceber como podia melhorar o desempenho do AT04. “Em Singapura alguma coisa parecia funcionar melhor, mas não tínhamos a certeza”, realçou Bayer, depois da sua equipa ter recebido componentes da Red Bull. A equipa técnica liderada por Jody Egginton, afirma o mesmo responsável, analisou e tentou compreender “o conceito geral” do carro com as alterações. 

Durante grande parte da temporada, apesar das trocas de pilotos por escolha da equipa e da lesão de Daniel Ricciardo, a AlphaTauri não conseguiu somar pontos. Yuki Tsunoda revelou-se o piloto mais ativo nesta matéria, mas sem um carro que conseguisse ajudá-lo a terminar entre os 10 primeiros em várias corridas. Isso custou muito à equipa italiana, em termos desportivos e de reputação, mas com os componentes da Red Bull e a melhor compreensão de como os fazer funcionar no AT04, a fase final foi muito melhor. Por isso, para 2024, a suspensão traseira e frontal da equipa-irmã será usada no monolugar dos italianos, esperando-se que possam continuar com o bom desempenho que assistimos nas corridas finais de 2023.

Foto: Clive Mason/Getty Images/Red Bull Content Pool

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