F1: Comissão da FIA – o que está em cima da mesa
Dia 28 de Julho a Comissão de Fórmula 1 reunir-se-á em Spa-Francorchamps, onde se realiza no próximo fim-de-semana o Grande Prémio da Bélgica, sendo diversos os assuntos em agenda que poderão criar alguns atritos entre as equipas.
Em cima da mesa para discussão estarão, pelo menos, quatro temas – pneus, motores, transmissões e Tecto Orçamental.
A comissão de Fórmula 1 é composta pela FIA, a FOM e as equipas, contando cada uma destas entidades com dez votos, no entanto, as equipas podem votar livremente e independentemente, defendendo cada uma os seus próprios interesses que, normalmente, não estão alinhados com os das restantes.
Pneus e ramificações
Um dos temas em cima da mesa será os pneus da Pirelli que não precisam de mantas de aquecimento.
Os pilotos já se mostraram contra esta alteração e certamente que algumas das equipas também não estarão interessadas em seguir o caminho que a companhia italiana quer implementar, sobretudo, aquelas que sentem maiores dificuldades em aquecer as borrachas, como é o caso, por exemplo, da Mercedes.
Porém, se a nova família de pneus não for implementada, existem diversos rumores que apontam que a Bridgestone, que se candidatou à posição de fornecedora oficial da Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3 entre 2025 e 2027, estará vantagem para vencer o concurso da FIA.
Tecto Orçamental e as dificuldades das equipas mais pequenas
O Tecto Orçamental tem estado nas bocas do paddock, com boatos de que algumas equipas não terão cumprido o regulamento financeiro em 2022.
No entanto, em Spa o tema será outro – investimentos de capital.
Presentemente, as equipas podem investir trinta e seis milhões de dólares ao longo de quatro anos para melhorar as suas infraestruturas, o que segundo algumas equipas é notoriamente insuficiente.
As formações da frente, com o investimento que foram fazendo ao longo da última década, não têm necessidade de melhorar as suas ferramentas, mas formações como a Williams, Sauber e até a Alpine encontram-se em grande desvantagem face às estruturas da frente.
A equipa de Grove e a de Hinwil, que brevemente será a Audi, pretendem um incremento da verba de investimento, situando o valor que desejam entre os cinquenta e os oitenta milhões de dólares.
A Williams e a Sauber têm na Alpine um aliado, mas precisam de encontrar mais duas equipas que votem a favor das suas pretensões, o que nem sempre é uma facilidade.
Caixas de velocidade e poder político
São quatro as equipas que recebem caixas de velocidade completas de um fornecedor – Aston Martin, Williams, Haas e AlphaTauri – ao passo que a Sauber compra à Ferrari o miolo desse componente, mas constrói o seu próprio involucro de modo a ganhar independência para procurar as suas próprias soluções de suspensão e de aerodinâmica.
A formação de Faenza não tem queixas, mas as restantes três gostariam de deixar de estar dependentes dos seus fornecedores, tanto tecnicamente como politicamente, uma vez que é impossível presentemente trocar de fornecedor de uma temporada para a outra.
A FIA propõe que as caixas tenham dimensões normalizadas para que seja possível mudar de caixa de velocidade sem ter de trocar também de motores, mas isso vai contra os interesses de Ferrari e Mercedes que desejam poder continuar com a sua influência sobre as suas clientes.
Maior potência para a Renault?
A Renault foi, uma vez mais, apanhada pelas suas rivais, que foram evoluindo as suas unidades de potência com melhorias de fiabilidade, ao passo que a marca francesa se manteve imóvel no que diz respeito ao ganho de performance.
Segundo alguns rumores, a diferença entre o V6 turbohíbrido francês e o da Ferrari, da Honda e da Mercedes cifra-se presentemente em cerca de 30cv de potência, o que no cenário actual, com o desenvolvimento congelado, significa que a Alpine até ao final de 2025 teria esta desvantagem, que significa cerca 0,3s por volta.
A FIA está a investigar a situação e tem ao seu alcance a possibilidade de permitir a um fornecedor de unidades de potência desenvolver o seu motor de modo apanhar os seus adversários, caso se verifique uma diferença de performance substancial.
Christian Horner já se mostrou aberto aos intentos da Alpine, mas resta saber a posição da Mercedes e da Ferrari, que poderão tentar influenciar a entidade federativa.
Outros temas
Outros temas serão também discutidos, como será o caso das corridas Sprint.
A FOM deverá apresentar às equipas os seus planos para seis eventos com este formato, identificando os circuitos, podendo apresentar algumas alterações.
Segundo o que se fala no paddock, em 2024, na sexta-feira deverão ser realizados os treinos-livres e o Sprint Shootout, ao passo que no sábado serão disputados a qualificação para o Grande Prémio e a corrida sprint.
Também em discussão deverá estar as possíveis novas equipas, depois de Mohammed Ben Sulayem ter revelado que espera uma decisão até ao final de Agosto.
As equipas, a FOM e a FIA terão de discutir quem pagará a perda de receitas das actuais dez formações caso alguma candidatura seja aceite e, claro, ninguém quererá chegar-se à frente.
O BOP está a chegar!