F1 com Tacos e Tequillas: Uma mão cheia de pilotos mexicanos
Pedro Rodriguez foi o único piloto mexicano a vencer na Fórmula 1 até Sergio Perez o conseguir no GP de Sakhir em 2020. Desde aí, o piloto da Red Bull juntou mais seis triunfos, o último no Azerbaijão 2023, mas ao que parece, o balão esvaziou, e apesar de já ter chegado aos 280 Grandes Prémios, Pérez arrisca-se mesmo a fazer este fim de semana em AbuDhabi o último da sua carreira na F1. Seja como for, 280 Grandes Prémios, enquanto os restantes cinco mexicanos somam juntos, 167.
Desde o GP da Austrália de 2011 que Sergio Pérez está na F1, onde correu por quatro equipas, Sauber, McLaren, Force India e Red Bull, e hoje em dia é ele o único que coloca o México no mapa do desporto automóvel mundial ao mais alto nível, 54 anos depois de Pedro Rodríguez ter levado o Cooper T81 à vitória no GP da África do Sul de 1967, a primeira das 2 vitórias do piloto na Fórmula 1.
País com tradição no automobilismo de competição e, principalmente, uma forte afición, o México, por razões estruturais, não tem sido propriamente pródigo em pilotos de Fórmula 1 e, até agora, apenas seis mexicanos estiveram presentes nas grelhas de partida dos Grandes Prémios: Ricardo Rodríguez (1961/1962); o seu irmão Pedro Rodríguez (1963/1971); Moisés Solana (1963/1968); Hector Rebaque (1977/1981); Sergio Pérez (2011) e Estéban Gutiérrez (2013/2016).
De todos, Pedro Rodríguez e Sergio Perez foram os que alcançaram melhores resultados, conquistando duas únicas vitórias conseguidas por pilotos daquele país da América do Norte.
A história dos pilotos mexicanos na Fórmula 1 iniciou-se em 1961 quando Ricardo Rodríguez foi convidado por Enzo Ferrari para tripular um dos carros de Maranello no GP de Itália, conseguindo qualificar-se na primeira fila da grelha.
Apesar de ter desistido prematuramente na corrida, Enzo Ferrari propôs-lhe um contrato para o ano seguinte, infelizmente uma temporada menos bem-sucedida para a Ferrari, que decidiu retirar os seus carros nas corridas finais do Mundial. Assim Ricardo Rodríguez teve de alugar um Lotus a Rob Walker para participar na inauguração do GP do México, prova extra-campeonato, mas a sorte não esteve do seu lado e durante os treinos despistou-se violentamente na curva Peraltada, não resistindo, posteriormente, aos ferimentos causados e vindo a falecer.
Foram o seu irmão Pedro e Moisés Solana que seguiram as suas pegadas e, em 1963, Pedro Rodríguez participou nos seus dois primeiros Grandes Prémios de F1 nos Estados Unidos e no México, ao volante do Lotus 25, mas sem resultados assinaláveis. O mesmo sucedendo a Moisés Solana que, ao longo da sua curta carreira de oito GP’s apenas participou na ‘sua’ corrida e em duas nos Estados Unidos. Em 1964, e também no GP do México, Pedro conseguiu o seu primeiro ponto ao terminar a corrida em 6º lugar, no Ferrari 156 Aero da NART (North American Racing Team) e, em 1967, a primeira vitória no GP da África do Sul ao volante do Cooper-Maserati. Foi necessário esperar mais três anos (1970) para o piloto repetir o triunfo, desta vez no GP da Bélgica e com o BRM P153. Pedro Rodriguez viria a perder a vida um ano mais tarde, numa corrida de sport-protótipos em Norisring.
Em 1977, o México regressou à F1 pelas mãos de Hector Rebaque, que ao longo da sua carreira (1977/1981) participou em 41 Grandes Prémios alcançando 13 pontos. Não se pode apelidar Rebaque de sobredotado e foi graças a uma mala com dinheiro que deu o seu primeiro passo na F1, em 1977, ao volante de um Hesketh, tendo-se qualificado apenas uma vez. No ano seguinte decidiu criar a sua própria equipa e adquiriu um excelente Lotus 78 ex-fábrica com o qual viria a conquistar o seu primeiro ponto, ao terminar em 6º no GP da Alemanha. Em 1979 ainda participou na F1 com um ‘velho’ Lotus e, mais tarde, pediu à Penske que lhe construísse um monolugar. Insatisfeito com os resultados decidiu encerrar a equipa em 1980. Contudo, foi chamado para substituir Ricardo Zunino na Brabham, a meio da temporada e por lá ficou até ao final de 1981, quando colocou um ponto final na sua carreira na F1.
Hoje em dia, todas as esperanças dos adeptos mexicanos repousam nas prestações de Sergio Pérez, que depois de ter alcançado a sua primeira vitória com a Racing Point em 2020, foi substituído por Sebastian Vettel na equipa, rebatizada de Aston Martin. O piloto mexicano foi contratado in extremis pela Red Bull e no GP do Azerbaijão de 2021, aos comandos do Red Bull Honda, conquistou a segunda vitória da carreira.
FOTO Pedro Rodriguez (Jim Culp/Flickr)