F1: Candidatura da Andretti poderá ter sido aceite pela FIA, mas não pelas equipas e Liberty Media
Crescem os rumores sobre a luz verde da FIA à candidatura da parceria entre a Andretti e a Cadillac para formarem a 11ª equipa da grelha da Fórmula 1.
O Auto Motor und Sport avança hoje que surgiram mais rumores em Monza que a candidatura da Andretti Autosport reunia todas as condições da FIA e, portanto, receberia a licença da federação internacional para poder competir em 2025. No entanto, isso não quer dizer que esteja realmente na F1 nessa altura, e que seja fácil à equipa norte-americana, que avançou em parceria com a Cadillac, ser aceite pelos detentores dos direitos comerciais, que terão também de concordar com a decisão da FIA, ou que reúna consenso entre os restantes concorrentes.
Como sabemos, a maioria das 10 atuais estruturas não estão de acordo com a entrada de uma nova equipa na Fórmula 1, pelo menos até existir um novo Acordo da Concórdia que estipule um maior valor de taxa de entrada, algo que ainda está a ser discutido e que apenas entrará em vigor depois de 2025, altura em que termina o atual.
Em teoria, Michael Andretti e a sua estrutura terão o apoio de apenas duas das atuais equipas, que terão uma opinião diferente da maioria e da própria Liberty Media, que tem também de aceitar a candidatura, uma vez que é a empresa detentora dos direitos comerciais e partilha este ‘poder’ com a FIA.
Pode acontecer que seja anunciado que a candidatura reúne os requisitos exigidos pela FIA, mas não pode competir porque a Fórmula 1 não concede a licença comercial.
Há quem defenda que a legislação europeia pode beneficiar a Andretti, já que a não aceitação pode violar as rigorosas leis que promovem a concorrência aberta na União Europeia. No entanto, este argumento tem sido desvalorizado por fontes da Fórmula 1, avança a publicação The Race.
Caso o processo iniciado pela FIA, que sempre colocou como objetivo a entrada de uma ou duas novas equipas na disciplina rainha que rege, não tenha qualquer falha que possa ser apontada do ponto de vista legal, há a hipótese de abrir uma nova disputa entre a entidade federativa e o bloco Fórmula 1/equipas, minando as relações noutras questões a serem decididas na Comissão de F1.
A Andretti anunciou a reorganização das atividades no automobilismo, que passa a estar sob influência da Andretti Global. A estrutura norte-americana opera em várias disciplinas do desporto e a direção a tomar é entrar na F1. Já foi tentado de uma forma, com negociação infrutífera com a Sauber e agora a ideia é ‘escancarar’ a porta da competição com o assumir de todos os encargos à criação de uma nova equipa desde o zero.
Mas a Andretti pode ficar no meio de uma batalha entre dois blocos, ficando à espera para ver quem sai vencedor, enquanto quem perde com a possibilidade dessa nova disputa é a própria competição, tanto desportivamente como comercialmente.
Querer apostar no mercado americano e recusar uma equipa americana seria um tiro no pé da liberty.