F1, Balanço de verão: Alpine

Durante os testes de pré-temporada, o carro da Alpine parecia um completo desastre. O monolugar não só tinha excesso de peso, como também parecia errático do ponto de vista da pista, e estes problemas continuaram no início da época. Embora o carro não tenha recuperado totalmente, a Alpine conseguiu colocar-se numa posição melhor, conseguindo lugar consistentemente pelos últimos lugares pontuáveis.

No entanto, a equipa está em turbulência há já algum tempo. A constante mudança de pessoal provocou instabilidade, com o surgimento de um jogo de culpas entre o lado do chassi e o departamento de motores da Renault. O novo diretor técnico executivo, David Sanchez, tem agora a tarefa de resolver estes problemas. Espera-se que a sua influência se faça sentir nas próximas atualizações, centradas na melhoria da tração, no comportamento a baixa velocidade e na força descendente geral.

Para aumentar a complexidade, Flavio Briatore regressou como ‘conselheiro executivo’, desempenhando provavelmente um papel significativo nos bastidores. A sua presença, no entanto, pode estabilizar ou perturbar ainda mais a dinâmica da equipa, dado o seu historial de agitar as coisas.

Numa reviravolta surpreendente, a Alpine está alegadamente em conversações com a Mercedes sobre um potencial fornecimento de unidades motrizes, deixando de ser uma equipa de fábrica. Este movimento reflete o compromisso inconsistente da Renault com a F1 ao longo dos anos e destaca a atual desordem na equipa.

O Alpine A524, embora não apresente falhas fundamentais, começou a época com excesso de peso, o que prejudicou o seu desempenho nas rondas iniciais. Embora este problema tenha acabado por ser resolvido, a equipa tem tido dificuldade em recuperar a forma do ano anterior. 

O novo chefe da equipa, Oliver Oakes, oferece um vislumbre de esperança. A sua nova perspetiva poderá ajudar a transformar a Alpine numa equipa mais competitiva, mas precisará de tempo e autonomia para o fazer eficazmente. No entanto, apesar destas mudanças, é pouco provável que o desempenho da equipa em pista sofra uma transformação significativa esta época. A Alpine é ultrapassada por equipas como a Haas e a RB, o que é um sinal preocupante para uma equipa de fábrica, sendo-o ainda.

Dada a situação atual, talvez seja melhor a Alpine mudar o foco para 2025. Ao iniciar os preparativos com antecedência para a próxima época, a equipa pode ganhar vantagem no segundo pelotão altamente competitivo, reconhecendo haver pouco espaço para melhorias esta temporada.

Alpine – Nota 4

Foto: Philippe Nanchino/ MPSA