F1, Balanço de meio de época: Avaliação das equipas

Por a 17 Agosto 2021 11:00

Mercedes – O maior desafio da era híbrida

Desde o arranque da era híbrida, em 2014, a Mercedes conseguiu 102 vitórias em sete épocas, conquistando sete títulos de construtores e sete títulos de pilotos. A equipa germânica tem sido claramente a referência, sendo importunada pontualmente pela Ferrari, sem que a Scuderia conseguisse realmente levar a luta até ao fim. Foi preciso chegar a 2021 e ao último ano destes regulamentos técnicos para vermos a Mercedes finalmente pressionada e com um adversário de peso. O ano começou mal para os Flechas de Prata, embora os testes de pré temporada sejam sempre uma má amostra para o que se segue. Ainda assim, o ritmo não convencia e quem se destacava era a Red Bull. O campeonato manteve-se relativamente equilibrado nas primeiras jornadas, mas ficava a sensação que a Red Bull tinha alguma vantagem e que a Mercedes estava a maximizar todo o seu potencial. Chegou então o Mónaco e as fragilidades do W12 ficaram a nu, tal como no Azerbaijão, seguindo-se mais três provas sem vencer. Apenas após o polémico GP de Grã Bretanha e o atribulado GP da Hungria a Mercedes voltou ao topo.

A equipa alemã tem revelado algumas fragilidades que raramente foram expostas até agora. A maior pressão da Red Bull tem provocado mais erros, quer no plano desportivo com estratégias menos conseguidas, quer no plano da comunicação do Toto Wolff a perder por vezes a compostura, apesar de no geral a nota ainda ser claramente positiva nesses capítulos. Mas temos visto a mesma sede de vitória, resiliência e qualidade no desenvolvimento do carro.

Do lado dos pilotos, Lewis Hamilton mantém um nível tremendo. É verdade que tem tido a sorte do seu lado e não tem sofrido tantos percalços quanto o seu adversário direto, mas tem aproveitado todas as oportunidades que lhe foram apresentadas para vencer ou pontuar. Na luta direta com Max Verstappen estava a ficar por baixo, com o neerlandês a levar regularmente a melhor nos confrontos roda com roda e talvez Silverstone tenha sido, além de um incidente de corrida, uma afirmação clara do heptacampeão. Hamilton pode não estar a 100% fisicamente (como se viu no final da corrida húngara) mas mantém todos predicados que fazem dele um dos melhores de sempre.

Já Valtteri Bottas continua a não convencer, uma frase tantas vezes repetida. Incidentes, erros e falta de ritmo atiraram o finlandês para quarto, atrás de Lando Norris. Num ano decisivo para o seu futuro, pareceu inicialmente olhar apenas para si (o episódio em Barcelona, em que dificultou a ultrapassagem de Hamilton, foi um sinal), mas agora está claramente com o chip de “team player” e não se importa de ajudar Lewis. As próximas semanas deverão ditar o destino do #77, mas já se pode dizer que desperdiçou uma oportunidade de ouro na Mercedes e se ficar na equipa, não é certamente pelo que fez nesta metade de época.

Red Bull – Pressão em todos os campos

A Red Bull apresentou-se nos testes de Inverno muito forte e com um novo piloto a fazer dupla com Max Verstappen: Sergio Perez foi “resgatado” após o fim de contrato na Racing Point em 2020, para substituir Alexander Albon, acrescentando em teoria, a experiência necessária para a equipa se bater com a Mercedes, que tem dois pilotos capazes de pontuar em todas as corridas.

Os testes serviram para provar ao vivo, aquilo que vinha a ser apregoado por todos na estrutura liderada por Christian Horner: o carro estava realmente forte e podia fazer frente ao monolugar da Mercedes. Ainda se levantaram dúvidas, sobre se conseguiriam os Red Bull, realmente bater a toda poderosa Mercedes. Depois dos testes, e com a Red Bull a ser considerada favorita para a primeira ronda do ano no Bahrein, poderia a Mercedes estar a esconder algum do seu jogo?

Max Verstappen conquistou a pole à frente de Lewis Hamilton, mas o seu novo colega de equipa, Sergio Perez, apenas se qualificou em 11º. O neerlandês estava na frente, mas isolado com dois pilotos Mercedes à sua volta, não sendo o cenário imaginado quando o mexicano foi contratado, sendo o único piloto que não veio do programa de pilotos jovens, desde David Coulthard e Mark Webber. Estaria o piloto a precisar de mais tempo para perceber o seu novo monolugar? É unânime, que a equipa produz os carros a pensar no estilo de pilotar de Verstappen, com os companheiros a terem que se habituar. Por isso a dificuldade de Alexander Albon e Pierre Gasly.

Sergio Perez é um piloto que dispensa apresentações. É um sobrevivente. Desde que teve o convite para ingressar na McLaren e ter sido dispensado, parecia que a sua carreira tinha terminado, mas o mexicano conquistou o seu espaço na Force India (depois Racing Point) e provando que tem qualidades mais que suficientes para estar no pelotão da F1. Na aventura na Red Bull, Perez tem novamente que mostrar argumentos, tendo mais pressão em cima dos seus ombros que nos anos todos que passou na estrutura anterior. Durante toda a primeira metade da época, se levantaram dúvidas sobre se Sergio Perez era capaz de “entregar” os resultados necessários à equipa, muitas vezes injustamente, mesmo depois de ter vencido a corrida do GP do Azerbaijão. O seu lugar é apetecível e mesmo que seja anunciada a sua continuação em 2022, as dúvidas vão surgir. O mexicano foi apenas o quinto piloto da Red Bull a vencer uma corrida, o que diz bem das suas qualidades.

Em sentido oposto, está Max Verstappen. Ser considerado o “underdog”, o piloto que não tem obrigação de vencer, mas que está a lutar pelo título, parece retirar alguma da pressão, pelo menos numa fase inicial da temporada. Depois do acidente de Silverstone, a sua imagem ficou um pouco afetada por dois motivos: primeiro, também teve parte da responsabilidade no incidente, com manobras agressivas que já no passado o fizeram parecer um piloto que exagera em certos momentos; segundo motivo, Lewis Hamilton não deu um passo atrás e o facto de não ter deixado passar o neerlandês naquela curva, provou que não vai entregar o ceptro de campeão sem dar luta, aumentando mesmo o nível.

A pausa de verão veio a calhar para Verstappen. Duas corridas consecutivas muito negativas, com a liderança a fugir-lhe das mãos. Pode recuperar, capacidades para isso tem o piloto, mas descansar, e parar um pouco para articular novo ataque a Lewis Hamilton, faz-lhe bem.

Um último apontamento para a cúpula da Red Bull. Helmut Marko e Christian Horner têm feito um bom trabalho, ao pressionarem a Mercedes como podem, alimentando uma guerra de palavras que, para além de desviar a atenção para alguns erros próprios, faz com que os adversários sintam o peso de ter um adversário à altura.

Ferrari – O ressurgimento

O caminho da Ferrari nesta era híbrida tem sido de altos e baixos, mas em 2020 assistimos a uma das maiores quedas de performance da Scuderia desde 1980. A Ferrari sabia que tinha de se recompor e preparar o futuro (a entrada dos novos regulamentos) e como tal, Mattia Binotto operou uma reestruturação, termo muito comum quando se fala da equipa italiana. As chefias dos departamentos técnicos foram revistas, tal como a organização hierárquica e a dupla de pilotos foi alterada, com a troca de Sebastian Vettel por Carlos Sainz, que forma com Charles Leclerc a dupla mais jovem da história da Ferrari, um sinal claro para dentro e fora da estrutura que o pensamento estava a ser feito a médio prazo.

2021 foi encarado com uma espécie de ano zero, em que a equipa se prepara para 2022. O carro revisto, com uma aerodinâmica melhorada e a unidade motriz também sofreu evoluções, mas o foco principal da equipa está na próxima época pelo que o monolugar deste ano nunca seria alvo de grandes evoluções. No entanto, a Ferrari apresentou uma boa base para fazer o seu ressurgimento e lutar pelo terceiro lugar, objetivo assumido abertamente por Binotto. Os engenheiros fizeram um bom trabalho, tal como a dupla de pilotos. Depois de uma relação com altos e baixos com Vettel, Leclerc encontrou em Sainz o companheiro de equipa ideal. O espanhol integrou-se muito bem na Scuderia e criou laços saudáveis com Leclerc, deixando de lado qualquer tipo de rivalidade (para já), com ambos focados no desenvolvimento da equipa. Como todos os pilotos que mudaram de equipa este ano, Sainz demorou um pouco a adaptar-se à nova máquina, mas foi dos primeiros a consegui-lo. O melhor elogio que se pode fazer ao espanhol é que tem estado muito perto das prestações de Leclerc e até tem mais três pontos nesta altura. Leclerc também está numa fase positiva. Não tem deslumbrado, mas tem conseguido pontos importantes. É claramente a estrela da equipa, mas encontrou em Sainz uma boa referência, com a presença do espanhol a exigir mais.

A Ferrari mantém os pontos fracos do passado (erros estratégicos nas corridas) e tanto Sainz como Leclerc, apesar da boa época que estão a fazer, têm cometido erros que se pagam caro nas lutas pelos primeiros lugares. No caso de Sainz, os erros causam alguma estranheza depois de duas épocas quase imaculadas na McLaren, o que pode significar que os pilotos têm de andar mais no limite para chegar às posições desejadas. Para já a Ferrari mostra um passo em frente positivo face a 2020, o que não era difícil de todo, mas fica a sensação que se tivesse um carro para lutar pelo título ficaria a perder ainda para a Mercedes e Red Bull, que são estruturas mais fortes e mais preparadas para este tipo de combate.

McLaren – Lando Norris tem sido o pão que alimenta

Muito se esperava da junção de Daniel Ricciardo e Lando Norris na McLaren. O marketing tem poucos segredos para o CEO da equipa, Zak Brown, que possivelmente viu neste alinhamento, uma delícia para os milhares de adeptos da equipa. E foi, mas Norris chegou diferente. Mais concentrado nas corridas e numa relação diferente com o seu novo companheiro de equipa, daquela que tinha com Carlos Sainz. O jovem tem provado, em 10 corridas das 11 realizadas, que é o pilar da equipa. Claro que é necessário que Ricciardo consiga subir de rendimento, até porque os adversários diretos – a Ferrari – tem dois pilotos que estão muito próximos em termos de desempenho em corrida. No entanto, Lando Norris tem encantado e se (poucas) dúvidas houvesse que tinha capacidade de lidar com a pressão constante de apresentar resultados, o piloto tem respondido em pista. Envolveu-se na luta entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, perdendo apenas porque o seu monolugar ainda não é um carro de topo. As 15 corridas consecutivas a pontuar, apenas foram interrompidas por causa do acidente causado por Valtteri Bottas na Hungria.

Daniel Ricciardo está apagado, uma sombra daquilo que já fez e, acreditamos, do que ainda é capaz de conseguir. A ambientação ao monolugar demorou mais tempo do que anteriormente fez na Renault. Pelo que parece, o MCL35M é um carro difícil de conduzir, que precisa de alguma paciência para colocar todo o seu potencial em pista, mas Ricciardo não é nenhum piloto estreante ou com pouca experiência. Com os cortes no orçamentos das equipas, já não é possível testar como antigamente, e por isso, o australiano passou muito tempo no simulador, para tentar descobrir todos os segredos da máquina de Woking. É possível que até ao fim do ano, o piloto possa apresentar alguns resultados que igualem aquilo que a equipa tinha em mente quando o contratou, mas até agora, Ricciardo esteve muitos furos abaixo, principalmente quando toda a gente esperava que conseguisse melhor que Norris.

Em termos de desempenho coletivo, a McLaren parece estar no bom caminho. Desde a entrada de Zak Brown que os resultados têm vindo a subir, bem assente em termos financeiros e desportivos.

Alpine – Cuidado com as aparências

Apesar de este ano ter mudado de nome e de cores, a Alpine não é mais do que a continuação do projeto Renault, com outra cara. Realça-se no entanto que a estrutura foi toda remodelada para acabar com vícios e erros do passado. Com Luca de Meo (CEO da Renault) mais presente e com uma estrutura organizativa repensada, a Alpine entrou em 2021 com o mesmo objetivo das épocas anteriores: chegar o mais perto possível do pódio e preparar 2022. Ao contrário dos anos anteriores, não foram feitas promessas que dificilmente se iriam cumprir, especialmente com um monolugar que é a terceira versão do modelo de 2019, com uma filosofia perto de esgotada. Mas como as mudanças foram muitas, a tolerância para a Alpine seria sempre grande nesta época que começou a meio gás para a equipa. Foram presença assídua nos pontos, mas nas primeiras corridas a diferença de andamento para a McLaren e Ferrari não era disfarçável. As últimas provas desta primeira metade revelaram uma evolução positiva com resultados e performances em crescendo e com corridas bem executadas, apesar de ainda não ao nível das candidatas ao terceiro lugar.

Esteban Ocon, que em 2020 fez o seu regresso que foi coroado com um pódio no GP de Sakhir, começou esta época com a concorrência de um nome de peso. Fernando Alonso regressou para fechar o seu ciclo na F1, mas o jovem francês não se atemorizou e começou o ano com boas prestações, de tal forma que a equipa renovou com ele por dois anos. Depois da renovação vieram prestações francamente más, mas a equipa trocou de chassis e Ocon voltou à forma inicial, chegando mesmo a surpreender o mundo quando venceu na Hungria. Voltou a mostrar os atributos que fizeram dele um dos talentos a ter em conta para o futuro em 2018 e 2019 e esta primeira metade da época tem de ser positiva para Ocon. Também Alonso merece nota positiva. Depois de dois anos parado, não é fácil regressar e ser competitivo, mas o espanhol aos poucos tem voltado a mostrar o que faz dele um dos melhores de sempre. E além das boas prestações, vem com uma mentalidade diferente, mais focada para a equipa, mais paciente. Este Alonso é um tremendo trunfo para a equipa e tem tudo para ser candidato, se tiver carro para isso no futuro.

Alpha Tauri – Em luta com a Aston Martin

Se Lando Norris tem sido o pão que alimenta a McLaren, Pierre Gasly tem tido o mesmo papel na Alpha Tauri. Yuki Tsunoda tem alguma margem, menos por parte de Helmut Marko, para fazer “asneiras”, já que é o seu primeiro ano. A dupla deverá manter-se em 2022, mas Gasly merecia outros voos. O francês tem trazido a equipa às costas e muito mais não pode fazer, tentando provar ao mundo que a sua saída precoçe da Red Bull foi um erro.

Gasly é atualmente 8º classificado, em igualdade pontual com Daniel Ricciardo, que tem um carro ligeiramente melhor que o AT02 da Alpha Tauri. O francês consegue estar classificado à frente dos dois pilotos da Alpine e da Aston Martin. Isso demonstra bem o desempenho de Gasly na primeira metade de 2021.

Yuki Tsunoda esteve muitos furos abaixo, tendo até começado bem o ano, com o 9º lugar no GP do Bahrein, mas a partir daí o seu rendimento baixou bastante, tendo sido enviado para Itália, para ser supervisionado e mais focado no trabalho com os engenheiros. Por sinal, parece que Tsunoda está a ter mais espaço de manobra que outros pilotos do programa da Red Bull não tiveram. A grande incógnita é saber até quando.

Aston Martin – Abaixo das expectativas

O regresso da Aston Martin esteve envolto em grande expectativa e entusiasmo. Uma marca mítica que voltava ao palco maior do automobilismo, tendo como base uma das equipas mais eficientes da F1(Force India / Racing Point), famosa por fazer muito com pouco, agora com meios para outros voos. Lawrence Stroll orquestrou esta jogada e esperava ter, pelo menos, o sucesso da época anterior. Mas os novos regulamentos complicaram a vida aos carros com a filosofia aerodinâmica usada pela Mercedes e por sua vez copiada pela Racing Point, agora Aston Martin. Tal traduziu-se numa quebra na performance da equipa, que tentou fazer jogo político para reverter a situação, sem sucesso como seria de esperar. A luta neste momento é pelo top 5 com a Alpine, sem argumentos para chegar à McLaren ou à Ferrari.

A Aston Martin não começou bem, tal como não começou Sebastian Vettel, a estrela da equipa, recém contratada à Ferrari. O alemão chegou para dar estatuto, visibilidade e experiência, mas as performances iniciais não entusiasmaram até com alguns erros a relembrar fantasmas antigos. O alemão foi evoluindo com a equipa e depois de quatro corridas fora dos pontos, fez um quinto lugar no Mónaco, seguido de um pódio no Azerbaijão. Voltou a pontuar na França e desde então tem ficado a zero (já com a desclassificação na Hungria, onde foi segundo). Mas Vettel é agora um piloto mais sorridente, e as prestações em pista têm sido bem melhores. Com a melhoria da Aston este ano e em 2022 se tudo correr bem, poderemos ver Vettel a fazer mais “gracinhas”. Para já o balanço é positivo. Quem também começa a afastar alguns fantasmas é Lance Stroll. Não que tenha subido muito o nível em relação ao ano passado, mas as críticas foram-se esbatendo, beneficiando também da entrada de Nikita Mazepin que se tornou no novo alvo das críticas dos fãs. Stroll não tem brilhado como Vettel, mas tem sido mais regular e pontuado com mais frequência. Não vimos ainda o brilhantismo que o seu pai e os responsáveis da equipa continuam a referir, mas nota-se mais alguma maturidade em pista… apesar de não ser ainda o suficiente para entusiasmar, pois ainda não teve prestações ao nível de Lando Norris, George Russell ou até Pierre Gasly. Já mostrou que pode ser um bom piloto para o meio da tabela, mas não mais que isso, olhando para o que tem feito nesta primeira metade de época.

Williams – Perder George Russell vai fazer mossa

Desde o GP da Alemanha em 2019 que a Williams não pontuava. Até que chegou o GP da Hungria de 2021, numa corrida marcada pelo abandono por acidente de muitos pilotos, e os dois pilotos da equipa conquistam pontos. Uma felicidade para centenas de funcionários da equipa, que passaram alguns anos sob pressão de poderem perder o trabalho. A Williams bateu mesmo no fundo, a mesma estrutura que levou sete pilotos ao título mundial. Tem agora nos seus carros, dois pilotos completamente diferentes: George Russell já não é a esperança britânica na F1, é mais uma certeza que tem muito valor; Nicholas Latifi vai andando pela F1 sem convencer. Ironicamente, o canadiano tem mais pontos que o companheiro de equipa. Não terá um futuro muito diferente que este, que é tentar passar à Q2 em qualificação e poder lutar por um ponto ou outro. A ser verdade as palavras de Jost Capito, quando disse que a Williams não precisava de pilotos pagantes, precisava sim, de pilotos que conseguissem levar à recuperação desportiva, a continuação de Latifi pode estar em dúvida.

A continuação na equipa de George Russell está, sem dúvidas, em equação, mas isto porque o piloto tem mercado, tem equipas interessadas e deverá ser anunciado, brevemente, como piloto da Mercedes. Encontrar um piloto que, para além de apresentar resultados, compreenda o que é pertencer à Williams, vai ser complicado. Substituir Russell vai ser difícil.

Alfa Romeo – Longe de convencer

A Alfa Romeo não mudou muito do ano passado para este ano. O alinhamento de pilotos manteve-se igual e as performances em pista também. Não será justo falar em estagnação, pois com 2022 à porta, é normal que a equipa esteja focada no futuro, com o presente a ter pouca importância, mas a Alfa tornou-se numa equipa “nem carne nem peixe”. Conquistou três pontos nesta primeira metade da época, em três corridas específicas como Mónaco, Azerbaijão e Hungria. As melhorias no motor Ferrari traduziram-se numa evolução normal, mas nada que permitisse à equipa evidenciar-se. Neste momento a Williams, que vem de um péssimo momento, tem 10 pontos, graças à louca corrida húngara e se no papel a Alfa é superior na maioria das pistas, essa superioridade não está patente no que temos visto.

Antonio Giovinazzi mantém a toada do ano passado. Tem sido mais rápido na qualificação mas em corrida continua a ficar atrás de Kimi Raikkonen, mas parece ter lugar garantido por mais uma época, um bom prémio pela sua evolução. Já o finlandês continua com o seu “hobbie” de correr na F1 e mostra ainda competitividade, embora também se notem mais alguns erros que o habitual. Tem-se queixado da falta de competitividade do seu monolugar no rádio, o que é uma prova que a Alfa precisa fazer mais e melhor. Veremos se é este ano que Kimi pendura o capacete ou se renova para experimentar os novos carros, mas fica a sensação que o melhor de Kimi já lá vai e que a Alfa beneficiaria de sangue novo.

Haas – Dinheiro de Mazepin não trouxe resultados

Günther Steiner foi obrigado a prescindir de Romain Grosjean e Kevin Magnussen para 2021, trazendo para a equipa um piloto da academia Ferrari, Mick Schumacher, que veio para “rodar” tendo o sonho de chegar a uma equipa de topo no futuro, e um piloto que trouxe dinheiro, muito precioso nos tempos que correm para a estrutura criada por Gene Haas, Nikita Mazepin. O piloto da Rússia, criticado pelo comportamento dentro e fora de pista, tem sido batido constantemente pelo companheiro de equipa, provando que o dinheiro, por muito que possa ser benéfico para o dia a dia da equipa, não trouxe resultados visíveis, pelo menos por agora. Apelidado de “Mazespin”, por causa dos piões que regularmente aconteciam, Mazepin tem passado mais despercebido nesse aspecto, nas últimas corridas.

Schumacher, que já foi apontado como possível piloto da Alfa Romeo, algo que não deve acontecer, tem tido alguns apontamentos bons, misturados com alguns acidentes causados pela inexperiência. A verdade é que os seus pontos altos nas primeiras 11 corridas da época, foram a passagem à Q2 em Paul Ricard (GP de França) e o sonho de conseguir pontuar na Hungria, que no final não passou disso mesmo. No entanto parece claro que há potencial para um futuro risonho, com uma meia época positiva.

Estatísticas até agora
Vitórias – Pilotos
1. Max Verstappen 5
2. Lewis Hamilton 4
3. Sergio Pérez 1
4. Esteban Ocon 1
Vitórias – Equipas
1. Red Bull 6
2. Mercedes 4
3. Alpine 1
Pole Positions
1. Max Verstappen 5
2. Lewis Hamilton 3
3. Charles Leclerc 2
4. Valtteri Bottas 1
Pódios
1. Max Verstappen 8
2. Lewis Hamilton 8
3. Valtteri Bottas 6
4. Lando Norris 3
5. Sergio Pérez 2
6. Carlos Sainz 2
7. Pierre Gasly 1
8. Sebastian Vettel 1
9. Charles Leclerc 1
10. Esteban Ocon 1
Nº de voltas na liderança
1. Max Verstappen 403
2. Lewis Hamilton 128
3. Esteban Ocon 65
4. Charles Leclerc 50
5. Sergio Pérez 26
6. Valtteri Bottas 19
7. Sebastian Vettel 4
8. Fernando Alonso 2
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