F1: As diferenças em relação ao ano passado
Ontem tivemos finalmente uma amostra real da hierarquia das equipas da F1 na atualidade. E as comparações com o ano passado não podiam ser mais claras.
A Mercedes continua a ser a equipa mais forte. Não surpreende esta afirmação nem a pole conquistada ontem por Valtteri Bottas, que até se deu ao luxo de matar saudades dos ralis e cortar um pouco de relva na sua última tentativa. Dá para tudo! Hamilton ficou um pouco abaixo do esperado mas já se sabe que o britânico não costuma começar muito forte e os ares da Áustria, por algum motivo, não o inspiram tanto. Claros favoritos como esperado.
Da Red Bull esperava-se um desafio mais forte à Mercedes. Ficou claro que dificilmente Max Verstappen ou Alex Albon teria hipótese de lutar pelo pódio. Em ritmo de qualificação, a Red Bull ainda não tem argumentos, mas hoje veremos se na corrida podem compensar. É neste capítulo que os Bull´s têm conseguido compensar algumas fragilidades. Mas em ritmo de qualificação ainda há trabalho a fazer.
A Ferrari começou da pior maneira. Sebastian Vettel de fora da Q3 e Charles Leclerc a passar por uma unha negra. E na Q3, não fossem as voltas menos conseguidas de Carlos Sainz e Lance Stroll, a humilhação poderia ser pior. Esperava-se uma Ferrari abaixo do desejável, mas a prestação de ontem foi confrangedora… Ficar atrás da McLaren e da Racing Point é um rude golpe no ego italiano. Serão dois fins de semana penosos, com um “novo” carro apenas previsto para a Hungria. até lá resta minimizar os estragos mas com o que vimos até agora, não será fácil.
There was nothing between @alex_albon and @SChecoPerez in qualifying on Saturday
Both finished Q3 with identical times of 1:03.868 👀 😮 ⏱#AustrianGP 🇦🇹 #F1 pic.twitter.com/kXlRLpoqeW
— Formula 1 (@F1) July 5, 2020
No meio da tabela esperava-se uma Racing Point forte, mas a McLaren conseguiu superar a equipa rosa. Lando Norris esteve imparável e meteu Sérgio Pérez e Lance Stroll “no bolso” com duas voltas excelentes, quer na Q2 assim como na Q3. Notou-se alguma falta de confiança por parte de Sainz pois uma volta com menos erros teria colocado o espanhol ao nível do seu colega de equipa. Para já a McLaren aguentou o confronto com a Racing Point, mas em corrida o cenário poderá ser diferente. A McLaren não apresentou um ritmo de corrida particularmente apreciável no treino 2 e poderá sofrer hoje, caindo a vantagem para a a RP, que é tendencialmente mais forte em corrida, com Perez e Stroll mais à vontade nos domingos. Pérez está confiante, motivado e tudo o que seja abaixo do top6 será uma desilusão para o mexicano, que costuma afinar os seus carros para a corrida, dando pouco ênfase à qualificação, o seu ponto fraco.
A Alpha Tauri não foi carne nem peixe e ficou ali no meio das duas mais fortes do meio do pelotão e das desilusões Haas e Alfa Romeo. Esperava-se mais destas equipas e a comparação com os tempos do ano passado mostram um retrocesso. Do lado da Alpha Tauri, houve progressos, é certo, mas não foram o suficiente para chegar ao topo do meio da tabela… algo que não surpreende.
Por fim, a Williams deu um passo interessante. George Russell ficou muito perto da Q2 e com o ritmo de corrida que apresentaram no treino 2, esperam-se mais sinais positivos… mas com moderação.
Resumindo, para já, as notas positivas vão para a Mercedes, McLaren e Racing Point, as notas negativas para a Alfa Romeo e Haas e uma nota muito negativa para a Ferrari. Quanto aos pilotos, Bottas, Norris, Pérez são destaques pela positiva, enquanto Esteban Ocon, Kimi Raikkonen e Nicholas Latifi foram os que menos impressionaram até agora.
O resto da avaliação continua a partir das 14h.
IT’S RACE DAY!
Here’s how Sunday’s starting grid looks in Austria#AustrianGP 🇦🇹 #F1 pic.twitter.com/RarfkiVf1P
— Formula 1 (@F1) July 5, 2020