F1: Andretti deve comprar uma estrutura existente, insistem chefes de equipa
Os chefes de equipa incitam a Andretti a seguir o caminho da Audi para entrar na Fórmula 1, revelando-se surpreendidos pelas últimas novidades deste caso, que envolveu o Congresso dos EUA.
Os chefes de equipa da Fórmula 1 defendem que a Andretti deve entrar no desporto através da aquisição de uma equipa existente, uma estratégia semelhante à utilizada pela Audi na Sauber. Esta recomendação surge no meio de uma ‘novela’ que se vai arrastando e que envolveu, recentemente, congressistas norte-americanos que acusam a F1 de violar as leis concorrenciais naquele território.
A entrada da Audi na Fórmula 1, que ocorrerá através da aquisição da equipa Sauber, é vista como um modelo para a Andretti. Ao assumir o controlo de uma equipa estabelecida, a Audi garante que começa com uma infraestrutura sólida, pessoal experiente e uma base competitiva, tornando a transição mais suave e mais viável. Apesar da Andretti-Cadillac ter confirmado Pat Symonds como um dos seus elementos para o projeto da F1.
“A Andretti tem uma grande herança nas corridas. Mario é uma lenda do desporto. E, claro, a Cadillac, um grande fabricante automóvel dos EUA. Penso que a Fórmula 1 disse que, em 2028, se viessem com o seu próprio motor, iriam obviamente, penso eu, rever [a decisão], mas, para além disso, penso que se a Andretti quiser vir, tal como a Audi adquiriu a Sauber, penso que assim protegia o atual ‘franchise’ e a estabilidade que temos no desporto, então, obviamente, o melhor caminho a seguir é adquirir uma das equipas existentes”, disse Christian Horner durante a conferência de imprensa dos responsáveis das equipas no Mónaco, questionado sobre os últimos avanços neste tema.
Alessandro Alunni Bravi, representante da Sauber, tem a mesma opinião de Horner, acrescentando que “é claro que a Cadillac é uma grande empresa e isso qualifica este projeto como um projeto potencialmente bom, mas há um caminho que é o de comprar uma equipa existente. E penso que o processo posto em prática pela Fórmula 1 é claro. Um projeto muito sólido. Por isso, penso que eles sabem qual pode ser o caminho”.
Bruno Famin, da equipa Alpine, que teve um contrato válido para fornecimento da sua unidade motriz ao projeto norte-americano liderado por Michael Andretti, sublinhou ser preciso “ter muito cuidado para não diluir e preservar o valor do campeonato e também das equipas. E há duas maneiras: compram uma equipa ou trazem valor suficiente para o campeonato para compensar”.
Abordando a situação que envolve o Congresso dos EUA e a possibilidade de existirem sanções à Fórmula 1, cujos direitos comerciais são detidos por um grupo norte-americano, Peter Bayer considera que todo o processo decorreu de forma transparente e que não há nenhum problema em aceitar projetos daquele país. “A FIA efectuou uma análise técnica. A Fórmula 1 analisou depois o potencial comercial, e é mais ou menos esse, penso eu, o ambiente com que lidamos atualmente. E acredito certamente que o desporto tem feito muito para chegar aos Estados Unidos. Temos três corridas nos EUA. Temos dois patrocinadores americanos. Por isso, penso que o desporto todo abraça os Estados Unidos”, disse o diretor-executivo da Visa Cash App RB.
Um pouco mais vocal, Horner recordou que “somos propriedade dos EUA. Temos cinco empresas da Fortune 500 no nosso carro. Penso que isto não tem nada a ver com o facto de a Andretti ser americana ou algo do género. Acho que tem a ver puramente com o modelo de negócios que é a Fórmula 1”.
O responsável da Red Bull salientou ainda que “não há muito tempo havia sempre duas equipas na cauda da grelha que precisavam de ser resgatadas ou que estavam tecnicamente insolventes. Finalmente, chegámos a uma posição em que existe uma grande força e saúde na Fórmula 1 e a Liberty tem de ser felicitada por isso, porque criou um modelo em que até a pior equipa da Fórmula 1 tem provavelmente uma avaliação de mil milhões de dólares e a Liberty criou esse modelo. Penso que a abordagem que adquiriram, abrindo o desporto e trazendo um novo público e novos fãs para o desporto, é de louvar. Fiquei surpreendido por ver que a Andretti seguiu este processo [recorrendo à pressão do Congresso dos EUA], mas espero que, se quiserem realmente encontrar uma forma de entrar na grelha, a encontrem, mas penso que a solução mais natural é adquirirem um ‘franchise’ existente, caso este queira ser vendido”.´
Antes do Grande Prémio do Mónaco, Mario Andretti afirmou que o diretor-executivo da Liberty Media prometeu fazer todos os possíveis para bloquear a entrada do projeto Andretti na Fórmula 1.
Há uma razão para não quererem mais equipas, as equipas de topo mantêm o sonho de alinhar com 3 carros, para isso acontecer basta 2 ou 3 desistirem da F1 e não venderem as estruturas. Por exemplo a Alpine, não acredito que venda a estrutura, pois precisa dela para o WEC.
Acha que é mesmo essa a razão, que querem três carros? Elas querem é ganhar, ganhar, ganhar cada vez mais dinheiro, não gastar mais, que é o que aconteceria com três carros.
Eles se pudessem gastar mais dinheiro gastavam, mas não podem devido ao teto orçamental.
Pois… E quantas equipas estão à venda?
Esta estúpida ganância está a irritar-me bastante. Que saudades dos tempos em que tínhamos 26 carros em pista.
A grande culpada é a FIA, que deu muito poder à FOM.