F1, Alta Frequência: Como Verstappen e Hamilton ‘viveram’ o incidente de Jidá
O Grande Prémio da Arábia Saudita ficou marcado por muita polémica, mas foi o toque entre Lewis Hamilton Max Verstappen que foi o mais marcante, um incidente que teve como origem falta de comunicação e em que o inglês não foi tão inocente como quis fazer parecer.
O contacto entre os dois candidatos ao título foi espoletado por outro incidente em que os dois tiveram mais uma altercação.
Tudo começou na trigésima sétima volta, após uma situação de Safety-Car Virtual para remover da pista um pedaço do Aston Martin de Sebastian Vettel, que depois de toques inocentes com Yuki Tsunoda e, depois, Kimi Raikkonen, deixava um rasto de carbono pela pista.
O inglês terminou a neutralização muito próximo do holandês, chegando à zona de detecção do DRS a menos de um segundo do líder, podendo usar o dispositivo na recta da meta.
O piloto da Mercedes lançou um ataque por fora na travagem para a Curva 1, ficando claramente à frente, mas o seu adversário da Red Bull, como é hábito, recusou ceder, deixando a travagem para tão tarde, que teve de recorrer à escapatória, obrigando Hamilton a fazer o mesmo para evitar o toque entre eles, o que deixou tudo na mesma.
No entanto, pouco depois, em redor da Curva 22, a Red Bull informava o seu piloto de que deveria ceder a posição a Hamilton, mas de “forma estratégica”.
Isto significava que deveria deixar passar o piloto da Mercedes de forma a poder activar o DRS e poder recuperar o comando na recta da meta. Este procedimento não é anormal, toda gente o faz ao longo da grelha de partida, inclusivamente, Hamilton.
Porém, entre ter recebido a informação de Gianpiero Lambiasi e ter iniciado o procedimento para deixar passar o inglês, passaram apenas dez segundos.
Este curto espaço de tempo tornou impossível a Peter Bonnington avisar Hamilton antes da acção começar a decorrer, tendo falado das intenções de Verstappen pela primeira vez ao seu piloto precisamente no momento do impacto entre ambos.
É verdade que o inglês não sabia exactamente o que se estava a passar, porém, a sua acção não é tão inocente como nos pretendeu fazer crer.
Se Verstappen tivesse com problemas técnicos que o obrigassem a reduzir substancialmente, Hamilton não iria manter-se no escape do Red Bull do holandês, evidentemente que o ultrapassaria. Portanto, o heptacampeão do mundo, apesar de não ter sido informado, teria uma ideia clara das intenções do seu rival e não estava disposto a branquear a atitude deste – que no fundo estava a cumprir uma penalização pela sua defesa no início da volta – para depois ficar à mercê dele na recta da meta, perdendo de novo o comando.
Verstappen, por seu lado, estava determinado em ceder a posição e, quando viu que Hamilton estava, também, ele a reduzir o seu andamento, travou para provocar a ultrapassagem do piloto da Mercedes. O azar de ambos é que o inglês se manteve sempre na traseira do Red Bull, apesar de ter o lado esquerdo da pista completamente livre.
No fundo, foi a falta de informação e a teimosia de ambos a provocar o incidente, tendo os dois conjurado para que o toque ocorresse.
Talvez no futuro se possa determinar um procedimento que permita a ambos os pilotos saberem o que realmente se está a passar, muito embora, Hamilton não tenha sido uma peça inocente na ocorrência.
lewis hamilton é UM PILOTO SUJO.