F1: Alain Prost comparou os carros do seu tempo com os atuais

Por a 16 Outubro 2021 12:30

O confronto de gerações irá sempre existir e a questão “qual foi a melhor época da F1” permanecerá sempre, com várias respostas. Mas Alain Prost foi desafiado a escolher entre os carros da sua era, ou os da era moderna, o francês deu uma resposta lógica, mas que deve ser ouvida com atenção.

Para Prost, é impossível comparar eras, pois cada carro exigia coisas diferentes e os pilotos da atualidade teriam mais dificuldades nos carros antigos, assim como os pilotos antigos teriam mais dificuldades com os novos monolugares:

“O piloto pode adaptar-se a todos os tipos de carros, e eu próprio me coloquei essa pergunta”, disse Prost. “Mas lembro-me que, nos últimos anos, conduzi um carro moderno de Fórmula 1, e também conduzi o meu carro de 1985, que estava na Áustria. Na mesma semana pilotei o Lotus e o Red Bull moderno. Estes carros não são muito diferentes em termos de tecnologia, mas são todos perfeitos. A ergonomia no carro é muito, muito melhor do que a que tínhamos, mas a sensação não era a mesma. Conduzi o meu carro desde 85, tinha exactamente os mesmos sapatos, fato de competição, capacete e o carro tinha as mesmas posições de pedal de quando o deixei. Pilotei o carro com uma caixa de velocidades mecânica, obviamente, com a embraiagem, e o que senti 30 anos antes voltei a sentir em cerca de meia volta. Conseguia sentir tudo, conseguia sentir o pedal, conseguia sentir o vento, conseguia sentir a aderência… A forma como se trava, o carro vai um pouco para a frente”.

Prost explicou que os carros modernos são menos intuitivos para ele, e que os pilotos hoje em dia têm de aprender um estilo de condução muito mais específico para poderem tirar o máximo partido deles.

“Estes carros modernos não são para nós. É preciso ser jovem, é preciso ser treinado para o fazer logo após o karting. Estes tipos de carros não são para nós, por isso divertimo-nos menos”.

Prost recordou um dia em que o seu filho, Nico, que também é piloto de corridas, veio a Paul Ricard para testar um Renault de 1983 e teve dificuldades para se adaptar à caixa de velocidades manual.

“Lembro-me de quando Nico [Prost] veio e pilotou o meu carro de 83 em Paul Ricard, ele fez apenas duas ou três voltas e disse que era uma me***! Tivemos de parar porque ia partir a caixa de velocidades, porque nunca tinha trocado de velocidade com a embraiagem. É realmente a prova de que é preciso viver com o seu tempo, com a sua geração, e não se pode ter as duas coisas – é quase impossível.”

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12 Comentários
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can-am
can-am
3 anos atrás

Qualquer carro de stand de topo de gama tem mais electrónica que um F1.
Os carros do tempo dele tinham tecnologias que estão proibidas há muito na F1,como suspensões electrónicas,controle de tracção, partida automática, uso de materiais raros e ditos perigosos e outras.
Os carros actuais são evolucionismos… São, mas com as tecnologias que os regulamentos lhes permitem ter.
Imensa tecnologia está proibida, a bem da segurança e da competição dizem eles. Nos últimos anos em que ele correu, os Williams foram as máquinas mais evoluidas tecnologicamente que já andaram nas pistas de F1. Depois a FIA proibiu tudo..

Last edited 3 anos atrás by Speedway
2020
2020
3 anos atrás

Já agora, compara também os pilotos e as atitudes da época comparado com os de hoje, bem como os critérios…. Tudo muito diferente… Resumindo e batalhando, a tecnologia onde tudo se consegue, para o bem e menos bem…

pica
pica
3 anos atrás

Eu não sei se o Senna chegou a conduzir com mudanças ao volante.
Mas gostava de ver o Senna no Mónaco com um carro de mudanças no volante.

Ayrton da Silva
Ayrton da Silva
Reply to  pica
3 anos atrás

Conduziu em 1992, 1993 e 1994. No entanto no Mónaco foram 2 vitorias com carro de mudanças de borboleta em 1992 e 1993. No entanto a sua melhor corrida no Mónaco foi em 1989.

pica
pica
Reply to  Ayrton da Silva
3 anos atrás

Obrigado pela informação amigo Ayrton da Silva.

917/30
3 anos atrás

Que carro tão bonito este 641/2, lembro-me muito bem dele no Estoril com Prost e Mansell, e o magnífico som do V12…

Daniel Sousa
Daniel Sousa
Reply to  917/30
3 anos atrás

O verdadeiro Ferrari. Bons tempos. Apesar de este ano também estar a ser bom.

Scirocco
Scirocco
3 anos atrás

Alain Prost têm evidentemente razão. Qualquer dos novos pilotos, e ele mesmo, teria muita dificuldade em conduzir os F1 de Fangio ou de Jim Clark. Só num ponto ele não têm razão – a beleza (ou a falta dela) dos F1 actuais em comparaç\ao com os da altura dele (e o som evidentemente) – mas isto é a perspectiva de um espectador e não de um piloto

Daniel Sousa
Daniel Sousa
Reply to  Scirocco
3 anos atrás

A beleza e o som eram talvez maiores. Mas a ciência dos carros de agora é a nova beleza. Motores híbridos são fabulosos, embora menos bonitos de se ouvir.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
3 anos atrás

Prost: é impossível comparar carros de época diferentes.
Also Prost: faz uma comparação entre carros de épocas diferentes.

Last edited 3 anos atrás by Frenando_Afondo™
McFamba
McFamba
3 anos atrás

O Prost disse tudo. Guiou os 2 carros, dos anos 80 e os atuais. Quem melhor que pilotos como ele (ou filho) para dizer a diferença? Vi num video um homem de uns 60 anos pedir a 2 jovens (16 a 17 anos) para ligarem um número pelo telefone dos anos 70/80 (onde se discavam os números). Estiveram minutos a tentarem, sem saberem se o auscultador tinha de estar no descanso ou não. São da geração do digital, do touch. Por outro lado, os mais velhos sabem responder logo quantos são 7+9.Os novos vão logo á calculadora do telemóvel, exagero… Ler mais »

asfalto
asfalto
3 anos atrás

Dará para dizer que antigamente conduziasse, agora guiasse…

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