F1: A tenacidade de Alonso
O piloto espanhol da McLaren é admirado por uns e odiado por outros. Nunca foi um piloto que reunisse unanimidade, até pelo seu feitio algo difícil e pela forma como conseguia colocar a equipa do seu lado em detrimento dos colegas. Pode-se não gostar do homem mas é muito difícil não admirar o piloto. Alonso deu em Baku mais uma vez uma prova inequívoca de que é um dos melhores.
O campeão espanhol vem desde os tempos da Ferrari a fazer omeletes sem ovos. Vice-campeão por três vezes na Scuderia, nem sempre teve o melhor material à disposição, mas mesmo assim conseguiu levar a luta até ao final. Das suas 32 vitórias, 11 foram conquistadas vestido de vermelho (em 96 GP). Das 5456 voltas feitas com um monolugar de Maranello… apenas 531 foram feitas na liderança. Mas mesmo assim conseguiu ficar a 4 pontos do campeão Vettel em 2010, em 2012 ficou a 3 pontos do título.
Há uma imagem na época de 2014 de Alonso a lutar furiosamente com o seu carro, que conseguiu domar, depois de este tentar repetidas vezes atira-lo para fora de pista. A forma como cerrou o punho, depois daquela luta invisível para a maioria, era reveladora. A mesma tenacidade que usou em várias situações foi a mesma que o levou a dar mais de meia volta com um carro apenas em duas voltas, enquanto outros encostaram na primeira escapatória possível nas ruas de Baku. Foi essa vontade férrea de continuar a lutar que lhe permitiu, mesmo com um carro longe das melhores condições, chegar a um improvável sétimo lugar. Beneficiou de várias desistências é certo, mas só continuando em pista o poderia ter feito.
Por certo este texto terá direito a várias criticas de fãs acérrimos de outros pilotos ou apenas de adeptos da F1 que não conseguem gostar do espanhol. Todas as opiniões serão válidas até porque a F1 lida com algo muito importante que é a emoção e é essa que faz deste desporto um dos mais interessantes do mundo. Mas Alonso, independentemente de todos os seus defeitos, já provou por diversas ocasiões que o seu talento e a sua força mereciam mais. A forma como se adaptou em Indianápolis foi reveladora da sua capacidade e só não conseguiu um resultado memorável porque mais uma vez o motor Honda resolveu pregar-lhe uma amarga partida. Em Daytona, também revelou um ritmo muito competitivo. mesmo com um carro que não era o mais competitivo. No próximo fim de semana inicia a sua aventura no WEC onde tem legitimas aspirações em ser campeão. Um piloto com esta qualidade e versatilidade é difícil de encontrar. Mais difícil ainda encontrar um piloto com coragem para sair da sua zona de conforto, especialmente com a sua visibilidade. Nem todos estão dispostos a exporem-se a um possível fracasso… ou nem todos terão a confiança nas suas capacidades como tem o espanhol. Uma coisa é certa… é um privilégio poder ver pilotos desta qualidade.
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