F1: A tempestade que Christian Horner enfrenta
Christian Horner atravessa provavelmente o momento mais complicado da sua já longa carreira na Red Bull. O chefe de equipa esteve no centro de várias polémicas e agora vê peças-chave da equipa a assumirem outros projetos. Será que Horner tem capacidade para se reerguer?
O começo da história
Christian Horner, nomeado chefe de equipa da Red Bull Racing em 2005, com 31 anos, tornou-se o mais jovem a ocupar o cargo na Fórmula 1. Sob a sua liderança, a Red Bull conquistou 6 Campeonatos de Construtores e 7 Campeonatos de Pilotos, incluindo épocas dominantes com pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen. Horner desempenhou um papel fundamental no recrutamento de Adrian Newey e orientou a equipa tanto no seu crescimento inicial como no seu domínio atual, incluindo uma época histórica em 2023 com 21 vitórias em 22 corridas. As suas contribuições para o desporto automóvel valeram-lhe uma OBE em 2013 e uma CBE em 2023. A Red Bull cresceu graças ao trabalho árduo de Horner.
O papel de Helmut Marko
Mas nem só Horner é responsável pelo sucesso. Também Helmut Marko tem grande responsabildade no crescimento da equipa. Helmut Marko tem sido uma figura central no sucesso da Red Bull na Fórmula 1, liderando o Programa de Desenvolvimento de Pilotos da Red Bull desde 1999 (ainda antes da entrada da Red Bull na F1) e servindo como conselheiro para as operações de F1 da equipa desde 2005. Conhecido pela sua abordagem dura, Marko tem sido fundamental na descoberta e desenvolvimento de talentos de topo como Sebastian Vettel, Max Verstappen e Daniel Ricciardo. As suas contribuições ajudaram a Red Bull a garantir quatro Campeonatos de Construtores e Pilotos consecutivos de 2010 a 2013, juntamente com o recente domínio de Verstappen. Apesar dos seus 80 anos, Marko continua ativamente envolvido na estratégia de Fórmula 1 da Red Bull, sem planos para a reforma.
Horner e Marko eram as peças centrais de uma organização que contava com o apoio incondicional de Dietrich Mateschitz, um apaixonado pela competição que deu fundos e estabilidade para que a Red Bull se tornasse numa das melhores equipas da F1. A sua morte foi o começo da instabilidade na Red Bull.
Mateschitz garantia a estabilidade
Desde a morte de Dietrich Mateschitz, em outubro de 2022, a equipa de Fórmula 1 da Red Bull tem enfrentado tensões internas, apesar do sucesso contínuo nas pistas. A estabilidade da liderança foi inicialmente assegurada, mas surgiram controvérsias recentes. O diretor da equipa, Christian Horner, enfrentou uma investigação interna em 2024, por supostos comportamentos abusivos, que acabou por ser arquivada. Também houve relatos de tensões com Helmut Marko, o principal conselheiro da Red Bull, gerando preocupações sobre o futuro de Max Verstappen devido à sua relação próxima com Marko.
A Red Bull já enfrentou muitos desafios. Depois da subida até ao topo, à boleia do trabalho de Adrian Newey e do talento de Sebastian Vettel, que levou a quatro títulos consecutivos (2010 a 2013), a estrutura sediada em Milton Keynes conseguiu sobreviver ao horrível arranque da era híbrida, com os motores Renault a desapontarem, aproveitaram o plano a falta de paciência e flexibilidade para “desenterrar” o plano que Ron Dennis tinha gizado na McLaren com a Honda e criou uma parceria forte com a marca nipónica, que está na base do recente sucesso da equipa, já com Max Verstappen.
O momento mais difícil da Red Bull?
Pode dizer-se que a Red Bull já passou por momentos difíceis, mas este é o momento mais duro para Horner. Perdeu Mateschitz, o garante de estabilidade, a relação com Marko deteriorou-se, foi apanhado numa polémica que fragilizou a sua posição na equipa, viu Newey sair para a Aston Martin, Jonathan Wheatley aceitar o desafio da Audi e Rob Marshall mudar-se para a McLaren. A força da Red Bull era a solidez da sua estrutura diretiva que, na sua base se manteve inalterada desde 2005.
Horner vai ter de ser reinventar, vai ter de enfrentar uma nova era na Red Bull que, além de chassis, irá fabricar unidades motrizes. Um novo projeto que terá de começar a dar frutos desde o seu arranque, pois não faltam interessados à saída do britânico da equipa.
Horner como Wolff
O estilo de Horner não é o mais agradável. Não foge à guerra de palavras, muitas vezes é ele que a provoca. Gosta de espicaçar os seus adversários… ou pelo menos gostava, pois não o tem feito nos últimos meses. Provavelmente entendeu que não precisa de mais inimigos nesta fase. Horner passa um pouco pelo que Toto Wolff passou quando Niki Lauda faleceu e a equipa perdeu alguns nomes importante. Wolff ainda procura o norte apesar de a Mercedes estar melhor agora. Será Horner capaz de passar por esta tempestade incólume e manter a Red Bull no caminho do sucesso? Será que estas saídas e esta instabilidade vai tirar a equipa do rumo das vitórias? Max Verstappen servirá um pouco como o barómetro da situação. A sua manutenção implica que o futuro ainda parece risonho. A sua saída pode ser um sinal que o futuro da Red Bull não agrada. E se Horner perde o seu grande trunfo, a sua posição fica ainda mais fragilizada.
Fase muito complicada para Horner que vai ter dificuldade em sair dela airosamente.A saida de Newey e mais algum pessoal técnico altamente especializado são a sua principal missão no imediato dado esta tambem ter impacto na eventual permanência de Max Verstappen. Acresce a isto o ter uma espécie de Relações publicas no seu pior (H. Marko) que sofre de incontinência verbal e um idiota que têm o lugar de “Pai” do Max e que não se coibe de instalar a discórdia através da imprensa.
O desmonte da Red Bull, para mim, por responsabilidade exclusiva de Horner.