F1: A segunda vida de Alex Albon

Por a 20 Agosto 2023 11:31

A história de Alex Albon é de superação, de ir contra as probabilidades, de altos e baixos. É a história de um jovem talentoso que esteve por duas vezes para ficar para trás, mas com trabalho, humildade e dedicação, conseguiu conquistar o seu lugar.

O tailandês Alexander Albon, nascido em Inglaterra, é filho de um ex-piloto de BTCC e da Porsche Carrera Cup (Nigel Albon). As corridas já estavam no sangue da família e o jovem também enveredou por esse desporto, começando a destacar-se logo nos karts, onde foi muito bem-sucedido, com uma sucessão de títulos conquistados.

Passou pelo programa de jovens pilotos da Red Bull, mas não ficou por lá muito tempo e a sua carreira parecia estar condenada, com poucos apoios e com a necessidade de vencer na F2 para sonhar com ida para a F1. Nesse ano (2018), a luta pelo título aconteceu até ao fim, mas sorriu a George Russell, que ficou à frente de Lando Norris e de Albon. O tailandês parecia ter o rumo traçado, com um contrato assinado com a Nissan para a Fórmula E, mas a saída de Daniel Ricciardo da Red Bull levou à promoção de Pierre Gasly, abrindo uma vaga na Toro Rosso. O resto da história já é bem conhecida.

Alex Albon sempre foi um piloto subvalorizado, por não ter tido uma carreira recheada de sucessos nos monolugares e o tempo que passou na Toro Rosso foi demasiado curto para causar impacto duradouro. Foi para a Red Bull onde ficou refém da “maldição Verstappen” não conseguindo encontrar forma de igualar o seu colega de equipa. Mas o facto da Red Bull ter escolhido Albon para o lugar do despromovido Gasly deveria ser um sinal claro. Mais ainda, a insistência da Red Bull no piloto e a permanência na equipa eram a confirmação do valor de Albon, que apenas teve azar no contexto e na janela temporal que encontrou.

Foi decisivo na conquista do título de Max Verstappen em 2021, com o trabalho de simulador a ser elogiado por toda a estrutura da Red Bull. A Williams olhou para Albon e viu um bom candidato a substituir Russell (com o próprio Russell a meter uma “cunha” para o seu amigo) e não se terá arrependido da escolha. No ano passado, Albon conseguiu quatro pontos para a equipa e este ano já vai nos 11 pontos, com prestações muito sólidas. Não podemos medir o que Albon tem feito apenas pelos pontos. Mas se dissermos que ninguém na equipa sentiu saudades de Russell que foi provavelmente um dos melhores pilotos da equipa dos últimos anos e que conseguiu um pódio inesperado em 2021, isso diz muito da capacidade de Albon.

Agora, no seu segundo ano pela Williams, todos na equipa gostam do piloto, da sua postura, do seu trabalho e admiram o seu talento. Esta segunda vida de Albon é um prémio merecido pela sua persistência, pela sua capacidade de conseguir encontrar um novo rumo. De tal forma que, segundo as últimas notícias, Albon está em conversações com cinco equipas, algumas delas de topo. Que futuro para Albon? Não se sabe ainda, mas o tailandês é daquelas histórias que vale a pena ser contada. Por duas vezes viu o sonho da F1 escapar-lhe por entre os dedos. Por duas vezes o seu talento falou mais alto e agora vai cimentando a sua posição na F1.

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