F1: A lição de Pierre Gasly

Por a 9 Dezembro 2019 10:00

Foi uma época difícil para Pierre Gasly, com muitos altos e baixos. Mas no final de contas, o francês pode sorrir com o que conseguiu em 2019, apesar de não ter conquistado os resultados desejados.

A época de Gasly começou como um sonho, mas depressa se tornou num pesadelo. O francês chegou a Barcelona, em Fevereiro, com a mala cheia de esperança e vontade de provar o seu valor. Bastou a primeira semana para perceber que a sua tarefa seria dificultada pelas circunstâncias. O primeiro acidente com o RB15 terá roubado grande parte da confiança que trazia da boa época na Toro Rosso. O segundo acidente, na segunda semana de testes sentenciou o que seria a sua curta passagem pela Red Bull. A confiança esfumou-se e a própria equipa começou a olhar de lado para o francês.

Os maus resultados sucederam-se e apenas o Mónaco e a Grã-Bretanha deram algum alento. As diferenças de andamento entre Gasly e Max Verstappen eram demasiado evidentes e o francês não conseguiu encontrar soluções. Foi despromovido à Toro Rosso, dando lugar a Alex Albon, acabado de chegar da F2, naquele que foi mais um golpe duro da Red Bull a um jovem. Mas olhando friamente para as aspirações de uma equipa de top, tornou-se numa decisão inevitável. Na altura da troca, defendi que tal manobra era injusta e que Gasly deveria ter tido o resto da época para se recompor e provar o seu valor… na F1 a justiça é um conceito nem sempre fácil de entender.

Este era um filme semelhante ao de Daniil Kvyat, uma espécie de sequela que não queríamos ver, mas Gasly foi o herói que Kvyat não conseguiu ser. Se no caso do russo o desânimo acentuou a queda, já o jovem francês agarrou-se com unhas e dentes ao que tinha e quis provar que não estava acabado. Foi ganhando confiança a cada corrida e foi mostrando o potencial que tinha evidenciado no ano passado também na Toro Rosso. Foi crescendo até ao fantástico pódio em Interlagos. Aí aguentou um hexacampeão do mundo e conquistou um inesperado segundo lugar. Foi o momento de redenção. Gasly afastou os fantasmas do passado e retirou de cima de si um peso tremendo.

Com esta segunda metade de época, Gasly voltou a sorrir e voltou a ser tido em conta pela Red Bull. O seu regresso à “casa mãe” será difícil até porque Albon não desperdiçou a oportunidade e parece ter tudo para se estabelecer, mas com esta segunda metade da época terá pelo menos lançado alguma dúvida nos responsáveis, o que dadas as circunstâncias é um bom prémio de consolação. Gasly mostrou que o segredo é nunca desistir, tentar sempre e se cair… pelo menos tentar cair de pé. Foi o que fez, num ano em que o seu sonho lhe escapou pelos dedos, além de ter visto um dos seus melhores amigos partir. Gasly não será o mais talentoso da sua geração, mas pelo que fez nesta segunda metade, merece o respeito de todos, pois para um jovem piloto, aguentar o que ele aguentou… não é para todos.

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