F1 2023, Análise aos pilotos: Yuki Tsunoda / Nyck de Vries / Liam Lawson / Daniel Ricciardo
A Alpha Tauri teve um ano diferente, com quatro pilotos a vestirem as cores da equipa ainda sediada em Faenza. A segunda equipa da Red Bull não teve um ano fácil, mas as últimas cinco corridas permitiram uma recuperação que quase ameaçou o sétimo posto da Williams. A Alpha Tauri ficou a três pontos da Williams, mas deu boas indicações para o futuro.
Com um carro inicialmente pouco competitivo, os pilotos tiveram de fazer o melhor possível, com o material à disposição. A primeira dupla, Yuki Tsunoda e Nyck de Vries, conseguiu apenas dois pontos nas primeiras 11 corridas, com Tsunoda a ser o homem mais rápido em toda a linha. Muitos esperavam que de Vries se assumisse como chefe de fila, com Tsunoda ainda a mostrar pouca maturidade, mas o já experiente piloto neerlandês não conseguiu mostrar o que se esperava.
De Vries nunca esteve à altura do desafio e Tsunoda passou a ser o n.º1. Os desempenhos de de Vries foram tão pouco convincentes que a equipa avançou para uma mudança de piloto a meio da época. De Vries foi vítima da pouca paciência da Red Bull, da desconfiança de Horner e da vontade de colocar Daniel Ricciardo a competir o quanto antes, para precaver qualquer eventualidade.
De Vries não teve muito tempo para se evidenciar, mas olhando para o que fez Liam Lawson fica no ar a sensação que os responsáveis da Red Bull estavam certos. Lawson foi chamado para substituir o lesionado Daniel Ricciardo que fraturou o pulso e teve de ficar cinco corridas afastado das pistas. Lawson fez um trabalho estupendo, demorando pouco tempo para se aproximar do ritmo de Tsunoda. Nas cinco corridas que fez convenceu todos que tinha qualidade para correr na F1. De Vries não conseguiu no dobro do tempo.
Daniel Ricciardo mostrou um pouco do “velho Ricciardo” após recuperar da lesão. Nas primeiras corridas não mostrou nada digno de nota, mas no segundo regresso do ano, mostrou um andamento mais de acordo com o que se espera dele, ajudado pelas melhorias que a equipa fez. Ricciardo pontuou apenas numa corrida (México) mas mostrou bons apontamentos.
Tsunoda foi o homem do ano na Alpha Tauri. Ainda tem que crescer, ainda falta maturidade em certos momentos, mas foi sempre o piloto mais rápido. O grande desafio para 2023, que era enfrentar de Vries, acabou por ser fácil, Lawson aproximou-se mais, mas a falta de preparação do jovem neozelandês não permitiu um confronto justo, tal como com Ricciardo. Tsunoda terá de se bater com um Ricciardo completamente preparado em 2024, esse, sim, o grande desafio de Tsunoda. O japonês é muito rápido, mas continuamos a achar que não tem estrutura mental suficiente para ser um piloto de topo. Este ano já mostrou mais apesar de ter borrado a pintura no GP do México onde podia ter dado pontos importantes à equipa (que levariam a Alpha Tauri ao sétimo posto). Mas nas últimas cinco corridas, pontuou três vezes, compensando o erro. Tsunoda tem talento… mas ainda falta algo.
Notas AS
Nyck de Vries – Nota 3
Liam Lawson – Nota 7
Daniel Ricciardo – Nota 6
Yuki Tsunoda – Nota 8
“ De Vries foi vítima da pouca paciência da Red Bull, da desconfiança de Horner e da vontade de colocar Daniel Ricciardo a competir o quanto antes, para precaver qualquer eventualidade.”
Mais um tiro ao lado, este fim de temporada é sempre a dar. Foi apenas e somente vítima de si mesmo e da sua notória falta de qualidade para o pináculo do desporto motorizado.