E se os melhores engenheiros não quiserem ir para a F1?

A F1 é unanimemente considerada o pináculo do automobilismo, onde os melhores do mundo se juntam para fazer os carros mais rápidos do planeta. Para isso, centenas de engenheiros trabalham arduamente para encontrar soluções engenhosas. E se a F1 deixar de contar com os melhores?
O problema surge devido ao limite orçamental. Com a limitação de gastos, surge também a limitação nas promoções salariais dos engenheiros. E isso pode levar a um êxodo das melhores mentes para outras competições que pagam melhor.
O antigo engenheiro da Red Bull, Blake Hinsley, criticou os baixos salários na Fórmula 1, argumentando que alguns engenheiros da F1 ganham menos do que os que trabalham a tempo parcial no Campeonato do Mundo de Resistência (WEC). Apesar dos vastos recursos financeiros da F1, Hinsley afirma que o pessoal técnico é mal pago, suportando longas horas de trabalho e muita pressão.
Hinsley revelou nas redes sociais que um recrutador lhe ofereceu um salário de engenheiro de corridas de F1 inferior ao que ganhava em part time no WEC. Hinsley culpou o limite de custos da F1 e sugeriu que os chefes de equipa dão prioridade aos lucros em detrimento de salários justos.
“Acabei de ter uma conversa informal com um recrutador sobre um trabalho como engenheiro de corrida na F1. O salário MÁXIMO deles era inferior ao que eu ganhava no ano passado como engenheiro de performance a tempo parcial no WEC numa equipa LMDh”, revelou o antigo engenheiro da Red Bull.
“Porque é que os chefes de equipa não defendem com mais força o aumento do limite de custos para acomodar o aumento do custo de vida e da inflação? Ah, sim… porque as equipas que são rentáveis, é provável que os patrões e os acionistas possam embolsar uma parte do que não gastam”, continuou a crítica do americano nas redes sociais.
Atualmente a trabalhar em corridas de resistência, não manifestou qualquer interesse em regressar à F1, citando o seu calendário exigente e a falta de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Criticou os organismos que regem a F1 por subvalorizarem os engenheiros, considerando a situação prejudicial para o desporto e para a sua força de trabalho.
“O barco da F1 já partiu para mim – não tenho qualquer interesse num calendário de 24 corridas. Desisti às 21 corridas porque queria ter uma vida. Estou a aprender sobre corridas de resistência e adoro isso. Posso fazer muito mais do que podia fazer na F1, na pista ou numa fábrica, e adoro o desafio. Mas também me irrita que a FOM, a FIA e as próprias equipas estejam a lixar o desporto (incluindo um grande número dos meus amigos) ‘porque é F1′”.
A questão dos salários baixos na F1 começa a ser cada vez mais referida. Além da extrema exigência de um calendário de 24 corridas, o problema dos salários baixos faz com que a F1 vá atraindo jovens engenheiros acabados de sair da Universidade, que começam a trabalhar longas horas para receber um salário baixo para a exigência, com uma paixão que é sugada ao máximo. Chegará a altura em que as equipas vão pagar o preço se não mudarem de postura e não quiserem dar mais a quem tanto dá para um desporto que vive de milhões.
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Os salários como em tudo na vida são dominados pela oferta e pela procura e se uns não querem vão aparecer outros que aceitam, para os melhores haverá sempre lugar, até dão cotas.