Ayrton Senna, 30 anos: Suzuka em dois actos: injustiça e vingança
22 de Outubro de 1989, GP do Japão. Penúltima prova do Campeonato do Mundo, que é liderado por Prost, com 16 pontos de vantagem sobre
Senna. Este fez a Pole, mas foi lento na largada e deixou o francês ir para a frente da corrida, que chegou a liderar com mais de 5s de avanço até às trocas de pneus. Foi a partir daqui que Senna desferiu o seu ataque final. Pouco a pouco, a diferença entre ambos foi diminuindo e na 47ª volta, foi tempo do tudo ou nada: na travagem para a última chicane, os dois McLaren tocaram-se e ficaram parados, lado a lado.
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Prost apressou-se a sair do ‘cockpit’, convencido de que Senna iria fazer o mesmo – isso dar-lhe-ia de imediato o título. Só que Senna conseguiu convencer os comissários a retirá-lo do local, aproveitando para voltar a colocar o motor em funcionamento, reentrando na corrida. Na volta seguinte foi às boxes, trocou o ‘nariz’ do McLaren e regressou, a tempo de conseguir passar o líder, Alessandro Nannini e ganhar a corrida. Só que, pouco depois do final da prova, Ayrton Senna foi logo desclassificado deliberadamente pelo Presidente da FIA Jean-Marie Balestre, a ‘pedido’ do seu amigo Alain Prost – que, depois de sair do McLaren, se apressou a subir à torre de controlo, onde a sua presença (ou a de qualquer outro piloto) não era permitida – que, desta forma, garantiu o título mundial.
Para Ayrton, foi a desilusão e a injustiça. A Vingança 21 de Outubro de 1990, GP do Japão. De novo, o mesmo cenário, incluindo a Pole de
Senna. Mas existiam duas diferenças importantes: era ele quem liderava o campeonato e Prost já não era o seu colega de equipa pois tinha-se passado para a Ferrari. Na partida, o Ferrari, colocado na melhor parte da pista – a que não estava suja… – largou melhor e chegou à primeira travagem ligeiramente na frente, mas com Senna logo atrás. O brasileiro tentou passar pela direita, sem sequer se preocupar em travar.
O embate foi inevitável e os dois carros saíram aos piões para a escapatória, onde ficaram imobilizados. Sem se olharem, os dois pilotos deixaram os respetivos cockpits e saltaram para o lado de lá dos rails.
Para Ayrton foi a vingança: era campeão da mesma forma que o seu rival tinha sido 364 dias antes. Um ano mais tarde, perante uma plateia de estupefactos jornalistas, no fim de semana do GP da Austrália que encerrava a temporada, Senna abriu toda a alma e admitiu que a manobra tinha sido deliberada. Curiosamente, alguns dos presentes mostraram-se desiludidos e chocados com a revelação mas também houve quem não ficasse surpreendido…
Hélio Rodrigues, In Memoriam
Penso que a “vingança” de 89 tem ser melhor explicada. Inicialmente, 88, foi desclassificado por não cumprir com a distância regulamentar, só depois analisaram os movimentos dos comissários e supostos duplos movimentos. A própria sequência dos eventos nãoffoi normal. Os comissários não penalizaram Senna de imediato. Apenas depois da intervenção de prost e Balestre. Foi tão polémico que no GP da Austrália ainda havia esperança na Mclaren que poderiam reverter a sanção. Mas o pior veio depois. O Senna foi perseguido e humilhado pela FIA após o acidente. Foi obrigado a pagar uma multa de 100,000 USD, teve a licença… Ler mais »