As contas das equipas que ainda não venceram na Fórmula 1

Por a 4 Dezembro 2017 19:12

A F1 é um campeonato que não admite insucessos durante muito tempo. São várias as equipas que não conseguiram alcançar os resultados pretendidos e desistiram do campeonato. O grid é atualmente composto por 10 equipas e destas apenas três ainda não conseguiram saborear o champanhe no primeiro lugar do pódio. A Haas, a Force India e a Sauber são as estruturas que procuram ainda a glória, cada uma à sua maneira e de forma diferente.

A Haas tem uma atenuante de peso nisto de ainda não ter alcançado qualquer vitória… está apenas há 2 anos na F1. A equipa de Gene Haas dá os primeiros passos e pretende vencer num prazo de 5 anos, o que não se afigura nada fácil tendo em conta os atuais regulamentos. A equipa americana conquistou 29 pontos na primeira época e este ano melhorou o seu registo com 47 pontos conquistados. Na equipa ainda se denota alguma inexperiência e há problemas de base no chassis do ano passado que transitaram para este.

O segundo ano de uma equipa é sempre muito mais complicado pois além de ter de lidar com a competição, é preciso colocar o foco no carro do ano seguinte, o que pode ser um elemento desestabilizador para uma equipa com pouca experiência. A equipa optou por apontar a 2018 relativamente cedo e com isso o desempenho dos carros não melhorou muito nesta segunda metade do ano.

A Haas tem ainda muito para provar e tem de percorrer o caminho certo em rumo do sucesso.

A Force India pode ser considerada um caso de sucesso na F1. A equipa apresenta um crescimento gradual muito interessante e desde 2008 que tem vindo a mostrar cada vez mais. Pode ser considerada a equipa mais eficaz no que diz respeito à relação pontos conquistados/ dinheiro gasto e este ano voltaram a ficar em 4º lugar, superando equipas com orçamentos bem superiores como a McLaren e até a Renault. A Force tem 191 GP no seu CV, tendo conquistado 5 pódios nestes quase 10 anos de F1, muito por culpa de Pérez que tem 4 3º lugares desde que ingressou na equipa de Vikay Mallya.

Não é coincidência que os pódios tenham sido conquistados nos últimos anos, quando a equipa deu mais um salto qualitativo (quando passou a usar o túnel de vento da Toyota). A Force sempre teve a fama de ter bons chassis que não foi capaz de evoluir devido a restrições financeiras. Além de bons chassis, a equipa sempre teve tendencialmente pilotos muito competentes. Desde 2014 que a aposta ainda mais vincada no talento, em detrimento dos pilotos pagantes tem resultado em cheio.

A dupla Hulkenberg/Perez era das mais sólidas do grid e os pontos conquistados justificaram o que foi pago pelos seus serviços. Perez é o melhor piloto da história da equipa com mais pontos marcados e mais pódios. É provável que a Force India sofra um ligeiro retrocesso se equipas como a McLaren e a Renault voltarem ao nível que lhes é esperado, mas ainda assim é uma equipa que merece o respeito de todos pelas conquistas e pela forma que cresceu e pelo potencial que apresenta.

A Sauber é um caso diferente. Na F1 desde 1991, começou pelos Sportscars, onde teve muito sucesso graças à parceria com a Mercedes. O primeiro carro construído por Peter Sauber data de 1970 o que mostra bem a história da equipa que venceu as 24h de Le Mans e o campeonato do mundo de sport-protótipos em 89 e 90. Em 93 a equipa dá o salto para a F1, com o apoio da Mercedes e até teve uma época auspiciosa com um 7º lugar final com 12 pontos marcados. Até 2001 a equipa não conseguiu passar do 6º lugar, até que nesse ano conseguiu um 4º lugar final (ano em que Raikkonen fez a sua estreia na F1 pela Sauber). De 2002 a 2005 deu-se um decréscimo gradual nas prestações da equipa e em 2006 a BMW entrou em cena e comprou a maioria das ações da equipa. Foi uma era de sucesso com um vice-campeonato em 2007 e um 3º lugar em 2008. Nos 89 GP, conquistaram 1 vitória mais 17 pódios, com Kubica a conseguir a melhor classificação final (4º em 2008).

A saída da BMW fez que Peter Sauber voltasse a comprar a maioria da equipa, com o regresso dos motores Ferrari, tal como aconteceu de 97 a 2005. Os resultados foram relativamente positivos e Pérez conquistou 3 pódios de em 2012, o melhor ano da equipa desde a saída da BMW. Perez foi para a McLaren e entrou Hulkenberg que ainda garantiu alguns resultados interessantes, mas os novos regulamentos de 2014 e o aumento de custos iam acabando com a equipa, que se limitou a sobreviver até este ano (uma prova que a situação atual da F1 não favorece as equipas privadas.

Apenas a Force India conseguiu efetivamente crescer neste período). O regresso anunciado da Alfa Romeo implica um investimento da Ferrari na equipa, que conta agora com Frederic Vasseur para dar o rumo certo. A Sauber está a voltar a um caminho que lhe pode valer resultados mais interessantes num futuro a médio prazo e tentar assim contrariar a tendência algo negativa (pódios aos 10 já conquistados em 352 GP), mas tal como no caso das equipas acima mencionadas, não se antevê grandes possibilidades de trazerem para casa o troféu de primeiro lugar numa corrida.

As equipas privadas são em todos os campeonatos um elemento fundamental, mas na F1 têm a vida duplamente dificultada pela exigência técnica e financeira que por vezes impedem os privados de ter o sucesso que desejam. A F1 tem capacidade pare ter equipas privadas de grande nível mas precisa dar-lhes melhores condições para que estas possam ambicionar vencer na categoria rainha do desporto motorizado e para que possamos ver a Haas, a Force India e a Sauber no degrau mais alto do pódio.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
2 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
tomasf1
tomasf1
6 anos atrás

Então a vitória de 2008 em Montreal do Kubica não é com a Sauber? Ou não conta porque era BMW Sauber? Na minha opinião não deixa de ser a Sauber.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
Reply to  tomasf1
6 anos atrás

A BMW tinha comprado a maioria das acções, logo era mais BMW que Sauber (no papel, claro), daí contar como vitória da BMW e não da Sauber. Ou melhor, deveria contar para as duas, visto que a equipa continuou a chamar-se Sauber mas tinha o “BMW” em primeiro lugar e o motor era da marca alemã… Enfim, foi daqueles compromissos que Peter Sauber conseguiu arranjar para não deixar o nome morrer na F1.

últimas F1
últimas Autosport
f1
últimas Automais
f1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado