Andretti ainda tem um caminho muito duro para percorrer até chegar à F1

Por a 3 Outubro 2023 19:54

O anúncio de ontem da FIA, confirmando que entre os quatro candidatos na “fase 2” do processo de avaliação para equipas interessadas em competir na Fórmula 1 apenas a Andretti Formula Racing LLC tinha sido aprovada, não foi o último passo para a reconhecida estrutura norte-americana poder estar na grelha da Fórmula 1. Está mais perto, mas Michael Andretti tem muito que negociar com a Formula One Management (FOM).

A FIA esclareceu que a candidatura da Andretti para a Fórmula 1 foi aprovada “após uma análise rigorosa”, tendo sido “a única candidata a cumprir os critérios rigorosos estabelecidos” entre as “quatro equipas que apresentaram candidaturas formais na Fase 2 do processo”.

A referida fase dois aconteceu no seguimento da manifestação de interesse – a primeira fase – quando a entidade federativa terá excluído os projetos de Calvin Lo, o empresário de Hong Kong, Craig Pollock, que foi coproprietário da equipa BAR, e a estrutura Team Asia. Nesta fase do processo, e em qualquer uma delas, não há qualquer confirmação pública dos motivos que levaram a FIA a rejeitar os projetos, uma vez que há acordos de confidencialidade assinados e que qualquer ‘fuga’ de informação pode resultar num processo judicial extremamente caro. Como tal, apenas se pode especular.

Os critérios foram conhecidos por quem manifestou o interesse e segundo os mesmos, 3 projetos ficaram de fora, devendo cada um deles ter sido notificado pela FIA por qual, ou quais, o(s) motivo(s) para a rejeição. 

Avançando para a fase seguinte, soubemos que a candidatura da Rodin Cars não tinha sido aprovada, porque a própria estrutura neozelandesa o confirmou em comunicado de imprensa. Sem nunca avançar o porquê, pelo mesmo motivo acima referido, mas corre o rumor que terá sido a candidatura que menor hipótese teve de ser aprovada. O facto de querer manter a fábrica no Hemisfério Sul, apesar de darem espaço a uma piloto – Jamie Chadwick – pode ter sido um fator forte para a decisão desfavorável da FIA. 

Sempre no ‘reino’ da especulação, a candidatura da Hitech – equipa com base em Silverstone, que compete na F2, F3 e F4 – detida pela Hitech Global Holdings Limited, terá sido uma forte candidata. Mas, e regressando aos rumores que correm, sem qualquer confirmação, a participação de 25% do empresário cazaque Vladimir Kim na Hitech Global Holdings Limited terá sido motivo para algumas dúvidas da FIA, que podem não ter sido respondidas pela estrutura. 

LKYSUNZ, o projeto que teria um financiamento de mil milhões de dólares para entrar na F1 e que deu a saber estar disponível para pagar mais do que os 200 milhões de dólares do fundo ‘anti-diluição’, também foi rejeitado. Supõe-se que a FIA já teria notificado a estrutura da sua decisão, ainda antes de terem lamentado os “mal-entendidos” que surgiram com tal afirmação. 

Como tal, a Andretti recebeu ‘luz verde’ da FIA, mas falta a negociação dura com a FOM. É preciso recordar que tanto a F1 como a maioria das equipas estão contra a entrada de mais uma equipa na grelha da competição. Apenas a McLaren – que mesmo assim, avisa que 200 milhões para entrar na competição é pouco – e a Alpine, que detém um acordo de fornecimento com os norte-americanos, é que estão do lado de Michael Andretti. Há um rumor, descrito pelo jornalista Joe Saward, que aponta para um possível passo atrás da Alpine, deixando cair o acordo com a Andretti, estando pressionada pelos seus pares, que em troca facilitariam a evolução da unidade motriz da Renault, que não é tão performante quanto a concorrência. As equipas deverão ser ouvidas pela Liberty Media/FOM, mas a negociação promete ser dura e pode dar-se o caso destes últimos atrasarem a discussão para poderem ter um novo Acordo da Concórdia assinado com as 10 atuais equipas, aumentando o pagamento para novas estruturas.

Há quem aponte para uma possível violação das regras da concorrência da União Europeia, uma vez que a entidade que desportivamente rege a competição está estabelecida em território europeu, e questionam se o pagamento da taxa ‘anti-diluição’ é legal.

Pode ser um trunfo da Andretti na negociação, mas mesmo que isso nem sequer esteja na equação, prevê-se que a discussão entre as partes, com muitos rumores e especulação pelo meio, assim como pressões das equipas, leve muito tempo e não esteja para breve a entrada da Andretti na F1.

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breno_mascarenhas2020_hotmail_com
1 ano atrás

Para mim, um atraso empresarial das atuais 10 equipes de Formula1 em resistirem à entrada de mais 1 ou 2 novas equipes.
Aumentem o teto orçamentário, uns 10-15 % p. ex, facilitem a entrada de novos pilotos.
Mas para mim, 18 provas por ano, sem sprint race: F1 não é NASCAR.

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