A dura realidade dos Grandes Prémios de F1 europeus
Quando a Alemanha tem dois circuitos capazes de receber a F1 e nenhum deles têm meios para o fazer todos os anos, quando a França está sem F1 há oito anos e na Grã-Bretanha só com um contrato de dez anos foi possível encontrar um investidor para Silverstone, é evidente que a organização dum Grande Prémio na Europa é pouco viável, pois os circuitos são propriedades privadas, não são os governos locais que pagam pela organização das corridas e, por isso, a diferença entre despesas e receitas tem de ser pequena para ser viável fazer contrato com Bernie Ecclestone.
Em média, cada Grande Prémio europeu paga 16 milhões de euros por ano à FOH – Monza pagava apenas onze mas o contrato terminou e foi revisto… passou para 19 milhões. Se juntarmos à média, os custos de colocar e pé todos os eventos a conta global aproxima-se dos 20 milhões de euros anuais. Por isso, e aos preços que Ecclestone exige, é necessário vender mais de 90 mil bilhetes para não se perder dinheiro e isso é um número nada fácil de suplantar. Isso quer dizer que Barcelona, Hockenheim, Red Bull Ring, Spa e Monza perderam quantias avultadas.
A solução, do ponto de vista dos organizadores, passa por baixar consideravelmente o preço dos bilhetes e aumentar a capacidade dos seus autódromos, sobretudo com zonas sem bancadas onde se possa circular livremente. Mas também será necessário dar mais acesso aos espectadores, dar-lhes meios de interagir com pilotos e equipas – fornecimento das frequências rádio de cada equipa, wi-fi disponível em todo o circuito, por exemplo – para atrair números na casa dos 150 mil espectadores em dia de corrida, como era comum nos anos 90, quando o comum dos mortais ainda podia pagar por um bilhete para três dias de F1.
Mas os organizadores também querem estabelecer um limite no valor a pagar pela realização de Grande Prémios, abaixo dos preços atuais, para além de pretenderem receber parte da receita gerada pela publicidade que Ecclestone vende para todo o Mundial e impõe a todas as pistas.
Como se vê, não faltam motivos de discussão entre os organizadores e a FOH, mas os europeus terão de manter-se muito unidos face a Ecclestone, pois este é mestre em aproveitar brechas alheias para conseguir os seus intentos.
Luis Vasconcelos
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