‘Bico de obra’ na Fórmula 1

Os designs dos narizes dos novos Fórmula 1 deixaram os adeptos em polvorosa, mas a FIA já prometeu que vai olhar para a questão devido a razões de segurança. Paddy Lowe, um dos responsáveis da Mercedes é de opinião que os novos narizes são importantes para a segurança dos pilotos, mas Adrian Newey não pensa o mesmo, dizendo que pode redundar em algum perigo.

A verdade é que algumas das soluções encontradas pelas equipas para fazerem face às novas regras relativas aos testes de impacto frontais deixaram os responsáveis técnicos da FIA preocupados com a segurança dos monolugares, sobretudo em caso de acidente violento, pois existe a forte possibilidade dos narizes muito finos, como os da Force India, Toro Rosso ou Sauber, penetrarem nos flancos doutros monolugares.

A intenção da FIA, quando refez os regulamentos, foi a de evitar que um monolugar levantasse voo ao embater na traseira doutro, dando o acidente de Mark Webber com Kovalainen, no G. P. da Europa de 2012, como exemplo do que se pretendia não repetir. Mas ainda antes dos carros começarem a rodar em Jerez de la Frontera, já Adrian Newey avisava que, “com algumas das frentes que estamos a ver, existe o real perigo dum carro entrar pela traseira doutro, levantando-o e deixando a cabeça do seu piloto como ponto de impacto com a estrutura traseira do outro monolugar. Acho isso muito perigoso, bem mais do que a possibilidade dum carro levantar voo, pois isso só quase aconteciam quando as rodas se tocavam.”

Surpreendida com a forma encontrada por algumas equipas para respeitarem as regras dos testes de impacto, a FIA admite rever os seus regulamentos rapidamente, mas sabe que vai encontrar forte oposição das equipas se quiser forçar alterações fundamentais nessa área ainda antes do inicio da temporada – até porque todos os chassis estão homologados e refazer as estruturas de impacto implicaria fazer chassis completamente novos e submetê-los a novos testes de impacto.

Curiosamente, é o Red Bull RB10 que está na mira de alguns técnicos de equipas rivais, que acusam Adrian Newey de ter respeitado a letra do regulamento mas não o seu espírito. Isto porque, argumentam, a frente muito fina do RB10 cumpre os requisitos impostos pelo regulamentos em termos de dimensões e de resistência ao impacto, mas representa um perigo para os outros monolugares em caso de embate violento.

Para já a FIA ainda está a estudar o que pode fazer quando o tempo não corre a seu favor e ainda vai ter de analisar bem se a frente do Lotus E22, vista em fotos mas ainda não ao vivo, também está conforme com os regulamentos, antes de tomar uma decisão final.