F1: O que a Mercedes ‘dava’ para que nada disto se tivesse passado…
A Mercedes teve o azar de ver o motor de Lewis Hamilton explodir durante do GP da Malásia, com as consequências que se conhecem e agora pode fazer muito pouco para atenuar os ecos desta questão. Felizmente, são muitos os que entendem, tal como Toto Wolff já disse que o desporto automóvel é ‘mecânico’ e por isso pode ‘avariar’ a qualquer momento. Muitos compreendem e aceitam o que se pensa ser uma enorme coincidência, mas muitos outros não, e são capazes de “jurar as pés juntos” que ‘isto’ tem mão da Mercedes. É sempre assim, há quem olhe para um problema como sendo um “copo meio vazio” e outros “copo meio cheio”, sempre assim foi sempre assim há-de ser. Muitas vezes entendemos que determinada questão foi ”uma coincidência” e anos depois vem a saber-se “não foi bem assim”. Sinceramente, não acredito, ninguém no seu perfeito juízo faria uma coisa dessas, mas a “conversa” à volta da questão é que a Mercedes nunca vai conseguir afastar. Passa-se um pouco pelas caixas de comentários e lê-se “Este campeonato está adulterado” “A Mercedes quer que seja o Rosberg a ganhar” etc., etc. Não faz qualquer sentido. O que faz sentido é que a Mercedes evitasse que se tivesse chegado a este ponto, mas como se sabe, não conseguiu. À 41ª volta da corrida de Sepang começou uma enorme dor de cabeça para os responsáveis de Brackley, que isso sim, tenho a certeza que adoravam ter evitado. Nos últimos dias houve desenvolvimentos, fique a saber o essencial deste ‘affaire’.
MERCEDES AINDA NÃO DESCOBRIU CAUSA DA FALHA DA MALÁSIA
A Mercedes ainda não conseguiu descobrir a causa da falha do motor do Mercedes w07 de Lewis Hamilton em Sepang, quando liderava a corrida destacado e muito perto de recuperar a liderança do campeonato. Foi a sua terceira falha este ano, com as primeiras duas a ocorrerem na qualificação dos Grandes Prémios da China e da Rússia. Neste momento, está a 23 pontos de Nico Rosberg com cinco corridas pela frente.
“Continuamos a investigar o problema com o motor. Estamos a fazer tudo o que podemos para descobrir a causa e dessa forma protegermos-nos para o que falta da época. Neste momento, Lewis passa a ter o mesmo número de unidades motrizes que o Nico, incluindo unidades motrizes que podemos utilizar em treinos livres. Portanto, espero que não haja mais nenhum contratempo no seu programa” disse Paddy Lowe, Diretor Técnico da equipa.
HAMILTON VAI FALTAR AOS TREINOS LIVRES?
Lewis Hamilton poderá não alinhar nos treinos livres dos restantes cinco Grandes Prémios da temporada de 2016 da Fórmula 1. O piloto britânico não está confiante na fiabilidade dos motores Mercedes para as restantes corridas, depois do abandono no GP da Malásia, e poderá poupar a quilometragem não alinhando nas quatro horas de treinos livres de cada fim de semana. Hamilton afirmou que “vou fazer tudo o que foi possível para ganhar corridas, e se isso significa que não vou alinhar numa sessão, não vou alinhar numa sessão”. Poupar a performance e longevidade do motor poderá não compensar a falta de andamento em cada circuito, onde as equipas necessitam de ter o máximo de informação sobre o comportamento do carro e dos pneus e como estes reagem às condições da pista e da meteorologia local para encontrar as afinações ideiais para cada corrida.
LEWIS HAMILTON E TOTO WOLFF JÁ FIZERAM AS PAZES
Lewis Hamilton continua a ter o apoio da Mercedes para lutar pelo título de campeão da Fórmula 1, apesar de ter alimentado as chamas dos conspiracionistas que acreditam que a equipa alemã está ativamente a tentar prejudicar a temporada do seu principal piloto.
No entanto, Toto Wolff, diretor da equipa de Fórmula 1, desculpou a atitude dos seu piloto, admitindo que “é perfeitamente compreensível desabafar assim. Mas quando ele regressou às boxes apertou a mão a toda a gente. Discutimos o que se passou como um grupo e ficámos todos tristes com o resultado. Mas ele levantou-se em frente toda a equipa e foi ele que conseguiu reanimar o espírito de todos para o Japão. É isso que os grandes pilotos, os grandes campeões, fazem”.
PORQUE É QUE OS AZARES MECÂNICOS SÓ ACONTECEM A HAMILTON… ESTE ANO!
A teoria da conspiração já ganha força entre os fãs de Lewis Hamilton por todo o mundo, depois do piloto britânico reclamar que os azares só acontecem a ele. Na Mercedes, é admitido que não existe uma explicação conveniente para o sucedido no Grande Prémio da Malásia, e vários incidentes relacionados com a mecânica já custaram pontos a Hamilton na sua batalha pelo título contra o seu colega de equipa, Nico Rosberg.
Na China, uma avaria no sistema de recuperação de energia impediu-o de tomar parte na qualificação, obrigando-o a recuperar terreno até acabar na sétima posição, tendo o sistema falhado novamente na fase final da qualificação da Rússia, ainda assim recuperando de décimo para segundo. No GP da Europa em Baku, um problema com a seleção de funcionamento do motor atirou-o para o quinto posto final, e um problema hidráulico recorrente em Singapura contribuiu para o terceiro lugar.
Tudo somado, sem estes problemas, Lewis Hamilton teria uma vantagem pontual confortável sobre Rosberg. Até agora, todos os motores que usou este ano tiveram avarias este ano, e não há garantias que o mesmo não poderá acontecer novamente. Só que isto também poderá suceder a Rosberg, que recorda que o mesmo já lhe aconteceu em épocas anteriores, especialmente em 2013 e 2014, onde falhas mecânicas impediram-no de pontuar em três ocasiões em cada ano. Este ano, o alemão já perdeu vantagem na Hungria, onde teve uma penalização na grelha por trocar de caixa de velocidades. claro que isto se refere só a este ano, pois desde que estão juntos, Hamilton e Rosberg, a diferença de problemas mecânicos não é assim tão expressiva como parece agora…
TOTO WOLFF: “É UM DESPORTO DE MECÂNICA, E ESTAS COISAS ACONTECEM. EM 2014 O NICO TEVE UM PROBLEMA NA CORRIDA DECISIVA”
A Mercedes está a tentar perceber a razão desta última falha no motor do Mercedes W07 de Lewis Hamilton, mas de acordo com o que sabe até aqui não existe relação entre cada uma delas. Com o problema de Sepang, o inglês passou do que poderia ser – era quase certo – o seu regresso ao comando do campeonato para um atraso de 23 pontos, que não sendo irrecuperáveis obriga o inglês, praticamente, a vencer todos os Grandes Prémios: “Foram todas falhas diferentes, e falhas tanto na cadeira de alimentação, problemas com materiais, problemas de montagem, ou simplesmente um problema no design da peça ou fatiga do material e tudo aconteceu abaixo da quilometragem que supostamente o motor aguenta” disse Toto Wollf ao Motorsport.
A corrida de Sepang foi o último incidente de vários que Hamilton já teve este ano, por exemplo o problema com a MGU-H que lhe prejudicou as corridas da China e Rússia, que mais tarde acabaram por ter impacto na Bélgica, onde foi feita a troca de unidades motrizes e com isso veio a consequente penalização que obrigou Hamilton a sair do último lugar da grelha.
Em Sepang, o motor explodiu numa altura em que o inglês puxava por ele, devido à aproximação dos pilotos da Red Bull: “Ele rodava a fundo, e precisava de uma margem de 23 segundos para poder ir às boxes” e ficar descansado com os pneus, acrescentamos nós. Para além disso, a Red Bull poderia deixar um dos seus carros em pista e diversificar a sua estratégia, algo que a Mercedes não poderia, logicamente, fazer, e ao fazê-lo colocavam pressão em Hamilton, pois com os pneus a durarem muito fruto do novo asfalto de Sepang, o carro que ficasse em pista poderia perfeitamente aguentar-se na frente ou no mínimo rodar muito junto de Hamilton, pois neste caso dependeria do tempo que Hamilton ganhasse, ou não, até lá.
Quanto à falha do motor e às suas consequências no campeonato, Wolff diz o óbvio: “É um desporto de mecânica, e estas coisas acontecem. Recordo-me que em 2014 o Nico teve um problema de motor na corrida decisiva em Abu Dhabi, e agora ‘toca’ ao Lewis. Não penso que isso coloque uma nuvem negra no campeonato, claro que as pessoas vão dizer que o Rosberg teve sorte, mas a verdade é que ele tem feito grandes exibições. De qualquer forma, faltam cinco corridas. Deixemos-los lutar em pista, espero que sem mais problemas de fiabilidade. Vamos ver o que acontece”
PADDY LOWE: “DISTORCEMOS A LUTA PELO TÍTULO COM A QUEBRA DO MOTOR DO LEWIS”
O Grande Prémio da Malásia ficou inevitavelmente marcado pelo abandono de Lewis Hamilton, o segundo do ano, numa fase em que liderava a corrida de forma isolada e tinha todas as condições para alcançar o triunfo. Porém uma inesperada quebra de motor colocou o piloto britânico fora de corrida, o que deixou este visivelmente irritado lançando a acusação da Mercedes prejudicar o seu desempenho. Com este infortúnio, o atual campeão do Mundo viu a sua desvantagem face a Nico Rosberg, que foi terceiro, aumentar para 23 pontos.
A Mercedes por intermédio do seu diretor executivo, Paddy Lowe, já reagiu e assumiu as responsabilidades do sucedido no traçado de Sepang. “Estamos muito chateados por termos distorcido a luta pelo título, que pretendíamos que fosse justa nos dois lados da garagem. Esta quebra do motor interferiu naquilo que queríamos que fosse uma grande batalha. Trabalhamos muito para reduzir o número de falhas. Temos feito melhorias ano após ano e esses factos podem ser constatados. Excluindo o episódio em Barcelona, este foi o primeiro abandono que tivemos até ao momento em toda a época”.
Já sobre o motor que cedeu em Sepang, Lowe explicou que esta era um “propulsor com a especificação que tínhamos introduzido em Spa. O Lewis ainda tem à sua disposição outro motor com esta especificação. Com esta quebra, tanto o Lewis como o Nico ficaram equiparados no número de motores a utilizar. Está de volta a um programa de cinco propulsores por ano e não de seis”.
LEWIS HAMILTON: “MANTENHO A MINHA CONFIANÇA EM TODA A EQUIPA”
Lewis Hamilton perdeu as hipóteses de vencer o GP da Malásia, em Sepang, quando viu o motor do seu Mercedes ceder numa fase em que liderava confortavelmente a corrida. Esta situação deixou o piloto britânico bastante irritado chegando mesmo a levantar suspeitas referindo que só com ele é que acontecem estes problemas.
No entanto horas depois, já veio o retrato público de Hamilton. “Tenho 100% de confiança na equipa. É o meu quarto ano nesta equipa e tenho confiança em todos os que estão na garagem e na fábrica. Sem eles não teria ganho dois campeonatos. Quando disse que alguém não queria que eu ganhasse, estava me referir a ‘alguém superior’, que estava a intervir. Mas ao mesmo tempo sinto-me um privilegiado com a grande oportunidade que tenho de estar nesta grande equipa. Estou eternamente grato”.
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Muito chato ter acontecido no país do principal patrocinador da equipa….
AUTOSPORT.COM: Following investigations, Mercedes has determined a big-end bearing failure in the crankshaft as the root cause of the engine problem, which it says happened without warning after 618km, and was preceded by a loss of oil pressure in Turn 15.