F1, GP Miami: Max Verstappen restabelece a ordem natural

Por a 8 Maio 2023 17:43

Depois de ter sido batido por Sérgio Pérez em Baku, Max Verstappen necessitava de reverter a situação para o seu lado, sob risco de dar motivação extra ao seu colega de equipa, e foi isso mesmo que fez no Grande Prémio de Miami com uma prestação notável, que poderia ser condicionada por um erro.

Na prova azeri, o neerlandês não teve a sorte pelo seu lado, mas ficou a ideia de que o mexicano tinha uma vantagem decisiva face ao Bicampeão do Mundo, o que lhe poderia garantir a vitória mesmo sem a intervenção do Safety-Car que estragou os planos do homem do carro número um.

Verstappen precisava de mostrar quem mandava no seio da Red Bull e desde a sexta-feira do Grande Prémio de Miami que começou a revelar um ascendente claro face ao seu colega de equipa, que admitiu que não estava ao nível que esperava.

Na terceira sessão de treinos-livres, o neerlandês era o mais rápido, deixando Charles Leclerc a quatro décimos, ao passo que Pérez não ia além de terceiro a meio segundo do Bicampeão do Mundo.

Ninguém tinha resposta para Verstappen e o cenário que se esperava era o de este assegurar a pole-position para na corrida desaparecer na distância a caminho do seu terceiro triunfo da temporada.

No entanto, ninguém é infalível e o piloto da Red Bull errou na sua primeira volta lançada da Q3, rumando às boxes imediatamente, o que deixou sem tempo registado.

Havia ainda tempo para realizar uma segunda tentativa para restabelecer a ordem natural das coisas, ou seja, para que Verstappen ascendesse ao topo da tabela de tempos.

No entanto, quando se aprestava para realizar uma volta lançada, Leclerc saiu de pista, pela segunda vez no fim-de-semana, ficando com o seu Ferrari ‘enfiado’ no muro de pneus, impedindo que o neerlandês completasse a sua tentativa.

Para agravar a sua situação, a sessão não seria retomada, o que deixava o piloto que tinha revelado um ascendente assinalável face aos seus rivais no nono posto da grelha de partida.

Sérgio Pérez, que admitia não estar no seu melhor, ficava com a pole-position, ficando em vantagem no duelo que tem vindo a travar com o seu colega de equipa ao longo de toda a temporada.

No entanto, num circuito com duas zonas de DRS, ninguém apostava contra a possibilidade de o líder do Campeonato de Pilotos ascender até aos lugares do pódio, não sendo uma impossibilidade desafiar Pérez na luta pela vitória.

Numa prova em que se esperava apenas uma paragem nas boxes, se quisesse vencer, Verstappen teria de ganhar posições em pista, mas não escolheu para iniciar a corrida os pneus mais óbvios – que seriam os macios pafra se colocar em posição de realizar ultrapassagens– ao optar por duros.

Esta escolha poderia ter a ver com uma estratégia que passaria por atrasar ao máximo a sua troca de pneus para poder esperar por uma situação de Safety-Car, o que nunca se verificou.

No entanto, o neerlandês assumiu a responsabilidade, coadjuvado pelo potente DRS da Red Bull, e em quinze voltas ascendeu ao segundo posto, a 3,7s de Pérez, o líder, que tinha começado a prova com borrachas médias.

A comando do mexicano não estava tão bem defendido como o esperado, verificando-se uma vantagem de performance do colega de equipa, que estenderia o seu primeiro ‘stint’ até à quadragésima quinta volta, a doze da bandeira de xadrez.

Pérez entrou nas boxes na vigésima volta para montar pneus duros e foi a partir de aqui que Verstappen se colocou em posição de vencer a corrida.

Com pneus do mesmo tipo – duros – com mais vinte voltas que os do seu colega de equipa, o Bicampeão Mundial, entre a vigésima volta e a quadragésima quinta, ganhou seis décimos de segundo a Pérez, o que o deixou numa situação muito mais favorável para o final da corrida.

Quando saiu das boxes, Verstappen estava a apenas um segundo e meio do líder, mas com pneus mais performantes e frescos, seria uma questão de tempo até ascender definitivamente ao comando.

Pérez ainda tentou evitar o inevitável, mas na quadragésima sétima volta o Bicampeão Mundial ultrapassou o seu colega de equipa para rumar à sua terceira vitória da temporada, assinando pelo caminho a volta mais rápida da corrida.

Apesar de um erro, Max Verstappen recuperava, evidenciando a sua clara vantagem sobre os demais, esmagando Sérgio Pérez, que parecia estar a construir um verdadeiro ataque ao título deste ano.

No entanto, num dia mau, claramente não tinha andamento para o seu colega de equipa, o mexicano ficou em segundo, ao contrário do que se passou na Austrália, por exemplo, o que evidencia um piloto mais consistente e esta é uma característica imperativa para quem quer lutar pelo ceptro.

Fernando Alonso, com mais uma prestação notável, assegurou o terceiro posto, batendo confortavelmente George Russell, ao passo que a Ferrari, em corrida, mostrou ser a equipa menos competitiva das quatros grandes, sendo batida pela Mercedes, apesar da primeira fase do seu novo pacote técnico.

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