FRANK WILLIAMS: VENCEDOR POR NATUREZA
Começou por ser vendedor e desenhou os primeiros carros numa velha fábrica de tapetes. Nada deteve Sir Frank Williams.
Além de ser o maior ‘dinaussauro’ da Fórmula 1, Sir Francis Garbatt Williams foi um dos maiores ‘businessman’ que o desporto motorizado conheceu. Dele se conta que vendia pneus usados como se fossem novos, ou que chegou a fazer telefonemas de uma cabine telefónica quando a sua equipa não conseguia pagar as contas… Curiosamente, uma das suas primeiras paixões foi o rugby e chegou a representar a seleção escocesa de sub-15 (Williams foi educado num colégio escocês quando os pais se separaram). Após sair da escola foi ganhar 10 libras por semana como vendedor das famosas sopas Campbell, mas deixou rapidamente o emprego porque atrapalhava as corridas…
Desistir nunca foi uma opção para Williams, nem na atual conjuntura em que a equipa está afastada das vitórias, nem quando ficou paralisado em 1986 devido a um acidente de carro quando regressava de Paul Ricard. Nomeado Sir pela rainha Isabel II, foi ainda condecorado com a Legião de Honra do governo francês. Uma lenda do automobilismo. Está À frente da sua equipa há precisamente 50 anos…
O grande fracasso de Frank Williams
Foi campeã do mundo várias vezes nos últimos 40 anos, com nomes como Alan Jones, Keke Rosberg ou Nigel Mansell, mas nos anos 70 a Williams era uma das coitadinhas da F1
Uma Fórmula 1 sem a Williams é hoje algo difícil de imaginar, e a ausência da equipa de Frank Williams e Patrick Head deixaria saudades. Se fosse nos anos 70, ninguém teria notado. Isto porque a atual encarnação da equipa, a WilliamsF1 (ex-Williams GPE), foi fundada em 1977, tratando-se da segunda tentativa de criar uma equipa. A primeira, a Frank Williams Racing Cars, teve uma história mais tumultuosa e sem final feliz.
Depois de algum sucesso na Fórmula 2, Williams deu o salto para a F1 inscrevendo um Brabham privado para o seu protegido, Piers Courage. O primeiro ano correu melhor que o esperado, com Courage a conseguir dois segundos lugares, o que lhe valeu um convite recusado para a Ferrari. Courage resolveu ficar com Williams, pois este conseguiu um contrato com a De Tomaso para 1970. Infelizmente, Piers Courage morreu nos treinos para o GP da Holanda e Alessandro de Tomaso resolveu acabar com a parceria, obrigando Williams a voltar a um chassis-cliente em 1971, adquirindo um March para Henri Pescarolo.
Em 1972, Williams conseguiu o patrocínio da marca de brinquedos Politoys para construir um chassis pela primeira vez, o FX3. O resultado foi que Pescarolo destruiu o carro nos treinos para a corrida de estreia. Em 1973, Marlboro e Iso financiaram a construção de um novo carro, o FW, mas o dinheiro não chegou e Williams foi obrigado a usar pilotos pagantes até ao final de 1975, quando vendeu a sua equipa ao magnata canadiano Walter Wolf, mas mantendo o cargo de director por mais um ano, altura em que Wolf pôs Frank Williams na rua. O pior é que em 1977 a Wolf começou a ganhar corridas, enquanto a nova Williams foi obrigada a começar do zero.
Janela de oportunidade
Mesmo nos anos em que tinha uma nítida falta de sorte, Frank Williams quis continuar a dar oportunidades a muitos pilotos para se estrearem na Fórmula 1. Passaram por esta escola pilotos como José Carlos Pace ou Jacques Laffite, que depois tiveram sucesso na F1, bem como outros ases do volante que se deram melhor noutras disciplinas, como Gijs van Lennep (duplo vencedor de Le Mans), Graham McRae (campeão da Tasman Series) e Tim Schenken (fundador da marca Tiga).
Os aviões e a Honda
Talvez por ser filho de um antigo oficial da Royal Air Force, a aviação é outro dos amores de longa data de Sir Frank. Ficou famoso o pequeno caderno onde anotava detalhadamente todos os vôos que fazia. Isso jogou contra si quando surgiram rumores na imprensa de um acordo secreto com a Honda. Um jornalista confirmou a história ao pedir a um insuspeito Williams para ver o famoso caderno. Claro que lá estavam registados vários vôos para Tóquio…
Hoje em dia as coisas são bem diferentes, mas a história da Williams está longe de terminar, tantas e tão boas são as áreas em que opera. A venda à Dorilton Capital deu esperança no ressurgimento, mas esse ainda não aconteceu. Mas parece que o caminho está encontrado. James Vowles, vindo da Mercedes, é agora o timoneiro da estrutura e parece ter uma ideia clara do que quer. Tanto que convenceu Carlos Sainz a juntar-se a Alex Albon para 2025, uma das duplas mais sólidas da grelha, em teoria. O nome Williams ainda não regressou ao topo, mas parece ter agora uma bússola. O legado, esse, já é imortal. Mas seria muito bom voltar a ver a Williams na luta pelos melhores lugares.
A Williams é um dos históricos da F1 e é pena que tenha vindo a decair regularmente, dum modo semelhante ao de outro grande histórico como é a Mclaren, mas agravado pelo facto da Williams ter um motor Mercedes e fazer muito pouco com ele, ao contrário da Mclaren que está em nítida desvantagem neste campo, é bom notar, mas que é contudo uma organização com maior dimensão que a Williams, essencialmente porque tem uma componente de produção em série, que é desde há anos o core buisiness do grupo. A Williams continua a viver muito das corridas e a… Ler mais »
Matéria até boa, mas não citar nem postar fotos de Nelson Piquet, parece incompetência.
” Foi campeã do mundo várias vezes nos últimos 40 anos, com nomes como Alan Jones, Keke Rosberg ou Nigel Mansell, mas nos anos 70 a Williams era uma das coitadinhas da F1. “