Taxas sobre automóveis elétricos chineses deverão avançar
Estamos perto de uma decisão histórica, cujas repercussões não são ainda conhecidas. As já muito faladas taxas sobre automóveis elétricos chineses deverá avançar e ser aprovada pela maioria dos governos da União Europeia, apesar do esforço da Alemanha para que tal não aconteça.
O influxo de automóveis elétricos chineses fez soar os alarmes da indústria europeia, que não estava preparada para uma ofensiva com a escala que vimos. No “boom” dos elétricos, as marcas chinesas apresentaram produtos apelativos, com qualidade e a um preço que os fabricantes europeus não podiam rivalizar.
A União Europeia não gostou do que viu e desconfiou que as marcas chinesas tinham uma vantagem que as europeias não tinham, o que motivou uma investigação da Comissão Europeia, lançada em outubro do ano passado. O objetivo da investigação era apurar se os automóveis elétricos fabricados na China receberam subsídios que distorciam a concorrência e se justificavam a aplicação de taxas adicionais.
A Comissão Europeia afirmou que os registos de veículos elétricos fabricados na China aumentaram de 3,5% do mercado da UE em 2020 para 27,2% no segundo trimestre de 2024 e a quota de mercado das marcas chinesas aumentou de 1,9% para 14,1%. A capacidade de produção excedentária da China, de 3 milhões de veículos elétricos por ano, que precisavam de ser exportados, era o dobro da dimensão do mercado da UE, afirmou a Comissão.
A investigação começou por determinar se os construtores chineses beneficiam de subvenções ilegais e se estas subvenções causam ou ameaçam causar prejuízo económico os produtores de elétricos da UE. A Comissão Europeia advertiu a BYD , a SAIC e a Geely de que não forneceram informações suficientes em resposta à sua investigação sobre subvenções. Depois das últimas eleições europeias, a Comissão Europeia anunciou que iria impor taxas adicionais provisórias até 38,1% sobre os veículos elétricos chineses importados a partir de julho. e 38,1% para a SAIC , 20% para a Geely e 17,4% para a BYD (fonte Automotive News Europe) , dependendo do grau de colaboração das fabricantes na investigação.
A ideia de aplicação de taxas definitivas ganhou cada vez mais força, com a Alemanha a pedir ponderação. O governo alemão tentou ser o porta-voz dos seus fabricantes, que vendem um terço dos seus automóveis na China. A aplicação definitiva de taxas aos elétricos chineses poderá levar a uma guerra comercial e potenciais danos às marcas que se estabeleceram na China, fazendo do país uma importante plataforma de vendas, crucial para o crescimento recente.
A União Europeia deverá aprovar taxas nos próximos cinco anos de até 45% sobre as importações de veículos elétricos (VE) provenientes da China. A votação está prevista para 4 de outubro. (fonte Automotive News Europe)
A Comissão Europeia mostrou abertura a negociar alternativas aos direitos aduaneiros sobre os veículos elétricos (VE) fabricados na China, como a fixação de preços mínimos de importação com base em critérios como a autonomia, o desempenho da bateria e o tipo de veículo. Outra opção que está a ser discutida é um compromisso chinês de investir na UE com quotas durante um período de transição. Apesar da perspetiva de taxas, alguns fabricantes de automóveis chineses, como a BYD e a Chery, estão a planear investir em fábricas europeias. (fonte Automotive News Europe)
Os direitos aduaneiros propostos variam entre 7,8% para a Tesla e 35,3% para a SAIC, para além da taxa de importação de 10% aplicável aos automóveis que chegam à UE.
Se a medida for aplicada, o que parece ser o cenário mais provável, a resposta da China deverá fazer-se sentir, mais ainda numa fase em que a procura por elétricos arrefeceu muito e as empresas chinesas poderão sofrer ainda mais com as taxas adicionais que vão tornar os carros chineses muito menos apelativos, com os condutores europeus tendencialmente mais fiéis às marcas europeias.
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