Ensaio: Mercedes SLC 250D
Metamorfose
Muda o nome e a frente. Mantém-se o prazer de condução e a única versão Diesel disponível, precisamente a que conduzimos. Eis o SLC!
A primeira impressão conta muito, e talvez por isso a Mercedes insista em ‘presentear-nos’ com pinturas mates. Mas também saídas de escape cromadas, cintos vermelhos, para-choques desportivos e bonitas jantes raiadas – alguns dos exclusivos do pacote de equipamento AMG Line, um opcional no valor de 3950 €, que faz maravilhas na estética de qualquer modelo da marca alemã. A combinação não só deixa quem se depara com ele de queixo caído, com o ‘uau’ que o efeito normalmente acarreta. Tem igualmente o condão de nos distrair parcialmente do essencial, neste caso que o SLC não é um automóvel novo – antes uma atualização do SLK lançado em 2011, interrompendo ainda uma nomenclatura com quase 20 anos…
Se há mudanças? Sim. A frente está inspiradíssima no AMG GT, e o perfil longo, talvez o aspeto visual que mais se fixa à memória, lembra não raras vezes o irmão maior SL. Há ainda a elegante grelha em diamante, a assinatura dramática das luzes LED, que permutam do azul para o branco assim que se pressiona o comando da chave que abre as portas, uma traseira mais agressiva e um perfil ‘laminado’, com vincos que se prolongam do guarda-lamas às portas. Já a bordo notam-se menos diferenças, sendo claro que o habitáculo, embora de desenho agradável, é menos tecnológico, e por esse motivo ‘desfigurado’ perante os modelos mais recentes da família.
CONDUÇÃO SUAVE
A versão 250d que conduzimos assenta num motor turbodiesel de quatro cilindros, de 2143 cm3 e 204 cv. Fornece 500 Nm de binário máximo às rodas traseiras, convenientemente distribuídos pela caixa automática de nove velocidades 9G-Tronic. Um descapotável de dois lugares, o SLC é deliciosamente egoísta. E embora as versões a gasolina tendam a fornecer um cariz emocional mais elevado, a única versão a gasóleo disponível na gama conjuga de forma suprema as necessidades de desempenho que se exige a um automóvel com perfil desportivo e o consumo reduzido de quem aposta num Diesel em detrimento dos motores que bebem 98 octanas.
Como as dimensões não foram alteradas, o SLC continua mais compacto do que um Audi TT ou BMW Z4, modelos que, pelo seu perfil e preço, se posicionam como os seus mais diretos concorrentes. Para convencer os clientes a apostar nele em detrimento dos rivais, fornece como opcional um pacote de condução dinâmica, influenciando molas, amortecedores e barras estabilizadoras e rebaixando, neste caso, a suspensão em 10 mm. Com isso permite que se selecione o modo Sport e Sport+ no Dynamic Select (Comfort, Eco e Individual, os restantes). É nos dois primeiros que o SLC se torna mais assertivo, cabendo ao Comfort os passeios tranquilos com a namorada. Mas mesmo no acerto mais ‘duro’, chamemos-lhe assim, o SLC aparenta sempre ser mais gentil do que os rivais, propiciando uma condução suave e instigando quem se encontra ao volante a adoptar essa postura sempre que inicia mais uma viagem.
Porque é um descapotável (demora cerca de 20 segundos a abrir ou a fechar a capota), o destaque vai para o trabalho efetuado pelos técnicos da marca na retenção do vento, o que para muito contribui o defletor de ar, possibilitando travessias sem estragar os penteados e tertúlias sem necessidade de intercomunicador até 120 km/h. Como é habitual na Mercedes, os materiais são de grande qualidade. A rever, a insonorização, sentindo-se o trautear do motor Diesel, e o preço, que facilmente descola dos 53 900 € da versão base para os 72 919 €… um pequeno luxo de dois lugares!
André Bettencourt Rodrigues
FICHA TÉCNICA
2.1 / 204 CV
DIESEL
6,6 S
0-100 KM/H
4,4 L / 7,1 L (AUTOSPORT)
100 KM
114
G/KM- CO2
53 900€ (PREÇO BASE)
FT:
MOTOR 4 CIL. 2143 CM3, INJ DIRETA, COMMON-RAIL, TURBO
POTÊNCIA 204 CV/3800 RPM
BINÁRIO 500 NM/1600-1800 RPM
SUSPENSÃO MULTIBRAÇOS À FRENTE E ATRÁS
TRAVÕES DV/D
PESO 1605 KG
MALA 225-335 L
DEPÓSITO 60 L
VEL. MÁX. 245 KM/H
MAIS: CONFORTO / RESPOSTA DO MOTOR / IMAGEM
MENOS: RUÍDO DO MOTOR / PREÇO
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