ENSAIO: Hyundai i30 Turbo GDi 184 cv
A Hyundai quer provar que também pode ser uma marca emocional e depois da presença no Mundial de Ralis lança agora um i30 mais espevitado. O resultado é positivo, mas há espaço para melhorar
A nova grelha e a risca vermelha que pinta o lábio dianteiro avisa-nos imediatamente que há qualquer coisa de diferente neste Hyundai. E uma pequena volta ao seu redor continua a darnos sinais de que a marca sul-coreana esforçouse na criação de um produto verdadeiramente emotivo, pela própria configuração de três portas, as jantes de 18 polegadas e o para-choques traseiro, adornado com um agressivo difusor e duas saídas de escape em cada uma das extremidades.
APETITOSO
Encantados com o aspeto encorpado da carroçaria saltámos prontamente para o interior do habitáculo, onde a surpresa continua: estão lá os estofos em pele, volumosos e com excelente apoio lombar; o pesponto vermelho que também acompanha o fole da caixa de velocidades (o encarnado domina ainda o punho na sua totalidade) e o volante reforçado a couro.
Admitindo que é uma questão de gosto (e ‘picuinhice’, porque não) acreditamos, ainda assim, que esse caráter emocional que a Hyundai quer transmitir com a versão turbo do motor 1.6 a gasolina sairia reforçada com um volante de três braços, ao invés da manutenção do de cinco que acompanha todas as outras versões do i30 à venda no mercado. Inserido no apetitoso nicho dos hot hatches, as credenciais do i30 Turbo assentam no reforço da unidade GDI a gasolina de 1,6 litros e quatro cilindros da marca, com a inclusão do turbo a traduzir-se num acréscimo de 28% na potência e de 38% no binário, o que por si só torna-o no i30 mais potente alguma vez construído.
A musculatura do Hyundai i30, em particular nesta configuração de três portas, onde a largura dos ‘ombros’e é notória, dão-lhe um ar muito apelativo
Conta ainda com uma suspensão trabalhada com a dinâmica em mente, uma direção mais direta, caixa manual de seis velocidades e discos ventilados à frente de 300 mm (284 mm atrás). Mas também o argumento de ter ‘sofrido’, ao longo de seis semanas, as exigências do Nordschleife de Nürburgring. Tem tudo para ser um grande produto, mas depois de conduzi-lo verificamos que o resultado final está aquém das emoções que se conseguem extrair de referências, na potência e dinamismo, como o Volkswagen Golf GTI, o Peugeot 308 GTI ou o Ford Focus ST, este último à venda por 33 955 € e já com 250 cv.
ENCORAJADOR
O i30 Turbo produz 184 cv às 5500 rpm e 270 N.m entre as 1500 e as 4500 rpm, valores que são entregues às rodas dianteiras. Os números são encorajadores, mas nada que coloque em causa a ordem já estabelecida nos compactos desportivos. O que não lhe impede de ser um bom produto, competente e indicado para quem procura um compacto confortável que possa oferecer uns pozinhos de adrenalina, e não um automóvel visceral que acabe por se tornar insuportável numa utilização quotidiana, até porque a suspensão, mesmo mais firme, absorve sem desconforto as irregularidades do piso.
A direção é leve e precisa, mas a impossibilidade de alternarmos entre um ajuste mais virado para o conforto ou para a condução desportiva faz com que a marca tenha encontrado um compromisso que pode não satisfazer os verdadeiros puristas, mesmo que este i30 seja capaz de atingir velocidades em curva impressionantes. Outra coisa que lhe falta no nosso entender é o punch sonoro próprio dos grandes desportivos, com o i30 Turbo a revelar-se demasiado silencioso para os 184 cv e as duas belíssimas ponteiras do escape que oferece.
Mas também é verdade que acelera até aos 100 km/h em 8,0 segundos e que é capaz de atingir uma velocidade máxima de 219 km/h, convidando a acelerar, com cuidado, já que apesar do consumo misto anunciado de 7,3 l/100 km, não conseguimos ficar abaixo dos 9,0 litros. O preço, 32 282 € (com despesas de legalização), inclui um amplo equipamento de série, no qual estão incluídos o cruise control, luzes diurnas em LED, ar condicionado automático, bluetooth ou sensores de estacionamento com câmara traseira. Não é um GTI, mas é também mais barato do que as propostas que normalmente carregam a sigla no segmento. O Focus ST até pode custar mais 2235 €, mas entrega ao mesmo tempo mais 64 cv…
André Bettencourt Rodrigues
Hyundai i30 Turbo
Preço 31 720€ (sem despesas de legalização)
Motor: 4 cil em linha; inj direta, turbo, gasolina, 1591 cm3
Potência: 186 cv/5500 rpm
Binário: 270 N.m entre 1500-4500 rpm
Transmissão: dianteira cx. Manual 6 velocidades
Suspensão: McPherson à frente com barra estabilizadora e amortecedores a gás, multibraços com molas helicoidais, amortecedores a gás e barra estabilizadora atrás
Travagem: DV/Discos
Dimensões (compr./larg./alt.): 4,30m/1,78m/1,47m
Peso: 1394 kg
Mala: 378-1316 l
Depósito: 53 l
Vel. Máxima: 219 km/h
Acel. 0-100km/h: 10,5s
Consumo médio: 7,3 l/100km
Consumo médio Autosport: 9,0 l/100 km
Emissões C02: 169 g/km
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