Adamastor FURIA já rodou no Autódromo Internacional do Algarve

Por a 19 Dezembro 2024 11:14

O Autódromo Internacional do Algarve recebeu, no final de novembro, a estreia do Adamastor FURIA em pista. Após vários testes em ambiente controlado, a equipa da Adamastor, composta por cerca de 15 técnicos liderados pelo engenheiro Frederico Ribeiro, realizou um dia intenso de trabalho com resultados muito positivos.

O superdesportivo português, conduzido pelo engenheiro e piloto de desenvolvimento Diogo Araújo Matos, demonstrou várias das suas capacidades no exigente traçado de Portimão. O plano de trabalho incluiu não apenas acumular quilometragem, mas também aumentar progressivamente a carga para avaliar o desempenho potencial do FURIA.

Apesar de períodos de análise de telemetria nas boxes, as três horas de prática em pista foram motivo de satisfação para toda a equipa devido à evolução consistente do veículo.

O Adamastor Furia é o primeiro supercarro português, desenvolvido pela empresa Adamastor. Terá produção limitada a 60 unidades na versão de estrada, com preço de 1,6 milhões de euros antes de impostos. Equipado com um motor V6 biturbo de 3,5 litros da Ford Performance, o Furia entrega mais de 650 cv, atinge velocidade máxima superior a 300 km/h e faz de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos.

Possui chassis monocoque em fibra de carbono e pesa apenas 1100 kg. Seu design aerodinâmico avançado dispensa grandes ailerons ou asas traseiras. O projeto recebeu um investimento de 17 milhões de euros e será produzido em Matosinhos, Portugal. A produção começará em 2025, com capacidade de 25 unidades por ano a partir de 2026.

Claramente satisfeito com este longo dia de trabalho estava Diogo Matos, ele que, para além do trabalho em pista, teve responsabilidade no processo de construção do FURIA, na unidade de produção da Adamastor, sublinhando: “Foi uma evolução constante. Começámos de forma mais ‘soft’ e fomos incrementando o ritmo. Comecei por sentir a dinâmica do carro e logo aí deu para assimilar um pouco da performance que vai permitir atingir. É óbvio que ainda estamos muito longe dos limites da máquina. Estes são os primeiros passos, mas são já muito boas as primeiras impressões”.

“Mesmo numa toada calma dá para perceber tudo: a travagem, a forma como o FURIA responde às solicitações, mostrando-se sempre equilibrado. É curioso o facto de desde o início o FURIA transmitir, de forma vincada, o ‘feeling’ de um carro de corrida, muito reativo. Basta ‘fazer sombra no acelerador’ e o motor sobe imediatamente de rotação. É impressionante! É um carro fácil de conduzir e muito divertido, mas hoje aqui ainda foi um bocadinho exigente, pelo facto de, propositadamente, não termos a direção assistida ligada. Mesmo com uma série de condicionantes, foi um dia muito positivo. Estou muito contente com que conseguimos alcançar aqui hoje”, acrescentou.

As sensações que Diogo Matos ia recolhendo em pista eram passadas, de forma imediata, em live chat, para Frederico Ribeiro, engenheiro portuense que, a partir das boxes, viveu intensamente cada metro que o FURIA completava em pista. Foi sobre si que recaiu a responsabilidade de preparar este teste, pelo que são justos os louros que lhe são atribuídos pelo seu sucesso.

Apesar dessa responsabilidade, “não estava muito receoso! Tinha a certeza, como se provou hoje, de que estava tudo preparado e que poderíamos realizar em pleno este ensaio. Nos outros testes que fizemos fomos identificando algumas coisas que estavam menos bem, corrigindo-as. Assim, chegámos aqui a saber que estava tudo pronto para fazer o ‘run plan’ que havíamos delineado e que tinha duas fases distintas: de manhã, muito focado no desenvolvimento e na calibração; de tarde, a explorar um bocadinho a performance do carro e começar a fazer alguns quilómetros, para também comprovar a validade dos componentes, nomeadamente em termos de fiabilidade. Rodar a baixo ritmo não parece ser o seu ‘habitat’. A verdade é que fomos aumentando o ritmo e a resposta não tardou. Outra coisa interessante é a estabilidade que se observa do lado de fora. Nada o perturba. Não há um ‘bump’, ou solavanco estranho, o que é muto agradável. Todavia, ainda temos muito trabalho pela frente. Temos que fazer mais quilómetros, avaliar a fadiga dos componentes e explorar os limites, nomeadamente do motor, da suspensão, da travagem, torção, etc…”

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