Do Crowdfunding aos títulos: a boa relação dos ralis com o ‘financiamento coletivo’

Por a 13 Janeiro 2025 16:29

Reza a história que o termo ‘crowdfunding’ foi criado pelo empreendedor norte-americano Michael Sullivan em 2006. Sullivan, um entusiasta desse tipo de projetos, cunhou o termo para descrever uma forma de financiamento coletivo de projetos relacionados a videologs e eventos por meio de doações pela internet.

Embora o termo tenha sido criado em 2006, o conceito de financiamento coletivo existe há muito mais tempo.

Por exemplo, em 1713, o Papa Alexandre reuniu 750 investidores para traduzir a Ilíada de Homero do grego para o inglês, em 1885, Joseph Pulitzer arrecadou fundos de mais de 120 mil pessoas para construir o pedestal da Estátua da Liberdade e em 1997, a banda musical britânica Marillion financiou uma tournée através de arrecadação online, angariando sessenta mil dólares.

Mas nós conhecemos uma história de 2005, quando Roman Kresta era até há algum tempo um piloto relativamente desconhecido, que saltou este ano para a “alta roda” do desporto automóvel, ao ingressar na equipa oficial Ford para o Mundial” de Ralis. A história deste jovem checo nada teria de especial, não fosse o exemplar percurso e forma empenhada como geriu a sua carreira que lhe permitiu chegar onde chegou.

Martin Holmes, o nosso veterano enviado especial ao Mundial de Ralis dac altura, contou a aventura deste herói nacional do país de Kafka, que começou a sua carreira como mecânico de ralis no país natal, e juntou dinheiro suficiente para começar a competir com um modesto Skoda Favorit, contrariando a vontade da mãe que o proibira terminantemente de correr.

Para o ajudar a chegar à formação oficial da Ford, a ‘afficion’ checa realizou uma verdadeira operação ‘coração’ que, através de um website, recolheu fundos para apoiar o projeto de Kresta.

O projeto ‘Fãs for Kresta’ cresceu até se tornar uma empresa e mobilizar vários apoios para concretizar o sonho do jovem checo. Malcolm Wilson, o patrão da Ford, ficou convencido com o entusiasmo e projetos de Kresta, que sugeriu mesmo estampar o nome de alguns fãs no seu Ford.

Outro caso emblemático era o de Stephane Serrazin, o francês que brilhou na mesma altura num Subaru patrocinado pela federação francesa de automobilismo e cujas performances lhe valeram um convite para a formação oficial da Subaru no Mundial de Ralis.

Em Portugal, também há exemplos. Assim de repente, a Peugeot 504 aos ‘quadradinhos’ da equipa de Joaquim Serrão que para as 24 horas de Fronteira de 2009 conseguiram reunir a verba necessária para mais uma participação com a Peugeot 504 de 1987. “Fizemos 540 quadrados que vendemos a 10 euros cada. Conseguimos vender 480!”, contou o filho António.

Ricardo Teodósio fez uma campanha de crowdfunding para tentar alinhar no Campeonato Nacional de Ralis de 2016 ao volante de um Ford Fiesta R5. Precisava de 10 mil euros para conseguir estar presente na primeira prova do ano, o Rali Serras de Fafe, e 100 mil euros para a temporada completa. Na altura, revelou-nos que não estava a ser fácil.

Quem investiu, fez bem. Depois disso já foi três vezes campeão e…continua a contar!

Chris Ingram lançou em 2021 uma campanha de crowdfunding, e tinha si campeão europeu em 2019.

Há muitos exemplos, os patrocínios para o desporto automóvel escasseiam, poucos compreendem que o desporto automóvel não é só entretenimento das pessoas, é também, e muito, um ‘acelerador’ de desenvolvimento de tecnologias e as marcas obtêm benefícios ao apoiar o motorsport, desde visibilidade e reconhecimento, as competições atraem entusiastas e consumidores potenciais desses produtos, criam-se oportunidades de marketing, etc.

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