F1, Balanço da época 2024: Mercedes
A Mercedes dominou por oito anos consecutivos a F1, colecionando títulos atrás de títulos. No entanto, esse tempo é apenas uma memória, e a mais recente era técnica, dos carros de efeito solo, afastou a Mercedes dos primeiros lugares.
Em 2024 a esperança era de reaproximação à Red Bull, mas o ano começou logo com a notícia de que Lewis Hamilton deixaria a equipa no final da época para se juntar à Ferrari. Era logo um golpe tremendo na moral da equipa. A sua estrela maior anunciava a saída, mostrando a pouca fé que tinha no atual projeto Mercedes, incapaz de lhe dar um carro vencedor.
E se Hamilton tinha suspeitas de que 2024 seria mais um ano complicado, as suas suspeitas provaram ser reais. A Mercedes sentiu muitas dificuldades em acompanhar as equipas da frente, especialmente no primeiro terço de época, em que demorou a aproximar-se até da McLaren, que se distanciou dos Flechas de Prata logo na terceira corrida.
Mas o melhor estava para chegar, com um segundo terço da temporada muito forte. Do GP de Espanha até ao GP da Bélgica, a Mercedes marcou muitos pontos, com George Russell a vencer na Áustria, e Hamilton a vencer na Grã-Bretanha e na Bélgica, onde encerrou a série de cinco corridas consecutivas no pódio. Foi também o fim da “ofensiva” da Mercedes, com a equipa a perder fulgor nas jornadas seguintes, quando a McLaren se assumiu definitivamente, com o carro mais rápido da grelha. Ainda houve mais um momento de glória para Russell em Las Vegas, no que seria o último ponto alto da temporada.
A Mercedes voltou a ter dificuldades no desenvolvimento do carro. Tal como aconteceu à Ferrari e à Red Bull, as atualizações não devolveram a performance pretendida e foi necessário inclusive algum retrocesso para chegar ao nível desejado. O monolugar deste ano revelou alguns tiques de “diva” sendo muito competitivo em certos traçados, e muito pouco competitivo noutras pistas.
George Russell teve um ano de afirmação na equipa. A saída de Hamilton abriu as portas a Russell, para assumir um papel de maior relevo na equipa e o britânico não desapontou. Especialmente na segunda metade da época, Russell conseguiu resultados interessantes, enquanto Lewis Hamilton perdeu a vantagem que conquistou no segundo terço da temporada em que levou a melhor sobre o seu colega de equipa.
A saída de Hamilton tem muito peso na estrutura. Além de perderem a sua estrela, perderem a referência da equipa, que conquistou seis títulos e ajudou a conquistar oito títulos de construtores. Para o seu lugar entra Andrea Kimi Antonelli, um jovem talento, ainda muito longe da maturidade e capacidade de Hamilton. George Russell, apesar de toda a sua qualidade e capacidade, não tem a aura de Hamilton nem o respeito que os títulos sucessivos trazem. Veremos se esta saída vai afetar a Mercedes que, nos últimos tempos, tem sentido falta das suas referências do passado.
No que diz respeito a 2024, foi um ano medíocre com pontos positivos, onde as fragilidades da Mercedes voltaram a ficar expostas, debilidade que se revelaram desde o arranque desta era dos carros com efeito solo e que ainda não foram resolvidas. Russell fez uma temporada positiva e parece ter afastado os fantasmas que o faziam falhar em momentos chave, o passo que precisava dar para assumir a liderança da equipa. Lewis Hamilton deixa a equipa para sentir as sensações da Ferrari e talvez tentar o oitavo título que seria histórico, ainda mais na Scuderia.
Notas
Mercedes – Nota 7
George Russell – Nota 8
Lewis Hamilton – Nota 8
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