Steve Soper: O troféu conquistado no Estoril que se transformou num cinzeiro

Por a 2 Novembro 2024 12:25

As pistas nacionais são um viveiro de histórias deliciosas, vividas nas corridas. Desde vivências emocionantes, a momentos caricatos. Quem tiver o privilégio de falar descontraidamente com os pilotos descobrir algumas histórias deliciosas. Steve Soper, destacado nome do automobilismo dos anos 70, 80 e 90 esteve em Portimão, para fazer dupla com Francisco Freitas e falou com o AutoSport.

Steve Soper, nascido a 27 de setembro de 1951, é um piloto britânico que iniciou a sua carreira na década de 1970. Soper ganhou tornou-se um dos pilotos mais respeitados da sua época, competindo ao mais alto nível até à década de 1990. No seu CV encontramos um título japonês de carros de turismo, vitórias nas 24h de Spa e de Nurburgring e em Macau. Tem 14 vitórias em seu nome no BTCC e foi considerado o melhor piloto de sempre da competição a não conseguir conquistar o título (esse feito esteve perto de acontecer, mas o seu Rover Vitesse foi considerado ilegal e perdeu o título). Correu no BTCC, no ETCC (onde foi vice-campeão em 1988), no WTCC, no DTM (nove triunfos), Bathurst 1000 (que venceu, mas acabou desclassificado por uma infração técnica) e nas 24h de Le Mans.

Conhecido pela sua condução implacável e estilo de corrida agressivo, Soper ganhou a alcunha de “Soperman” dos fãs. A sua rivalidade com Joachim Winkelhock durante a época de 1993 do BTCC continua a ser particularmente notável, com Soper a considerar Winkelhock um dos seus maiores rivais.

Questionado pelo AutoSport sobre a sua presença nas corridas de Portimão, Soper explicou:

“Sou muito amigo do Luís Pedro e do Francisco Freitas, que conheci em Espanha numas corridas. Mas esta talvez seja a minha oitava vez em Portimão, já nem me consigo lembrar. Agora venho fazer estas corridas com o Luís e o Francisco, o Luís é muito simpático e deixa-me guiar o seu M3 e o seu Ford Escort Grupo 1. Quando o céu está azul assim, não há vontade de estar em Inglaterra. Somos muito amigos, vamos a bons restaurantes… por que não?”

Portugal é um destino de eleição para Soper, que também teve sucesso por cá. A sua primeira vitória de 1986 aconteceu no Estoril, aos comandos de um Ford Sierra da Eggenberger Motorsport. Mas não foi a corrida que Soper recordou, mas sim um momento caricato no aeroporto:

“Ganhei uma corrida no Estoril em 1986, numa altura que era piloto da Ford, com o Sierra, antes do Cosworth. E normalmente nunca ficava com os troféus, entregava os troféus à equipa. Mas este troféu era muito grande, alto, e pensei ‘se calhar levo este para casa’. O problema seria levá-lo no avião.

De qualquer forma, levei o troféu, fizemos o check-in no aeroporto. Estava sentado à espera do avião na porta de embarque, com a minha mulher e com o troféu ao nosso lado. Entretanto, um tipo português passou por nós e, pensando que aquilo era um cinzeiro, deitou a cinza do seu cigarro para dentro da taça.

Esta é uma das memórias que tenho de Portugal. Mas sempre gostei muito do Estoril, de Cascais. A pista é fantástica, a área circundante é excelente, com os restaurantes de peixe à beira-mar. Tenho excelentes memórias de Portugal.”

Soper esteve aos comandos de grandes máquinas, mas se tivesse que escolher uma para fazer uma corrida, o Sierra Cosworth seria a sua escolha:

“Se pudesse voltar a pilotar um carro? Talvez o Sierra Cosworth. Uma vez trouxeram um Ford Sierra Cosworth, um verdadeiro da Eggenberger Motorsport, que estava no museu da Ford em Colónia. E pediram-me para fazer uma demonstração há cinco anos. Mas o carro era o mesmo. Apenas colocaram pneus novos. Eu pensei que iria guiar um carro digno de um chumbo numa inspeção periódica, mas as sensações foram excelentes. Por isso talvez um desses seria bom para voltar a fazer uma corrida, mas apenas para me divertir. Não para uma luta a sério.”

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