João Ramos e os ‘azares’ mecânicos: “se eu não representasse a Toyota Portugal…”
João Ramos teve este ano um Campeonato de Portugal de Todo o Terreno muito azarado, com três desistências que lhe retiraram qualquer hipótese de lutar pelo título. Até estava bem posicionado, apesar de já ter tido um abandono nessa altura, depois do hiato de verão e antes da Baja de Reguengos, mas aí novo grave problema na sua Toyota Hilux T1+ evo, o que se repetiu, de outra forma, em Portalegre, o que deixou o piloto muito zangado, porque segundo nos confessou, as desistências deveram-se todas a peças com defeito com redundaram em problemas graves no carro, o que no caso de Reguengos até podia ter acabado muito mal, depois do princípio de incêndio. Felizmente a equipa conseguiu debelar rapidamente as chamas e ‘salvou’ o carro: “o balanço deste ano é muito negativo, tive três desistências, a primeira na Baja de Lagos, fruto da rótula interior da direção assistida, simplesmente degolou e quando vimos a peça no seu interior, tinha defeito.
Em Reguengos, nova desistência, um princípio de incêndio, ‘espirrou’ óleo para os coletores e tivemos um princípio de incêndio. Tive sorte de não ter piores consequências.
Agora na Baja de Portalegre onde entrou água para o motor, entrei na ribeira com mais cuidados do que é habitual. Depois do teste anterior à prova, colocámos tudo a respirar pelo ‘snorkel’ para minimizar a possibilidade da entrada de água. Mas entrou água e ficámos todos estupefactos…”, explicou, antes de explicar de onde sente vir o problema: “Mas o que é há aqui de coincidências nestas três desistências?
A grande razão é deficiência da equipa que faz a evolução dos carros.
A Overdrive é o representante europeu, que também sofre com a África do Sul, de onde realmente existe o desenvolvimento. A Overdrive pode fazer alguns desenvolvimentos, mas também está à mercê da África do Sul, que defende a marca Toyota Gazoo Racing.
Para quem não sabe, a Overdrive não é a Toyota Gazoo Racing, e a diferença é que a Toyota Gazoo Racing do Supra, dos Ralis ou de Le Mans, a TMC (Toyota Motor Corporation) faz o acompanhamento, desenvolvimento e integração, claro que com equipas associadas, mas estão dentro do processo.
Neste caso do TT, não estão.
No passado era bem melhor, e há aqui uma grande deficiência e eu vou manifestar isso mesmo à própria TMC (Toyota Motor Corporation).
Há uma coisa que não pode acontecer, um dos pilares principais da Toyota é o cliente em primeiro lugar, as pessoas em primeiro lugar, eu não tenho material que me chega atempadamente, algum material vem deficiente e depois venho a saber que já tiveram experiências destas e não as partilham nem nas evoluções que já fizeram.
Isto é gravíssimo num universo desta natureza, isto é um desabado muito forte que estou a dar, e digo com toda a sinceridade, se eu não representasse a Toyota e aquilo que represento no universo Toyota Portugal, se eu não tivesse nada a ver com a área de negócio, eu tinha abandonado e já tinha ido para o Mini. Isto é grave dizer isto. Mas é a verdade.
Estou cansado de que olhem para mim e para a minha equipa, que somos nós o problema.
Não somos. Nós temos um problema com os nossos fornecedores quem faz o desenvolvimento, e quem nos faz as entregas dos materiais. É o grave problema que eu tive, e é essa a razão do mau balanço deste ano no CPTT.
Tenho elementos da Overdrive que nos dão assessoria nas provas, que nos dizem que isto já aconteceu, mas já houve uma evolução depois. Isto não pode acontecer. Independente, de vez em quando, haver uma peça com deficiência, acontece, mas quando existem dados, esses dados têm que ser verificados, transmitidos. Eu acabo por me sentir um banco de ensaios. As nossas Bajas são extremamente agressivas, são demolidoras, é muito mais demolidor fazer um campeonato nacional do que um Dakar, o Dakar é extenso, cansativo, etc, mas as nossas Bajas são extremamente demolidoras para as mecânicas. O nosso campeonato é altamente competitivo, andamos todos muito bem, e depois estamos sujeitos a isto. Mas vou continuar e não vou desistir”, disse João Ramos ao AutoSport.
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Xiiiii, grande chapada à Overdrive. Mas é assim mesmo, há que fazer ver que as coisas não estão bem. Siga e para o próximo ano que seja campeão.
Estou de boca aberta…