Futuro da Lancia no WRC depende dos custos e das regras
O regresso da Lancia aos Ralis é muito mais tímido do que todos os adeptos gostariam, mas tal como Carlos Tavares, CEO da Stellantis, disse há uns meses ao AutoSport: “os híbridos no WRC trouxeram pouca credibilidade, verde e muito custo, portanto enquanto aquilo não for repensado, a Stellantis não vai para o WRC. Como sabem, a Lancia vai regressar agora em Rally4 e beneficiar de todo o trabalho que foi feito pela Peugeot e pela Opel, porque os chassis são mais ou menos os mesmos, e nós temos mais de 70% de quota de marcado em todo o desporto de ralis amador, com a Opel e a Peugeot, temos mais de 70% das partidas nos ralis e agora, vamos reforçar com a Lancia, e vamos começar por aí, os carros são muito competitivos, também no WRC2 o Citroën também está muito competitivo”.
Vamos andar por aí a ver como as coisas vão, mas não se pode gastar balúrdios, centenas de milhões de euros em desporto automóvel, quando se está a pedir aos nossos operários das fábricas de andarem à ‘caça’ do cêntimo de euro.”
Como se percebe, sendo a Lancia uma marca histórica dos ralis, o seu regresso aos ralis foi visto com outros olhos, mas a Stellantis tem os pés bem no chão quanto ao que vai gastar para o fazer e por isso escolheu os Rally4 como ponto de entrada, pois os programas do Rally1 são extremamente caros, inviabilizando a participação de muitas marcas.
Muito naturalmente, a Stellantis, conglomerado ao qual a Lancia pertence, exige um retorno financeiro significativo para aprovar novos projetos e, portanto o Rally4 será utilizado como plataforma para promover a nova linha HF da Lancia, com foco num público mais jovem e entusiasta.
Muitos fãs e especialistas criticam a escolha dos Rally4, considerando-o um passo tímido e abaixo do potencial da marca, mas sendo verdade que o WRC é visto como uma categoria com grande potencial para gerar valor de marca, as regras atuais e os custos elevados são um forte impedimento.
Seja como for, a Lancia condiciona a sua participação em categorias superiores a uma mudança nas regras do WRC, com o foco claramente na redução de custos ao mesmo tempo que se aumenta a visibilidade do Mundial de Ralis e aí é que a ‘porca torce o rabo’, pois a disciplina caiu tanto que para a levantar é preciso investimento e acertar na ‘mouche’ na escolha das novas regras.
Para a Lancia o seu regresso aos ralis é um passo importante, mas a escolha do Rally4 gera dúvidas e críticas. A marca demonstra interesse em categorias superiores, mas exige que a FIA faça mudanças nas regras para tornar o investimento mais atrativo. Portanto, o futuro da Lancia no WRC dependerá da capacidade da FIA de adaptar as regras e oferecer um ambiente mais competitivo e acessível para os fabricantes.