Armindo Araújo vence Rali Vidreiro , Kris Meeke: “We are the Champions, my friends…”
Não é Queen, é o King! Kris Meeke não pode ser oficialmente apelidado Campeão de Portugal, mas para nós é! O piloto irlandês ultrapassou tudo e todos, e depois de um rali dificílimo em que lhe sucedeu um pouco de tudo, recuperou na estrada o suficiente para assegurar os pontos que precisava para se sagrar o vencedor do campeonato. Para nós o campeão!
Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia RS Rally2) vencem o Rali Vidreiro com 1.8s de avanço para José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), depois de mais uma fabulosa luta entre ambos, mas com o terceiro lugar de Kris Meeke e com o provável triunfo do irlandês na PowerStage soma os pontos que precisa para confirmar o título.
Armindo Araújo termina o ano com três vitórias, leva a luta pelo título até à PowerStage do último rali e foi claramente o melhor português durante todo o ano, fazendo pelo meio uma das melhores épocas que lhe vimos fazer.
José Pedro Fontes termina o ano mais uma vez a lutar pelo triunfo, faltou-lhe uma pontinha de sorte, por exemplo na Madeira, mas continua a mostrar que pode continuar no CPR pois tem ainda muito para dar como piloto de ralis.
Grande prova de Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 Evo), que ‘aguentou’ o terceiro lugar até à PowerStage, fazendo uma prova muito boa, não só pela classificação, mas essencialmente pelo andamento que evidenciou. Termina o ano claramente em alta a querer chegar-se mais acima em termos competitivos, como já anda a ‘prometer’ há algum tempo.
Não correu bem o campeonato deste ano a Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), e nesta prova muita coisa lhes correu mal, depois da penalização que ele e Kris Meeke receberam por erro de percurso. Voltou a ser penalizado devido a um engano na PowerStage, mas a partir daí puxou dos galões e fez uma prova de trás para a frente, terminando no quinto posto.
Ernesto Cunha/Rui Raimundo (Skoda Fabia Rally2 Evo) terminam com um sexto posto uma época de aprendizagem, mas num curso-rápido, pois ‘aprenderam’ o suficiente para já não estarem muito longe do top 5.
Fazendo o filme deste dia decisivo do Rali Vidreiro, tornou-se necessário aguardar pela PEC 9 (Alfeizerão 2) para clarificar tudo em definitivo e na hora das grandes decisões o piso estava seco.
De manhã, ao errar na escolha de pneus, Pedro Almeida (Skoda Fabia Rally2 Evo) rapidamente foi superado tanto por Armindo Araújo como José Pedro Fontes (Citroen C3 Rally2), enquanto lá mais para trás Kris Meeke – penalizado, tal como Ricardo Teodósio, em 1m15s por falharem um controlo de marcação de pneus – iniciava a sua recuperação.
Mais difícil era a tarefa do seu colega que ao errar no percurso da super-especial da noite anterior recebia mais 60 segundos de penalização. A emoção aumentou a meio da manhã quando Meeke deu um toque no final de Pombal 1 e cedeu 41 segundos, mas os ligeiros estragos (semi-eixo partido) no Hyundai permitiram-lhe substituir o material danificado e continuar.
Mas pouco depois o líder Armindo Araújo fazia um pião em Pombal 2, o que permitiu a Fontes ascender ao comando. Nessa altura, com Meeke em quarto, atrás de Pedro Almeida, as contas do CPR deixavam de ser favoráveis ao piloto de Santo Tirso. Contudo, ele conseguiu ascender de novo ao primeiro lugar, a verdade é que Meeke, como seria previsível, também ganhava uma posição e sendo terceiro terminava o rali um ponto à frente do português e tudo se decidiria na Power Stage. Sem surpresas, o piloto da Hyundai averbou o melhor tempo e 3 pontos extra, enquanto o seu rival era 3º e embolsava apenas um.
Gonçalo Henriques Campeão das 2RM
Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4) vencem nas duas rodas motrizes do CPR com o piloto a alcançar o bicampeonato. Depois de há dois anos ter despontado no FPA Junior Team dois grandes anos nas 2RM que terminaram com dois títulos. Um jovem que está a dar os passos certos e que devia agora ter condições para outros voos, mais altos, porque já mostrou ter potencial para muito mais.
Depois do triunfo na Peugeot Rally Cup Portugal, e da possibilidade de fazer o mesmo na Peugeot Rally Cup Ibérica, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4) foram segundos nas 2RM do CPR, triunfando no Campeonato Júnior de Ralis.
Recuperando também a cadeia de acontecimentos nas 2RM, a história do triunfo e a conquista do bicampeonato por parte de Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally4) foi mais simples. O jovem de Vila Nova de Poiares iniciou este segundo dia ao ataque e de uma assentada ganhava uma margem superior a 20 segundos para o seu rival Hugo Lopes (Peugeot 208 Rally4). A partir de então tudo ficou um pouco mais fácil e Guilherme Meireles (Peugeot 208 Rally4) também consolidou o terceiro lugar, enquanto logo atrás Rafael Cardeira (Peugeot 208 Rally4) e Pedro Silva (Peugeot 208 Rally4) travavam um animado duelo que durou até ao último metro de estrada, favorável ao piloto albicastrense. Perante condições da estrada bastante difíceis, Pedro Pereira (Peugeot 208 Rally4), o vencedor do FPAK Júnior Team de 2023, nem sempre teve a sorte pelo seu lado e até um furou contribuiu para o deixar longe dos primeiros lugares.
No FPAK Júnior Team, Eduardo Santos estreou-se no lugar mais alto do pódio, elevando para quatro o número de diferentes vencedores esta época, depois dos sucessos de Afonso Costa (Castelo Branco), Ricardo Rocha (Constálica) e Francisco Custódio (Água Transibérico). Santos acabou o primeiro dia já destacado na frente e a regularidade evidenciada permitiu-lhe manter essa posição, enquanto rivais como Ricardo Rocha ou Afonso Costa acabariam por sucumbir face às dificuldades ditadas pelas consequências do piso húmido. Francisco Custódio e Tiago Santos discutiram o segundo lugar até ao derradeiro troço cronometrado, com vantagem final para o primeiro, que passa a ser o novo líder da competição.
Classificação
1º, Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia RS Rally2), 1h05m47,1s
2º, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), a 1.8s
3º, Kris Meeke/Stuart Loudon (Hyundai i20N Rally2), a 27.8
4º, Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 Evo), a 53.0
5º, Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), a 1.09.2
6º, Ernesto Cunha/Rui Raimundo (Skoda Fabia Rally2 Evo), a 2.44.6
7º Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), a 3.53.6
8º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), a 4.02.2
9º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 5.56.4
10º, Ricardo Filipe/Ricardo Faria (Skoda Fabia R5), 6.12.6
2RM
1º, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), 1h09m40,7s
2º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), a 8.6s
3º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 2.02.8
4º, Pedro Silva/Roberto Santos (Peugeot 208 Rally4), a 2.20.1
5º, Rafael Cardeira/Luís Boiça (Peugeot 208 Rally4), a 2.36.1
Júnior
1º, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), 1h09m40,7s
2º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), a 8.6s
3º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 2.02.8
4º, Luís Caetano/David Monteiro (Renault Clio Rally4), a 5.01.2
5º, Diogo Marujo/Jorge Carvalho (Peugeot 208 Rally4), a 5.40.9
FPAK Júnior Team
1º, Eduardo Santos/José Marques, 1h22m51,2s
2º, Tiago Santos/Inês Braga, a 1m19,0s
3º, Francisco Custódio/Paulo Marques, a 2.53.4
4º, Afonso Costa/Frederico Meireles, a 23.48.4
CAMPEONATOS (Classificações oficiosas)
Absoluto: 1º, Kris Meeke, 167 pontos; 2º, Armindo Araújo, 165; 3ºs, Ricardo Teodósio e José Pedro Fontes, 96; 5º, Pedro Almeida, 75; 6º, Ernesto Cunha, 70.
2RM: 1º, Gonçalo Henriques, 150 pontos; 2º, Hugo Lopes, 131; 3º, Guilherme Meireles, 87; 4º, Pedro Silva, 83; 5º, Anton Korzun, 59.
Júnior: 1º, Hugo Lopes, 103 pontos; 2º, Gonçalo Henriques, 101; 3º, Pedro Pereira, 91; 4º, Guilherme Meireles, 85; 5º, Diogo Marujo, 58
FPAK Júnior Team: 1º, Francisco Custódio, 81 pontos; 2º, Eduardo Santos, 74; 3º, Ricardo Rocha, 73; 4º, Afonso Costa, 65; 5º, Tiago Santos, 48; 6º, Pedro Silva, 30.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Parabéns ao Kris e à Hyundai que prova ter um carro competitivo desde que bem conduzido. O Ricardo sem a penalização da treta teria ficado em segundo, o Armindo continua a ser o nosso top, o José Pedro dêem-lhe asfalto e o Pedro Almeida boa evolução. Parabéns a todos os outros das outras classes, o futuro dos nossos rallyes.
Bom resumo!
A verdade é que não temos Campeão. Erro crasso da Hyundai Portugal em não apostar nos pilotos Portugueses. Será que aprenderam algo?!.. O orgulho ou a humildade dirá o futuro…
Está enganado, temos um campeão não reconhecido pela FPAK, o que é diferente de não termos nenhum e chama-se campeão de Portugal de rallyes,O que não temos é campeão português de rallyes se é que consegue distinguir a diferença. Em relação à Hyundai Portugal é a marca do campeão deposto Ricardo Teodósio, logo como não aposta em pilotos Portugueses ?
A Fpak nada tem a ver com isso, até tentou alterar uma lei que o impõe. Nesta e noutras disciplinas.
Discordo! Parabéns á Hyundai por trazer um nome grande dos rallys a nível mundial e assim subir o nível do nosso campeonato! É campeão e pronto, o resto é burocracia…
Onde está o erro da Hyundai? Tem um piloto que ganhou o campeonato (digam o que disserem estes regulamentos obsoletos), deu espectáculo nas provas, teve imensa visibilidade mediática, que se pode ter mais? E onde estive, na estrada, apercebi-me que havia pessoas que iam lá, para ver um piloto que andou no mundial. Portanto…o que eu espero é que outras marcas sigam o exemplo da Hyundai. E “apostar nos pilotos portugueses” não é isolá-los numa bolha, e ficar satisfeito porque são os “melhores da nossa rua”. Eu vi evolução no Teodósio, no Araujo, no Fontes, porque são forçados a evoluir.… Ler mais »
Gloria aos vencedores e honra aos vencidos.
A Hyundai veio ajudar a elevar o nível do campeonato. Como produto de Marketing o nosso campeonato tem um caminho a percorrer, foi evidente nesta ultima prova a falta de promoção e falta de cobertura televisiva, outras organizações foram capazes de fazer bem melhor.
Tudo indica que vamos ter mais uma equipa oficial em 2025, esperemos que o calendário de provas para 2025, seja bem delineado e sem duvida que o Rali de Lisboa tem que estar integrado no CPR.
Antes de mais, parabéns ao vencedor/campeão Kris Meeke. Gostava que me explicassem porque ele não pode ser campeão e por exemplo um ou vários jogadores de futebol estrangeiros a jogar num clube português podem ser campeões, ou será só o clube campeão??? A seguir uma palavra aos vencidos, ou melhor a todos os outros, a começar pelo segundo classificado no campeonato e vencedor do rali. Grande campeonato fez Armindo Araújo, goste-se mais ou menos, mas tem de se reconhecer o seu valor. Depois uma palavra para todos os outros, que com maior ou menor dificuldade com mais ou menos andamento… Ler mais »
Exactamente. Tanto estrangeiro campeao de portugal em futebol e outras modalidades!!! Porque nao nos ralis??? Por regras legais obsoletas…
Tem toda a razão. Basta olhar para a Volta a Portugal em Bicicleta.
Bem lembrado essa questão ref. ao futebol etc… Parabéns TAMBÉM ao Armindo (o navegador já era campeão) Fico satisfeito de ler aqui gente a considerar Meeke o campeão, p’lo menos “moral” mas não só!
Sempre achei boa ideia a Hyundai colocar pilotos de craveira no nosso CPR, elevar a fasquia para aquilo que não estávamos habituados. De facto passados três épocas verificou-se que o andamento especialmente do pilotos nacionais evoluiu significativamente. Portanto é de louvar a evolução até aqui. Espero apenas que nos próximos anos apareça uma “fornada” de pilotos jovens capazes de ombrear com os melhores. Cumprimentos