F1: Otmar Szafnauer critica responsáveis da Renault

Por a 8 Outubro 2024 11:32

O antigo diretor da equipa Alpine, Otmar Szafnauer, criticou os responsáveis da Renault por dar prioridade às suas próprias carreiras em detrimento do sucesso da equipa na Fórmula 1.

Falando no Podcast High Performance, ele relembrou o seu tempo na Alpine, particularmente durante o fim de semana do GP da Bélgica de 2023, quando foi demitido após lidar mal com a situação do contrato de Oscar Piastri.

Szafnauer revelou que lhe foi prometido o controlo de todos os departamentos da equipa, mas ao entrar, descobriu que áreas-chave como RH, finanças e comunicações reportavam diretamente à direção da Renault em França. Esta falta de controlo contribuiu para problemas significativos, incluindo a incapacidade de assegurar o contrato de Piastri, que alegou ter sido mal gerido antes da sua chegada.

Szafnauer exprimiu a sua frustração por ter sido apresentado como responsável pelos fracassos da equipa, nomeadamente num comunicado de imprensa que incluía a sua imagem, apesar de não ter qualquer envolvimento na situação. Szafnauer atribuiu estes problemas a indivíduos dentro da Alpine que davam prioridade às suas próprias posições em detrimento do desempenho da equipa, fazendo eco de um sentimento que experimentou na Ford, onde o foco estava mais nas carreiras pessoais do que no sucesso do produto.

“Há algumas coisas que correram mal na Alpine. Uma delas foi que eu não tinha controlo sobre toda a equipa: Os RH não respondiam a mim, mas sim aos responsáveis em França. O departamento financeiro não respondia a mim, tal como o departamento de comunicação, o grupo de marketing e o comercial. E isso, por si só, já sabia que ia ser problemático. Antes de aceitar o cargo, dizia-se que eu teria controlo total. Cheguei lá e não era esse o caso. Pensei que conseguia gerir a situação, mas depressa percebi que era problemático.”

“No caso de Piastri, nunca foi assinado o contrato. Comecei em março. Não fazia ideia. Eles não apresentaram os documentos corretamente e nunca assinaram um contrato. Nesse mês de novembro, houve um período de duas semanas em que podia ter sido feito e não foi. Foi aí que a Alpine perdeu, porque os documentos foram incorretamente apresentados. Publicaram um comunicado de imprensa com a minha imagem. E não tinha nada a ver comigo, eu nem sequer lá estava! O departamento de comunicação, que não dependia de mim, achou que era uma boa ideia desviar a atenção da incompetência dos que estavam lá na altura, colocando a minha fotografia no comunicado. A pessoa que colocou a fotografia trabalhou para mim na Force India, por isso dirigi-me a ela e disse-lhe ‘és melhor do que isto’. E ela disse: ‘Desculpa, disseram-me para fazer isto’.

Mas, na altura, isso mostrou que havia algumas pessoas na organização da Alpine que não eram dignas de confiança e que estavam a tentar tramar-me. Não estavam a trabalhar comigo. E quando não nos preocupamos com o desempenho da equipa, mas sim com a nossa base de poder mais do que com o desempenho da equipa, é aí que fazemos este tipo de coisas.

Na Ford, e esperemos que já não seja assim, costumávamos dizer que ‘a Ford Motor Company não fazia carros. Fazia carreiras’, o que significa que nos preocupamos mais com a nossa carreira. E não é esse o caso na Fórmula 1, mas pode ser o caso se tivermos um grupo de pessoas, digamos, do Grupo Renault a dirigir uma equipa de Fórmula 1. Não nos preocupamos com o desempenho em pista, preocupamo-nos com a nossa carreira. E se for esse o caso, tomamos esse tipo de decisões”.

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3 Comentários
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malhaxuxas
malhaxuxas
9 dias atrás

Coitadinho!

Cágado1
Reply to  malhaxuxas
9 dias atrás

Experimenta tu! A Renault tornou-se ingerível, como se tem visto. O Szafnauer podia ter sido a sua salvação, mas não foi devidamente apoiado. Parece-me indiscutível.

Last edited 9 dias atrás by Cágado1
Donadel
Donadel
9 dias atrás

A Renault F1/ Alpine F1 é uma casa a arder… podem colocar o melhor gestor que existe que não consegue colocar a funcionar. A Renault perdeu o interesse na F1, pois está a drenar demasiado dinheiro e a não trazer retorno. A equipa vai ser vendida no final da época ou no máximo final de 2025, pois mesmo a Alpine não consegue justificar a manutenção da equipa com a venda dos seus carros.

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