F1, Luca de Meo: “A Renault tornou-se invisível”

Por a 5 Outubro 2024 12:28

A Renault confirmou que deixará de produzir os seus próprios motores de Fórmula 1 após a temporada de 2025, marcando o fim do seu papel como equipa de trabalho. O CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, descreveu a decisão como “desoladora”, mas necessária para o futuro da Alpine no desporto.

A decisão afeta os trabalhadores da fábrica de motores da Renault em Viry-Châtillon, que serão transferidos para outros projetos. Mas o responsável da marca justificou a sua decisão. De Meo explicou que o projeto da Renault para a F1 tem vindo a sofrer dificuldades há três anos, com a equipa a tornar-se “invisível” e a ter um fraco desempenho nas classificações, o que levou a perdas financeiras resultantes da diminuição dos bónus e dos patrocínios. Reconheceu que a equipa tinha de fazer uma grande mudança para evitar um colapso total. Como equipa cliente, a Alpine poderá ter mais hipóteses de sucesso, especialmente com as alterações ao regulamento de 2026 no horizonte.

Decisão difícil

“É um assunto muito emocional, antes de mais para mim”, afirmou o Diretor Executivo De Meo em conversa com o l’Equipe. “Sou muito apaixonado pelo assunto. É de partir o coração. Esta decisão não foi tomada de ânimo leve. Sou um gestor. Dirijo uma empresa cotada na bolsa. E tenho de repensar o projeto da F1 para finalmente ganhar”, explica. “Tornámo-nos invisíveis. Mais dois anos assim e o projeto cairia por terra. Há três épocas que estamos numa espiral descendente. Tínhamos que fazer alguma coisa para mudar”, continuou De Meo. “Ao mesmo tempo, havia uma motivação financeira. Dado o lugar da Alpine na classificação, estamos a perder bónus e patrocinadores. Parecemos ridículos com o décimo sexto e o décimo sétimo lugares. Não estamos em lado nenhum”. Concluiu o Diretor-Geral da Renault.

Legado esquecido

A decisão pode ser lógica e vai contra um legado que não pode ser menosprezado. A importância da Renault na história da Fórmula 1 é clara, apesar de muitas vezes não receber o devido reconhecimento. A Renault, presente na F1 desde 1977, foi pioneira ao introduzir motores turbinados e teve sucesso tanto como construtor quanto como fornecedora de motores. Após competir como equipa entre 1977 e 1983, a Renault focou-se no fornecimento de motores, voltando como construtora em 2000 ao comprar a Benetton.

A marca teve sucesso notável, vencendo títulos com a Williams e Benetton entre 1992 e 1997, e conquistando campeonatos com Fernando Alonso em 2005 e 2006. Além disso, a parceria com a Red Bull rendeu quatro títulos consecutivos entre 2010 e 2013. Como fornecedora de motores, conta com 741 GP (43 épocas), com 169 vitórias, 213 poles, 176 voltas mais rápidas e 463 pódios. Os motores Renault foram responsáveis por 12 títulos de construtores e 11 títulos de pilotos. Como construtora conta com 400 GP, 35 vitórias, 51 poles, 33 voltas mais rápidas e 103 pódios, com os dois títulos de construtores e pilotos, conquistado por Alonso.

Esquecer este legado é esquecer uma parte importante da história da F1. Logicamente que numa empresa como a Renault, a história não dá lucros. Do ponto de vista comercial e até logístico, o fim dos motores Renault pode fazer sentido. Mas do ponto de vista da paixão, do desporto, do legado, é quase criminoso ver a Alpine com outros motores que não os feitos em Viry.

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2fast4u
2fast4u
1 mês atrás

Se calhar as decisões de tirar de lá o Otmar e por quem não percebe um boi de F1 a liderar a equipa deu nisto..
Os motores deram mais títulos na F1 do que a equipa, logo a decisão é no mínimo absurda!
Abdicar de ter equipa e passar a fornecer só motores seria um passo mais lógico..

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