WRC: Chicanes virtuais chegam aos ralis
Começou a falar-se de chicanes virtuais nos ralis, e as redes sociais ligadas ao fenómeno do ‘motorsport’ em geral, ralis em particular, ‘rebentaram’.
Ponto prévio, eu sei que os ralis do passado eram uma ode à paixão, emoção e velocidade. As estradas de terra e asfalto eram o palco de heróis destemidos que desafiavam os limites da máquina e da própria sorte. Porém, essa adrenalina tinha um preço elevado: o perigo era uma sombra constante. A história dos ralis, assim como a da Fórmula 1 e outras modalidades do automobilismo, é marcada por acidentes e tragédias que levaram à necessidade imperiosa de mudanças radicais na segurança.
Hoje, quando se fala em introduzir medidas de segurança nos ralis, há quem lamente, afirmando que “dantes é que era bom” e que agora “proíbem tudo”. No entanto, é preciso compreender a importância dessas medidas, que surgiram das lições dolorosas do passado.
Nos primórdios, os ralis eram uma dança arriscada entre o piloto e a estrada, sem a rede de proteção que conhecemos hoje. As histórias dos campeonatos dos anos 70 e 80 e mesmo 90, estão repletas de glórias, mas também de perdas. Pilotos e espetadores pagavam um preço alto pela emoção sem filtros.
O rali, com suas curvas traiçoeiras e saltos cegos, exigia coragem, mas também expunha todos a riscos extremos.
A segurança nos ralis não surgiu do nada. Foi forjada na tragédia e na necessidade de preservar vidas.
A morte de heróis como Atillio Bettega, Henri Toivonen, Sergio Cresto, e outros, foram o ponto de inflexão. O progresso na segurança não diminui a emoção; antes, a enaltece. Os pilotos de hoje são tão destemidos quanto os de outrora, mas têm a vantagem de contar com tecnologias e regulamentações que lhes permitem competir ao máximo das suas habilidades, minimizando riscos desnecessários.
A nostalgia pelos “tempos bons” muitas vezes ignora o custo humano daqueles dias. Cada nova regra de segurança é uma homenagem silenciosa aos que perderam a vida, ou ficaram feridos, uma promessa de que as suas mortes ou ferimentos não foram em vão. Os ralis continuam a ser uma celebração da bravura e da habilidade, mas agora com a consciência de que a segurança é um ingrediente indispensável para manter viva a chama do automobilismo.
Ponto prévio terminado, o Rali da Finlândia vai ficar marcado pelo regresso do fantástico troço de Ouninpohja, mas com um… mas: chicanes virtuais!
Todos sabemos o perigo que correm piloto e navegador dentro dos carros a velocidades altíssimas em troços como o de Ouninpohja, ladeado por árvores e ‘pejado’ de saltos. Em declarações ao Dirthfish,
o diretor do Rali da Finlândia, disse que a FIA sugeriu que procurassem troços menos perigosos, alternativas, e alguém surgiu com a ideia de introduzir chicanes virtuais: e o que são?
Nas zonas mais perigosas, introduz-se ‘zona de velocidade máxima definida’, como no TT quando passam em povoações ou locais perigosos em termos de segurança.
Os Fórmula 1 não têm uma linha de limite máximo de velocidade à entrada das boxes, de 80 Km/h? As corridas em pista não têm Virtual Safety Car?
É exatamente a mesma coisa, quando lá chegam, têm que travar como se estivesse ali um obstáculo e percorrer a distância à velocidade máxima definida. Quando essa termina, voltam a acelerar.
É assim que vai ser a primeira chicane virtual do WRC. A organização da prova vai definir o limite de velocidade, seja 60 km/h, 70 km/h, num troço de 200 metros e com isso é escusado colocar fardos de feno ou outras coisas, que na maioria das vezes andam a voar pelo ar.
Basicamente, a organização adverte que ali não é prudente chegar a 200 km/h. Tal como diz o Diretor da Prova finlandesa, “o que estamos a fazer é criar um ambiente onde as equipas possam competir da forma mais segura possível”.
Em última análise, se contribui para diminuir ainda mais a hipótese de haver ‘azares’ – que nunca poderão ser erradicados do desporto, seja ele qual for – pelo menos, atenuam a questão da segurança e as equipas sentirem-se mais seguras nos troços nunca será algo de mau.
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