Algarve Pro Racing nas 24 Horas de Le Mans: erros determinaram desfecho

A portuguesa Algarve Pro Racing ficou profundamente desapontada no final de uma tumultuosa 92ª edição das 24 Horas de Le Mans, mas as lições valiosas não serão esquecidas, juntamente com uma maior determinação em vencer na sua campanha de 2024 na Europa e nos EUA.

A equipa sediada em Portugal conseguiu um oitavo lugar em Le Mans com o ORECA 07-Gibson #25 de Olli Caldwell, Matthias Kaiser e Roman De Angelis, incapaz de recuperar as voltas perdidas para os líderes LMP2 durante uma paragem de reparação na primeira hora.

E a busca da CrowdStrike Racing by APR por uma segunda vitória consecutiva na LMP2 Pro-Am terminou abruptamente quando a roda traseira esquerda do protótipo #45 fez uma tentativa de libertação à 11ª hora, com Colin Braun, George Kurtz e Nick Catsburg a ficarem em quarto lugar na classe.

O desempenho em corrida esteve no centro dos planos de testes e treinos livres da Algarve Pro, e os pilotos expressaram confiança e positivismo sobre as suas perspectivas para o enduro de duas voltas ao relógio.

A edição de 2024 das 24 Horas de Le Mans começou com Caldwell a arrancar com o ORECA Algarve Pro #25 e Braun com o protótipo #45 da CrowdStrike, respetivamente em 15º e 16º lugar.

Ambos os pilotos fizeram progressos durante as primeiras trocas de posições, mas uma rajada de vento fez com que a máquina #25 da APR deslizasse e um ligeiro choque com o muro antes de Tertre Rouge resultou na quebra do braço da direção dianteira esquerda.

Os mecânicos da Algarve Pro entraram em ação e substituíram a peça danificada numa rápida reviravolta, de modo a que Caldwell regressasse à corrida onde começou, em P15, ainda na esperança de que ele, Kaiser e De Angelis tivessem oportunidades de recuperar as voltas perdidas nas 23 horas restantes.

Não demorou muito para que a APR voltasse às boxes para usar Goodyear para pista molhada, quando caiu um aguaceiro vindo da direção da Curva Porsche, mas a chuva diminuiu rapidamente e a equipa voltou rapidamente aos pneus slicks.

Caldwell ganhou a 13ª posição à custa do carro #45 da CrowdStrike Racing, que perdeu tempo quando uma zona lenta terminou enquanto estava nas boxes para um serviço de emergência.

A instabilidade nas condições variáveis estava a dificultar o progresso da equipa do #25, mas a introdução de uma asa traseira de alta força descendente durante o primeiro turno de De Angelis melhorou significativamente o equilíbrio do carro quando o dia deu lugar à noite.

Um Safety Car prolongado, que durou mais de 90 minutos, levou a corrida para além da meia-noite e, com direito a uma ultrapassagem, ambos os carros da Algarve Pro recuperaram uma volta.

Catsburg e Caldwell entraram no top 10, com o último a fazer a melhor volta do carro na calada da noite.

Infelizmente, as esperanças da CrowdStrike Racing de repetir a sua vitória na classe LMP2 Pro-Am em 2023 foram frustradas quando a roda traseira esquerda do carro #45 se soltou numa volta de saída de uma paragem de rotina nas boxes durante a 11ª hora.

No entanto, a Algarve Pro teve de deixar a desilusão de lado e continuar com o carro #25, que ainda estava num sólido nono lugar quando Le Mans chegou a meio da distância.

Foi nessa altura que a chuva forte e persistente deixou o Circuit de la Sarthe em condições “impossíveis de correr” e os concorrentes tiveram de se sujeitar a uma procissão de Safety Car de quatro horas, que os levou para lá do nascer do sol de domingo de manhã. O tempo acabou por estabilizar e o pelotão foi libertado com um terço da corrida por disputar, mas Caldwell, Kaiser e De Angelis ainda estavam fora da volta da frente e incapazes de pressionar os líderes dos LMP2.

A chuva voltou a intervir no final da corrida, e a Algarve Pro conseguiu elevar o ORECA #25 ao oitavo lugar no final de umas turbulentas 24 Horas de Le Mans.

Para o Diretor da Equipa Algarve Pro Racing, Stewart Cox: “Dizer que estamos desiludidos seria um eufemismo. Tanto o carro #25 da Algarve Pro Racing como o #45 da CrowdStrike Racing by APR saíram da primeira volta praticamente de imediato e, embora tivéssemos um bom ritmo, todas as nossas tentativas de recuperar terreno foram infrutíferas, com oportunidades como os Safety Car a não nos ajudarem o suficiente.

“Tivemos uma corrida incrivelmente fraca durante a noite e cometemos um erro terrível com o carro #45 da CrowdStrike numa paragem nas boxes, o que não é nada nosso. Temos de repensar e intensificar o treino da nossa equipa de boxes, porque a perda de uma roda traseira significou que não havia tração suficiente para levar um carro em perfeitas condições de volta às boxes. Foi de partir o coração ter de abandonar.

As pessoas costumam dizer que se ganha em equipa e se perde em equipa. Vencemos as 24 Horas de Le Mans Centenárias do ano passado como CrowdStrike Racing by APR e pensámos realmente que estaríamos fortes na corrida deste ano, mas levámos um grande pontapé e isso dói.

“Não vamos culpar ninguém, pois estamos todos a esforçar-nos muito e basta um pequeno lapso para que aconteçam erros com grandes consequências. Houve algumas condições irreais durante a noite e tem sido um Le Mans estranho no geral, mas vamos recuperar e garanto que vamos lutar arduamente para ganhar as Seis Horas IMSA Sahlen’s de The Glen do próximo fim de semana.”