24 Horas de Le Mans: Última vitória da Porsche foi em 2017 e agora perseguem a 20.ª da sua história
Foi na 85.ª edição das 24 Horas de Le Mans que a Porsche alcançou a sua última vitória à geral em Le Mans, tendo como objetivo, sete anos depois, somar o vigésimo triunfo na clássica francesa da resistência.
“Só pode haver um objetivo para a Porsche em Le Mans: ganhar”, disse o vice-presidente da Porsche Motorsport Thomas Laudenbach na antevisão da maior prova de resistência do Mundo. E para atingir essa meta, na 92.ª edição das 24 Horas de Le Mans, sete anos após a última vez, serão três os Porsche 963 da Porsche Penske Motorsport em pista.
Como foi a vitória número 19 da Porsche?
Acabou por não ser um triunfo nada fácil para os alemães em 2017, na 85.ª edição das 24 Horas de Le Mans. O Porsche 919 Hybrid n.º1 teve de desistir a quatro horas do fim, com a marca alemã a ver renascer as suas esperanças quando o carro n.º2, logrou uma recuperação notável. ‘Afundado’ na classificação no começo da prova, a tripulação do n.º2, composta por Timo Bernhard, Brendon Hartley e Earl Bamber, foi obrigada a um desempenho esmagador que permitisse anular as 18 voltas de atraso.
Durante 10 horas da corrida, o Toyota TS050 n.º 7 liderou a classificação, mas a prova foi caracterizada por uma fragilidade entre os LMP1 que não se havia visto na temporada anterior, tendo estado à beira de suceder que um LMP2 pudesse ganhar a corrida em termos absolutos.
Escreveu o AutoSport no dia 18 de junho de 2017 que “mesmo perdendo a liderança a pouco mais de uma hora do final, a equipa do Oreca # 38 da Jackie Chan DC Raing tem de ser considerada como uma das heroínas da prova, já que para além do triunfo em LMP2 juntaram também um segundo lugar absoluto com que nunca tinham sonhado. Mérito para a equipa chinesa apoiada pela Jota Sport e para os seus pilotos, Ho-Pin Tung, Thomas Laurent e Oliver Jarvis.”
Para Timo Bernhard e também para Bamber foi a segunda vez que se impuseram em La Sarthe, enquanto para Hartley foi o tão perseguido primeiro triunfo, que repetiria em 2020 (com o LMP1 Toyota TS050 Hybrid) e 2022, já aos comandos do Hypercar da Toyota, o Toyota GR010 Hybrid.
Vencedor de Le Mans em 2015, 2016 e 2017, conseguindo o ‘hat-trick’ em La Sarthe, a Porsche aponta ainda o 919 Hybrid como o automóvel de competição mais complexo que o fabricante de automóveis desportivos alguma vez produziu.
Em 2017, após a vitória em Le Mans, a Porsche confirmava a retirada dos seus protótipos híbridos LMP1 a partir do final daquela época do Campeonato do Mundo de Resistência (WEC), apostando noutras competições.
Quais as real hipótese da Porsche Penske Motorsport em 2024?
Desde 2023, a Porsche está novamente representada com um veículo híbrido na classe de topo do Campeonato do Mundo de Resistência (WEC), após o desenvolvimento do 963 ter começado em 2020. Combina um motor V8 de 4,6 litros com dois pequenos turbocompressores e um sistema híbrido. Com base na regulamentação LMDh, o protótipo produz uma potência total de cerca de 515 kW (700 cv).
David Floury, diretor técnico da Toyota Gazoo Racing Europe, afirmou que “se a Porsche não ganhar, fizeram um trabalho muito mau”. As declarações aconteceram ainda antes do Porsche 963 n.º 6, com Kévin Estre ao volante, ter alcançado a pole position, a primeira desde 2016. No entanto, como disse Filipe Albuquerque sobre a sua posição na grelha entre os LMP2, “conseguir a ‘pole’ para as 24h de Le Mans é uma questão de ego, porque numa corrida de 24 horas, o lugar na grelha é pouco relevante para o resultado final.”
Por parte da Porsche, a tarefa do 963 é clara: conseguir a 20.ª vitória da marca em Le Mans e mostrar o potencial dos carros desportivos do fabricante. “Temos o recorde de vitórias e estamos determinados a acrescentar um triunfo ao nosso registo”, acrescentou Thomas Laudenbach. “Isso coloca uma grande pressão em todos os envolvidos. Não estamos, de forma alguma, a subestimar os nossos rivais. A classe de topo Hypercar é extremamente competitiva, com um total de 23 protótipos de nove fabricantes diferentes. É precisamente isso que nos motiva.”
Na discussão da Hyperpole, a sessão definitiva que ordenava os primeiros lugares da grelha de partida de cada classe, os Ferrari podiam ser considerados favoritos à pole position na Hypercar, mas quedaram-se pelo quarto e quinto lugares, atrás do Porsche e dos Cadillac V-Series.R n.º 2 (Earl Bamber/Alex Lynn/Alex Palou) e do Cadillac V-Series.R n.º3 (Sébastien Bourdais/Renger Van Der Zande/Scott Dixon).
A verdade é que, apesar da pole position do n.º6, os restantes Porsche 963 da Porsche Penske Motorsport arrancam da décima posição da grelha (n.º5) e da 19.ª (n.º4), muito mais atrás do que os seus companheiros de equipa.
A corrida de 2024 tem início às 15 horas, em Portugal continental.
Fotos: Porsche e Arquivo AutoSport