F1: Início de temporada ficou mais aquém do que Alpine esperava
A Alpine encontra-se perante um início de temporada complicado em termos de desempenho. Os franceses sabiam que não iriam ter o melhor carro da grelha e que seria difícil estar na luta pelos pontos – isso foi prontamente aceite pelos responsáveis e pelos pilotos, pouco depois da apresentação do projeto para 2024 – no entanto, o chefe de equipa Bruno Famin admite que ter ocupado os dois últimos lugares da grelha de partida na prova de abertura da temporada fez soar os alarmes em Enstone e Viry, levando à mais recente reestruturação técnica da Alpine.
A equipa francesa explicou que havia a necessidade de mudanças drásticas na sua liderança técnica, também tendo em conta o passado recente da equipa francesa, que não tem conseguido melhorar e dar um passo em frente nas últimas temporadas. Mas a maior prova da necessidade de fazer mais alterações, surgiu quando a equipa sofreu o “choque” e percebeu qual era a realidade dentro do pelotão.
Apesar das medidas tomadas antes e do planeamento estratégico para o desenvolvimento durante a temporada, passou a existir a perceção que o A524 tinha muitas dificuldades em ser competitivo em pista.
“Foi um choque porque estávamos à espera de um início de época difícil, sabíamos disso e foi isso que dissemos durante o lançamento do nosso carro”, disse Bruno Famin depois das duas primeiras corridas da temporada. “Mas ficar na última fila na qualificação [no Barém] foi um choque, para ser honesto. Apenas confirmou a necessidade de mudança na nossa equipa e nós fizemos essa mudança”. O reconhecimento das suas dificuldades sublinha o plano da equipa para os desafios que se avizinham e o seu empenho em enfrentá-los de frente. Com a liderança técnica recém estruturada, existe otimismo de que a equipa possa ultrapassar os obstáculos e trabalhar para melhorar ao longo da época.
Sabendo quais são os maiores problemas – um deles é a falta de tração, que levou a muitas queixas por parte de Pierre Gasly e Esteban Ocon – há que recordar que o A524 é um carro totalmente novo, precisando de um plano de desenvolvimento agressivo durante a temporada. Não bastará “continuar a trabalhar arduamente todos juntos para melhorar a situação atual em que nos encontramos”, como disse o responsável da Alpine depois de ter terminado a prova saudita apenas com um carro classificado. É necessário tempo, porque o dinheiro, não sendo ilimitado, deverá existir para que isso fosse possível. Com o limite orçamental, as equipas de F1 precisam de mais paciência para melhorarem os seus carros… será que a Alpine pode esperar?
Como ainda disse Famin, “mesmo que as atualizações estejam a caminho, temos de compreender a nossa falta de desempenho”. Além disso, parece recorrente os problemas em corrida dos monolugares franceses, como aconteceu na Arábia Saudita com a caixa de velocidades do carro de Pierre Gasly, que lhe custou tempo valioso em pista.