WRC: Rally1 sem sistema híbrido em 2025
A FIA já anunciou o futuro do Mundial de Ralis a curto prazo e decidiu abandonar o sistema híbrido dos Rally1 que no próximo ano, 2025, irão manter-se como classe principal do WRC, mas sem a parte híbrida, de modo a reduzir custos. Paralelamente, a FIA confirmou uma série de propostas para o futuro do WRC com a introdução de um novo conjunto de regulamentos para os Rally1 já a partir de 2026.
Os novos regulamentos desportivos e técnicos a partir de 2025 serão publicados em junho deste ano.
Os Rally2 continuarão tal como estão, como base para as séries nacionais e internacionais, contudo, os Rally2 que competem no WRC a partir de 2025 terão a opção de correr com um kit WRC composto por um restritor maior (mais potência no motor), um escape maior, uma caixa de velocidades opcional com patilhas e uma asa traseira, com o objetivo de reduzir a diferença de desempenho entre os veículos Rally1 e Rally2.
Já a partir de 2026, serão introduzidos regulamentos técnicos revistos para o topo da pirâmide, mantendo-se os atuais Rally1 como base sendo que as novas regras serão pensadas de forma a permitir muito menor complexidade na construção de um novo carros de ralis, Rally1, e com isso passam a permitir que os preparadores possam usar qualquer carroçaria sempre com base em modelos existentes de produção, incluindo a classe B, a classe C, um SUV compacto ou mesmo Concept Car.
A potência estimada para os será de 330 cv, mas deste tipo de carro falaremos em artigo à parte, bem como doutros tópicos importante que são referidos no documento da FIA, e que iremos olhar com calma, pois há muita coisa para analisar….
Eis o comunicado completo da FIA relativo aos ralis/WRC
Acordo sobre o caminho para o futuro do Campeonato do Mundo de Ralis da FIA
O roteiro para o futuro do Campeonato do Mundo de Ralis da FIA, apresentado ao Conselho Mundial nos últimos dois dias pelo Grupo de Trabalho do WRC, recebeu luz verde.
O Grupo de Trabalho elaborou uma análise do estado atual do campeonato, um registo dos principais atributos do desporto a manter e a definição de uma série de objetivos para o futuro.
Criado a pedido do Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, em dezembro, e liderado pelo Vice-Presidente da FIA para o Desporto, Robert Reid, e pelo membro da WMSC David Richards, o Grupo de Trabalho, composto pelos representantes da WMSC Garry Connelly, Ronan Morgan e Andrew Mallalieu, bem como pelos executivos da FIA Andrew Wheatley e Xavier Mestelan Pinon, apresentou objectivos que dão prioridade aos planos para uma maior atenção às relações públicas, ao marketing e à promoção do campeonato, e definiu um quadro para o desenvolvimento de alterações aos aspectos desportivos e técnicos do WRC.
A Comissão do WRC foi agora incumbida de elaborar propostas concretas, com base nas recomendações do Grupo de Trabalho do WRC, para apresentação na próxima reunião da WMSC, com os novos regulamentos desportivos e técnicos para a época de 2025 e seguintes do WRC a serem publicados até ao final de junho.
Para além de utilizarem os seus vastos conhecimentos e experiência, os representantes da Comissão WRC terão também em consideração os resultados do Inquérito de Envolvimento dos Adeptos do WRC.
O inquérito, que foi encomendado pela FIA e recebeu mais de 11.000 respostas, forneceu um feedback valioso sobre vários tópicos, como o formato dos ralis, o tipo de carro e as especificações.
Os principais objetivos foram definidos da seguinte forma:
Promoção
Para aproveitar as oportunidades promocionais em torno de cada evento e maximizar todo o potencial do WRC, a FIA vai criar uma Equipa de Promoção do WRC dentro da FIA, em estreita colaboração com as partes interessadas do Promotor do WRC, organizadores de eventos e equipas de construtores.
O foco principal da Equipa de Promoção do WRC será o desenvolvimento de uma ‘Carta do WRC’ que definirá um conjunto de compromissos de todos os intervenientes para promover o WRC junto de um público mais vasto, com base num conjunto de objetivos e KPIs (Key Performance Indicator) acordados.
Esta abordagem coordenada irá alavancar a experiência de cada parte de modo a promover o WRC fora da sua atual base de fãs como um dos mais importantes campeonatos de desporto motorizado do mundo.
Desporto
Os organizadores de provas terão mais liberdade para desenvolver o itinerário do seu rali. No entanto, embora o dia de início de uma prova e o número de quilómetros de etapa possam variar, todos os ralis devem terminar num domingo com a Power Stage.
O calendário global pode incluir um pequeno número de provas mais curtas de estilo sprint e mais longas de resistência, para além dos ralis que seguem o formato atual.
No entanto, o número total de quilómetros cronometrados percorridos durante uma época permanecerá praticamente inalterado, com eventos ainda organizados numa mistura de asfalto, terra e neve.
No âmbito das medidas de redução de custos, o número de efetivos de uma equipa de três carros será limitado no futuro.
A configuração do parque de assistência seguirá um novo modelo, com os construtores a atribuírem estruturas de origem local como espaço de trabalho. Para além de poupar custos e reduzir a quantidade de transporte necessário, a mudança proporciona maior flexibilidade, caso a localização do parque de assistência mude durante um evento. Reduz também a área total necessária para o parque de assistência pelos organizadores de eventos.
Para permitir que os organizadores adotem formatos menos rígidos, reduzam as distâncias das secções de ligação e alarguem o alcance dos eventos, serão encorajadas as oportunidades de assistência remota, sendo as equipas autorizadas a transportar peças limitadas num pequeno veículo de apoio.
Técnica
O atual Rally1 continuará a ser o veículo de referência do WRC em 2025 e 2026, mas com modificações para reduzir o custo e o desempenho. Estas incluem a remoção da unidade híbrida plug-in, com o desempenho compensado por uma redução no peso total, e uma redução no restritor de ar e na aerodinâmica.
Os veículos Rally2 continuarão na sua forma atual durante o período da sua homologação como base para as séries nacionais e internacionais. No entanto, os veículos Rally2 que competem em provas do WRC a partir de 2025 terão a opção de correr com um kit WRC composto por um restritor maior, um escape maior, uma caixa de velocidades opcional com patilhas e uma asa traseira, com o objetivo de reduzir a diferença de desempenho entre os veículos Rally1 e Rally2.
A partir de 2026, serão introduzidos regulamentos técnicos revistos para a categoria de nível superior do WRC, com base no atual conceito de Rally1. Estes regulamentos serão aplicados em paralelo com os atuais regulamentos de Rally1 para a época de 2026.
Estas novas regras utilizarão uma célula de segurança comum para reduzir os custos e a complexidade e permitirão que os fabricantes e os tuners desenvolvam carros com a sua própria carroçaria com base em modelos de produção, incluindo a classe B, a classe C, um SUV compacto ou um Concept Car concebido de acordo com critérios técnicos rigorosos, como o centro de gravidade e a aerodinâmica, a fim de igualar o desempenho.
A potência será de 330 cv, sendo o desempenho do motor controlado por uma curva de binário de referência para todos os automóveis. O motor e a transmissão terão um custo limitado e a tecnologia será limitada à equivalência do Rally2.
A eficiência aerodinâmica será limitada, juntamente com uma restrição da velocidade máxima, para reduzir o desenvolvimento e os custos.
O custo por carro será limitado a 400.000 euros e os construtores do WRC terão de disponibilizar os seus carros para venda diretamente a partir do parque fechado de chegada de uma prova do WRC.
Na primeira oportunidade, será introduzida uma categoria elétrica no WRC, com o departamento técnico da FIA encarregue de estabelecer regulamentos técnicos adequados que possam utilizar a nova célula de segurança do Rally1 e alcançar a paridade de desempenho com os carros do Rally1 que funcionam com combustível sustentável.
O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, afirmou: “Os membros do WMSC analisaram cuidadosamente as recomendações do Grupo de Trabalho do WRC e foram unânimes no seu apoio à série de objetivos que foram estabelecidos.
Chegar ao ponto em que a Comissão do WRC pode agora trabalhar na finalização das propostas que irão contribuir muito para cimentar o futuro rumo do WRC, uma vez aprovadas pelo WMSC, é um momento significativo para o campeonato, para as suas partes interessadas e para a comunidade dos ralis em geral.
É também importante notar que os resultados do Inquérito de Envolvimento dos Adeptos do WRC serão cuidadosamente considerados pela Comissão do WRC durante o processo de elaboração das propostas finais. Agradeço a todos os que participaram no inquérito e continuamos o processo de criação de um WRC que seja relevante para o presente e adequado para o futuro.”
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Assim de repente, e no imediato , parece que vão aumentar os custos dos rally2, sem diminuição significativa dos custos dos rally1. Se assim fôr, parece mais um passo na direção errada. Que interessa aproximar os custos de uns e outros, se em média os custos, no total, aumentarem? Aguardemos.