WRC, Rali da Suécia: O despertar da mente para Esapekka Lappi

Por a 18 Fevereiro 2024 14:53

Seis anos depois uma linda história de amor com a ‘sua’ prova o Rali da Finlândia, Esapekka Lappi está de regresso ao lugar mais alto do pódio. Depois algumas tentativas e outros tantos azares, a chama do finlandês reacendeu-se e foi com um sorriso radiante que segurou o troféu no pódio. Este foi um encontro inesperado com os triunfos, mas finalmente, uma nova jornada triunfante.

A longa espera de Esapekka Lappi chegou ao fim com a vitória no Rali da Suécia. O finlandês voltou aos triunfos no Mundial de Ralis, graças a uma prova em que soube aproveitar a ordem na estrada, os erros dos favoritos e a ‘ajuda’ de Thierry Neuville, que com o problema que teve – diz ele – no seu carro, penalizando, tirou do ‘filme’ o que seria, quase de certeza, uma enorme pedra no sapato para a Hyundai na Suécia. Depois de ter ficado isolado fruto da sua boa exibição, do atraso de Elfyn Evans e da saída de estrada de Takamoto Katsuta, o finlandês controlou na perfeição a sua prova aos comandos do seu Hyundai i20 N Rally1 Hybrid.

A sua vitória no Rali da Suécia, ao lado do copiloto e compatriota finlandês Janne Ferm, aconteceu seis anos, seis meses e 19 dias depois de ter vencido no WRC pela primeira vez no Rali da Finlândia em 2017.

Desta forma, o piloto de 33 anos bate o recorde de maior intervalo entre vitórias no WRC, que era de cinco anos e 359 dias e era detido conjuntamente por Shekhar Mehta e Jean-Luc Therier.

Lappi é o quinto piloto da Hyundai a vencer uma ronda do WRC, um resultado que dá ao fabricante o seu 29º triunfo no campeonato do mundo, numa prova em que a Toyota e a M-Sport Ford também terminaram no pódio. Dois rali, dois triunfos para a Hyundai, ficando a certeza que este ano a Toyota não vai passear da mesma forma que nos dois últimos anos: “É uma sensação muito boa”, disse Lappi. “Há muito tempo que andava à procura desta segunda vitória. Muito obrigado ao Cyril [Abiteboul, presidente da Hyundai Motorsport e chefe de equipa], ele manteve-me na equipa depois de uma segunda metade do ano passado muito má.

É um contraste enorme desde esse momento até agora. Por isso, obrigado à equipa. E também à minha família”.

Lappi iniciou a etapa decisiva do Rally da Suécia, composta por três troços, esta manhã (domingo), liderando com 1m06.3s e com 18 pontos WRC acumulados por ter liderado a tabela à chegada no final do dia de sábado. Enquanto os seus rivais entraram em modo de ataque total, Lappi manteve a cabeça fria e a calma para chegar à meta incólume e com a sua liderança intacta.

Embora a sua margem de vitória tenha sido reduzida para 29,6 segundos, a vitória era tudo o que importava para Lappi, que vai embarcar numa campanha parcial com a Hyundai Shell Mobis World Rally Team em 2024.

Atrás de Lappi, Elfyn Evans, piloto da Toyota, ficou com o segundo lugar de Adrien Fourmaux, quando o francês perdeu tempo ao embater num banco de neve no primeiro troço de domingo. Mas o piloto do Ford Puma Rally1 da M-Sport não deixou que esse momento o fizesse perder o ritmo e o foco e subiu ao seu primeiro pódio do WRC, em terceiro: “É muito, muito bom para nós estarmos no pódio, depois de termos regressado aos Rally1,” disse Fourmaux. “Foram dois anos muito difíceis, mas nunca desistimos e estar no pódio na Suécia é muito especial. Sinceramente, não tenho palavras, é tão bom.”

Apesar de o seu Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid ter deslizado para um banco de neve a alta velocidade na PEC17, Evans liderou a classificação do ‘Super Sunday’ e somou sete pontos para o campeonato do mundo, a juntar aos 13 que marcou no sábado, ao abrigo das novas regras para 2024. O galês, que também conquistou quatro pontos na Wolf Power Stage para um total de 24 no evento, está agora a três pontos de Thierry Neuville na corrida pelo título do WRC 2024.

Mas poderia ter ficado a dois pontos de Neuville se não tivesse deslizado para outro banco de neve perto do final da Power Stage, um ‘momento’ que lhe terá negado o tempo mais rápido – e cinco pontos de bónus – por 0,039 segundos: “Perdemos tudo nas últimas curvas – não foi muito bom”, disse Evans. “De qualquer forma, no geral, acho que podemos estar relativamente felizes com este resultado depois do que aconteceu na sexta-feira, mas ainda há áreas para trabalhar.”

Neuville, o vencedor do Rallye Monte-Carlo no mês passado, lutou contra problemas de pressão de combustível, segundo revelou, e algumas queixas de afinação para terminar em quarto lugar, mas com a traseira do seu Hyundai com danos cosméticos significativos – arrancou a asa e porta traseiras – após uma forte aterragem na Power Stage. Embora a liderança do belga no título tenha sido reduzida de seis para três pontos, os seus esforços ajudaram a Hyundai a igualar a Toyota no topo do Campeonato do Mundo de Ralis para Fabricantes após duas rondas.

Oliver Solberg venceu o WRC2 na Suécia pelo segundo ano consecutivo em quinto lugar, seguido pelos rivais de categoria Sami Pajari, Georg Linnamäe, Roope Korhonen, Lauri Joona e Mikko Heikkilä. O italiano Lorenzo Bertelli, que faz a sua segunda prova no WRC em dois anos num Toyota GR Yaris Rally 1, completou o top 10.

O Campeão do Mundo Kalle Rovanperä conquistou cinco pontos ao marcar o ritmo na Power Stage, depois de ter reiniciado a prova no sábado de manhã, após um despiste na sexta-feira ficando preso na neve, bem fora de estrada. Ott Tänak, que também se despistou na sexta-feira, danificando o radiador do Hyundai, somou seis pontos através da classificação do ‘Super Domingo’ e do seu resultado na Power Stage.

A tentativa do líder do rali, Takamoto Katsuta, de recuperar pontos no campeonato depois de ter saído de estrada na primeira especial de sábado – ficou com duas rodas quase na estrada, mas o suficiente para o carro não sair dali pelos próprios meios. quando regresso no domingo, sofreu outro revés quando fez um pião a alta velocidade perto do final da PEC17. O piloto japonês da Toyota ficou com três pontos, mas estava, compreensivelmente, muito desiludido no final, pois foram erros a mais. Basta ver o que vez Fourmaux. Devagar, devagarinho, terminou no pódio.

O estreante nos Rally1 a tempo inteiro, Grégoire Munster, alcançou o seu objetivo de chegar ao fim no segundo Puma da M-Sport Ford World Rally Team, depois de inúmeros percalços durante o que foi uma missão de aprendizagem para o jovem luxemburguês, pois na única vez que tinha feito este rali fê-lo num Rally3, dois degraus abaixo, pelo que o ‘pulo’ era demasiado para arriscar muito mais. Mas devia ter andado um pouco mais especialmente nos dois últimos dias. Uma saída de estrada totalmente desnecessária na PEC15 estragou-lhe ainda mais a prova.

O Campeonato do Mundo de Ralis segue para África para o Safari Rally Kenya, a terceira ronda da temporada, de 27 a 31 de março.

FOTO @World/André Lavadinho

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